Antes de César Tralli, cargo de William Bonner no JN teve reviravoltas dignas de reality
Âncora do Jornal Hoje assume a função em dupla com Renata Vasconcellos em 3 de novembro
Publicado em 03/09/2025 às 04:05,
atualizado em 03/09/2025 às 10:22
A escolha de César Tralli para a bancada do Jornal Nacional, em dupla com Renata Vasconcellos, não causou surpresa. O jornalista virou o sucessor natural de William Bonner há quase dois anos, pouco depois de assumir o Jornal Hoje, em outubro de 2021.
Desde então, Tralli passou a ser usado com frequência ao lado de Renata, a fim de "acostumar" o público do que estava por vir. No entanto, bem antes disso, a seleção pelo ocupante do cargo contou com reviravoltas dignas de um verdadeiro reality show.
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Afinal, se trata do posto mais importante do jornalismo da TV Globo, no mais relevante telejornal do país. Mais do que isso, é a cadeira que, antes do Bonner, foi ocupada por uma verdadeira lenda do telejornalismo brasileiro, Cid Moreira (1927-2024).
Quando a saída de William Bonner sequer era algo cogitado, os nomes de Heraldo Pereira e Márcio Gomes eram vistos como naturais para a função. O primeiro saiu da "linha sucessória" ao ser promovido a apresentador do Jornal das 10, da GloboNews. O segundo, sem espaço e cansado de tanto esperar, optou por aceitar um convite irrecusável da CNN Brasil, onde está até hoje.
Nos últimos anos, porém, ser âncora do Jornal Hoje virou uma espécie de requisito básico para assumir o Jornal Nacional. Foi por aí que Evaristo Costa bateu na trave. Pesaram contra, porém, a inexperiência e a pouca idade do ex-parceiro de Sandra Annenberg, hoje distante das redações e focado nas redes sociais.
Sucessor de Evaristo, Dony De Nuccio esboçou o que parecia ser uma carreira meteórica no Grupo Globo. À frente do Jornal das 10, da GloboNews, foi alçado ao JH e, a partir daí, ganhou o carimbo de "sucessor natural" de Bonner. Mas uma denúncia envolvendo a quebra do Código de Ética e de Conduta da emissora, após uma prestação de serviço ao Bradesco, "eliminou" mais um nome forte dessa disputa.
Disputa pelo JN se afunilou entre 2 nomes

Nos últimos anos, as casas de apostas colocaram as suas fichas em apenas dois nomes, César Tralli e Rodrigo Bocardi. Era mais do que óbvio, o sucessor de William Bonner na bancada do Jornal Nacional sairia dali.
Âncora do regional Bom Dia SP, Bocardi viu o "rival" abrir vantagem ao trocar o SP 1 pelo Jornal Hoje e ainda acumular o Edição das 18h, da GloboNews. Também perdeu espaço no rodízio do próprio JN, participando apenas aos sábados e não mais na semana, na ausência do titular, quando isso passou a ser função de Tralli. Era o sinal de que a vantagem do marido de Ticiane Pinheiro só aumentava.
Em janeiro de 2025, tal e qual Dony De Nuccio, havia um Bradesco no meio do caminho, e Rodrigo foi demitido, segundo comunicado divulgado pela própria Globo, por "descumprir normas éticas do jornalismo", ao oferecer media training e palestras para o banco e alguns agentes políticos.
César Tralli se tornou, então, o nome a reinar absoluto na disputa pela cadeira de Bonner, o que se confirmou na noite da última segunda-feira (1º). O tombo de Bocardi, porém, serviu apenas para consolidar uma vitória por W.O., uma vez que a escolha não aconteceu em janeiro passado, diante da denúncia contra o ex-Bom Dia SP, mas entre o final de 2023 e início de 2024, quando o "reality" já tinha um campeão.