Nada feito: 11 remakes que a Globo desistiu de produzir
A Globo produziu diversos remakes nos últimos anos, mas já descartou pelo menos 11 novas versões de novelas, incluindo algumas que já eram dadas como certas

Publicado em 23/04/2025 às 08:41
Atualmente exibindo o remake de Vale Tudo na faixa das nove, a Globo vem produzindo novas versões de novelas de sucesso nos últimos anos, como Pantanal, Elas por Elas e Renascer. O que nem todo mundo sabe é que, desde os anos 1980, a emissora já planejou iniciativas semelhantes, mas os projetos não foram para frente.
Listamos abaixo 11 remakes que a Globo desistiu de produzir e outros seis que acabaram sendo feitos anos depois da ideia inicial.
Como Salvar Meu Casamento
Em 1995, a Globo queria produzir uma nova versão de Como Salvar Meu Casamento, novela que fazia relativo sucesso na Tupi entre 1979 e 1980, mas saiu do ar faltando apenas vinte capítulos para o final, na derradeira crise que culminou no fechamento da emissora.
Enquanto o SBT queria comprar a sinopse, a Globo encomendou uma nova versão para Carlos Lombardi, um dos autores do original, para exibição na faixa das sete.
Apesar da briga enter as duas emissoras pela produção, o remake acabou não saindo do papel em nenhuma das duas.
Dancin' Days
Força de um Desejo só foi ao ar em 1999 porque Gilberto Braga desistiu de escrever o remake de Dancin' Days, de 1978. O autor ofereceu a ideia para a Globo, mas queria que a novela fosse exibida na mesma faixa da original, às oito, enquanto o canal queria colocar a nova versão às seis.
Gilberto bateu o pé, dizendo que seria impossível adaptar a trama da novela para a faixa das seis. Além disso, anos antes, a Globo errou ao levar Irmãos Coragem e Pecado Capital, ambas novelas das oito, para as seis.
Como o projeto acabou sendo cancelado, ele se juntou a Alcides Nogueira para viabilizar Força de um Desejo, cuja sinopse estava engavetada há anos.
No entanto, o autor voltou a falar sobre o assunto com a Globo em outras ocasiões, como em 2001 e 2014, novamente sem sucesso. O autor revelou que não gostou da trama original, pois era inexperiente e, segundo ele, cometeu muitos erros. Por isso, gostaria de passá-la a limpo.
A Sucessora
Em 2005, a Globo encomendou para Manoel Carlos uma nova versão de A Sucessora, novela de sucesso exibida em setenta e oito. A trama, que seria novamente exibida na faixa das seis, acabou ficando apenas no projeto.
Mais recentemente, em 2022, a Globo teria considerado a possibilidade novamente, até como forma de homenagear Maneco, mas a ideia também não foi adiante.
O Feijão e o Sonho
Após o sucesso de Cabocla, a Globo decidiu fazer mais um remake de Benedito Ruy Barbosa para suceder Alma Gêmea em 2006.
A escolhida foi Sinhá Moça, de 1986, mas O Feijão e o Sonho, de 1976, e Paraíso, de 1982, também estavam no páreo. Paraíso acabou ganhando um remake em 2009, enquanto a nova versão de O Feijão e o Sonho nunca saiu do papel.
Que Rei Sou Eu?
Em 2012, a Globo estava avaliando fazer um remake de Que Rei Sou Eu, sucesso de 1989. No entanto, o projeto vai engavetado e nunca mais se falou no assunto. Em seguida, a novela foi exibida pelo canal Viva, sacramentando qualquer chance.
Brega e Chique
Ainda em 2012, a mídia divulgou que a Globo queria fazer uma nova versão de Brega e Chique (1987), de Cassiano Gabus Mendes, para exibição na faixa das sete em 2015.
A emissora encomendou o projeto para Maria Adelaide Amaral, que obteve êxito em outros textos do autor, como Anjo Mau e Ti-Ti-Ti, mas o projeto acabou não indo para frente.
Os Ossos do Barão
Em 2014, quando foi anunciado que a Globo faria o remake de O Rebu para a faixa das onze, também foi revelado que o canal queria fazer uma nova versão de Os Ossos do Barão, que exibiu originalmente em 1973 e que foi refeita pelo SBT em 1997. A emissora temia, inclusive, que Silvio Santos exibisse a novela naquela época apenas para atrapalhar o projeto. No entanto, o assunto foi esquecido pouco tempo depois.
Muito antes disso, em 1989, já existia o projeto de transformar a novela numa minissérie de 20 capítulos, contando com Paulo Gracindo e Lima Duarte, que estiveram no original. Também não deu em nada.
