Paulo Mathias reflete sobre tragédia no RS e fala de cobertura: "Quem não fica impactado, morreu por dentro"
Apresentador ainda aproveita para deixar uma mensagem de apoio para os gaúchos nesse momento tão difícil
Publicado em 17/05/2024 às 04:30,
atualizado em 17/05/2024 às 10:05
Aos 33 anos, Paulo Mathias viu a vida dar uma guinada em 2020, quando deixou a política - ele foi candidato a deputado estadual pelo PSDB em 2014 e subprefeito de Pinheiros, em São Paulo, durante a gestão de João Doria na capital paulista, entre 2017 e 2018 - para ser comentarista e, posteriormente, apresentador do Jovem Pan.
Após pouco mais de três anos, o empresário pediu demissão do canal de notícias e aceitou o convite do SBT para formar um trio com Regina Volpato e Michelle Barros à frente do Chega Mais. Depois de dois meses em estúdio, Paulo Mathias embarcou no último sábado (11) para o Rio Grande do Sul, ao lado de outros colegas, para cobrir a maior tragédia climática da história do estado, de onde encontrou um espaço na agenda para falar com a reportagem do NaTelinha.
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O apresentador revela que tem vivido dias difíceis diante do drama do povo gaúcho. "In loco é a minha primeira [cobertura de uma tragédia do tipo que faço]. Tem sido dias difíceis, mas bastante desafiadores. Mostrar o que realmente está acontecendo, com emoção e sem esquecer jamais que somos seres humanos. Empatia é a palavra de ordem", diz.
"Pegamos um voo no último sábado para Florianópolis e de lá viemos de carro para cá. A primeira impressão que tive é que estava chegando numa guerra. Água para todos os lados, cenários de destruição e muita tensão. Eu tenho procurado visitar municípios pequenos, que foram os mais destruídos. Acordo por volta de 5h30 da manhã e volto pro hotel lá pelas 20h. Além de apresentar daqui o Chega Mais, tenho participado de outros programas da casa", explica Paulo.
"Essa tragédia deixou bem claro que o povo brasileiro é um só, por mais diversificado que possa ser. Vejo daqui a mobilização. É possível sentir. Muita doação chegando. Em meio ao caos, é um alento", observa o contratado do SBT.
Paulo Mathias analisa trabalho da imprensa e deixa recado para os gaúchos
Ao NaTelinha, Paulo Mathias também reflete sobre a importância do trabalho da imprensa em momentos tão difíceis como esse que vive o Rio Grande do Sul. "Tenho recebido várias abordagens positivas por aqui, mas vejo muita gente confundindo a função jornalística com suas próprias preferências políticas. Eu vejo isso com preocupação. A imprensa é um dos pilares de qualquer democracia. Não permitir que a imprensa realize seu trabalho é um retrocesso", declara.
"Estive com o William Bonner aqui. Estávamos no mesmo hotel. Pensamos diferente algumas vezes, trabalhamos em emissoras distintas, mas estamos aqui tentando levar o máximo de informação possível para a população brasileira. Não há nada mais importante que pensar em como podemos ser úteis e ajudar agora os gaúchos", analisa o apresentador.
Sobre as fake news, que tanto atrapalham as doações, Paulo fala que é necessário buscar uma solução diante desse mal tão grande. "A mentira sempre existiu, mas ela ganhou uma capacidade de disseminação muito maior com as redes sociais. É preciso buscar uma solução, que não seja confundida com censura. É inegável o mal que essas mentiras fazem", comenta.
A respeito dos momentos de emoção no Chega Mais - ele adotou o cachorrinho que o "abraçou" durante uma reportagem em um abrigo e voltará com o animalzinho, que passou por um check-up em uma clínica veterinária, de carro para São Paulo -, Mathias destaca que é impossível não se sensibilizar com a situação das pessoas.
"Eu, antes de apresentador, sou um ser humano. Quem não fica impactado com essa situação do Rio Grande do Sul, com certeza, morreu por dentro. O Chega Mais nasceu com o propósito de ser relevante no dia a dia das pessoas. Não poderíamos deixar de estar aqui. Vamos seguir em frente", avisa o comunicador, que aproveita para deixar um recado para os gaúchos. "Ao meu público: obrigado pelas mensagens de carinho. Ao povo gaúcho: vai passar", conclui.