Com empurrão do SBT, William Bonner foi virada editorial no Jornal Nacional
Há 29 anos, ele se tornou âncora e editor-chefe, marcando uma nova era no telejornalismo da Globo
Publicado em 31/10/2025 às 08:23,
atualizado em 31/10/2025 às 13:07
A entrada de William Bonner no Jornal Nacional, há 29 anos, representou uma virada histórica no formato e na linha editorial do telejornal. Em 1988, o SBT havia adotado o modelo de âncora com Boris Casoy no TJ Brasil (1988 -1997), e esse formato passou a ser visto como uma inovação na TV. Diante desse novo cenário, em 1996, a Globo optou por substituir os tradicionais locutores Cid Moreira (1927 - 2024) e Sérgio Chapelin, incorporando comentaristas e novo ritmo na apresentação.
Com a saída dos locutores, a emissora escalou os jornalistas William Bonner e Lillian Witte Fibe para ficarem na bancada. No Jornal Nacional, os comentários passaram a ser feitos por Fibe, já que ela desempenhava essa função no Jornal do SBT, onde também atuava como âncora.
+ César Tralli deixa o Jornal Hoje e entrega posto a Roberto Kovalick; vídeo
+ Fábio Assunção desabafa sobre vício em drogas: "Falha trágica"
Foi uma época em que o jornalismo popular do SBT começou a incomodar a Globo, tanto pela relevância que vinha conquistando quanto pelos nomes de peso que apareciam na tela.
"Em 1996, um ano após a chegada de Evandro Carlos de Andrade ao comando do Jornalismo da Globo, em substituição a Alberico de Sousa Cruz – na função de 1990 a 1995 –, uma grande reformulação tomou curso. A ideia era mudar o conceito de apresentação do JN, trazendo para a bancada jornalistas envolvidos com a produção de conteúdo".
Memória Globo

O Jornal Nacional parecia preso a um formato antigo e, embora mantivesse a liderança absoluta na audiência, a Globo decidiu se reinventar para não perder prestígio. Com a chegada de Bonner, o JN passou também a exibir matérias mais populares e uma escalada - apresentação das notícias- mais impactante.
William Bonner virou âncora do Jornal Nacional
Em setembro de 1999, o então diretor de jornalismo da Globo, Evandro Carlos de Andrade (1931- 2001), convidou William Bonner para assumir também o cargo de editor-chefe do Jornal Nacional.
Com isso, Bonner tornou-se o primeiro, e até hoje único, âncora a acumular a função de apresentador com a responsabilidade editorial do telejornal. Já César Tralli, que assume o posto deixado por Bonner, não exercerá dupla função: ficará exclusivamente à frente da apresentação.