O Grito
Tudo indicava que O Grito, novela das dez de 1975, ganharia uma nova versão na Globo em 2019. No entanto, a trama seria transformada numa série de 10 capítulos, com autoria de Ricardo Linhares.
Após muitas idas e vindas, o projeto foi oficialmente descartado em 2023. Não foi a primeira vez que a emissora ameaçou produzir um remake da novela, mas nenhuma das iniciativas foi adiante.
Amor com Amor se Paga
Se teve um remake que foi dado como certo e não saiu do papel foi o de Amor com Amor se Paga, de 1984. Em 2020, o autor Alcides Nogueira recebeu a incumbência de fazer a nova versão da novela para a faixa das seis. A previsão era que a trama substituísse Nos Tempos do imperador; depois, iria ao ar em 2023; e, por fim, acabou sendo cancelada.
O próprio autor chegou a dar detalhes de uma grande mudança que faria na obra de Ivani Ribeiro: a novela seria de época, se passando nos anos 1940.
Brilhante
Antes de morrer, em 2021, Gilberto Braga deixou um remake pronto para a Globo fazer. Trata-se de Intolerância, que seria uma nova versão de Brilhante, de 1981.
Ele deixou prontos todos os 80 capítulos da novela, mas a Globo engavetou o projeto, frustrando os planos do autor de se recuperar do fracasso de Babilônia, de 2015.
A Viagem
Em 2023, uma notícia causou estardalhaço na mídia. Desde 2020, uma equipe liderada pela autora Renata Jhin estava preparando uma nova versão de A Viagem. A novela deveria ser exibida em 2024, para comemorar os trinta anos do remake icônico. No entanto, em 2023, a emissora decidiu encerrar o projeto, frustrando a autora e sua equipe, pois já existiam até capítulos prontos.
Com a reprise de A Viagem no Vale a Pena Ver de Novo a partir de maio, qualquer chance de remake vai por água abaixo por enquanto.
Nos seis casos abaixo, a Globo desistiu de fazer os remakes temporariamente, mas acabou produzindo as novas versões tempos depois:
Irmãos Coragem
Em 1989, a própria Globo chegou a confirmar à imprensa que faria uma nova versão de Irmãos Coragem na faixa das seis, mas o projeto foi adiado. Em 1993, a novela foi cogitada para substituir Mulheres de Areia às seis e O Mapa da Mina às sete, mas a Globo desistiu porque julgou que a trama da novela tinha muitos elementos parecidos com a de Renascer.
Finalmente, a novela foi produzida em 1995 para comemorar os trinta anos da Globo, mas acabou se tornando um fiasco.
Mulheres de Areia
Sucesso de 1993, Mulheres de Areia quase foi produzida em 1990, mas o projeto foi adiado. Cláudia Abreu foi cogitada para viver Ruth e Raquel, mas Glória Pires foi a escolhida para protagonizar a trama em 1992. Como ela estava grávida, a novela foi novamente adiada, desta vez para a época em que acabou sendo produzida.
O Profeta
Em 2003, foi divulgado que a Globo faria uma nova versão de O Profeta, que a Tupi exibiu em 1977. A obra seria escrita por Elizabeth Jhin e Ângela Carneiro, sob a supervisão de Walther Negrão.
No entanto, o projeto estacionou e acabou saindo apenas em 2006, sendo escrito por Duca Rachid, Thelma Guedes e Júlio Fischer, com supervisão de Walcyr Carrasco.
Guerra dos Sexos
A Globo produziu uma nova versão de Guerra dos Sexos em 2012, mas o remake poderia ter saído antes. Em 2005, o autor Silvio de Abreu queria transformar a trama num telefilme, que não saiu. Depois, em 2008, decidiu-se fazer uma nova versão da novela, mas o autor e a emissora divergiram quanto ao horário. Abreu queria a trama às sete, enquanto a Globo pretendia exibir às seis.
Em entrevista na época, o autor disse que achava difícil o projeto sair. E foi isso mesmo que aconteceu, pelo menos naquela época. A novela saiu apenas em 2012, e o novelista se arrepende de tê-la feito.
Pantanal
Em 2008, o autor Benedito Ruy Barbosa vendeu os direitos dos roteiros de Pantanal para a Globo. No entanto, a emissora dizia que não pretendia produzir um remake da trama, enquanto muita gente nos bastidores dizia o contrário.
Independente dos planos do canal, eles foram por água abaixo quando o SBT exibiu a versão original, de 1990, na mesma época. A nova versão de Pantanal acabou saindo apenas em 2022.
Renascer
Muito antes de fazer o recente remake de Renascer, a Globo cogitou fazer uma nova versão da novela em 2011. Só que a trama seria exibida na faixa das seis.
A produção viria na esteira de outros sucessos do autor que foram refeitos, como Cabocla, Sinhá Moça e Paraíso, mas não foi adiante.