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De volta ao trabalho, Carlos Alberto de Nóbrega revela: "Tomei antidepressivos"

Líder de A Praça É Nossa usou a própria casa para reaparecer na TV


Carlos Alberto de Nóbrega
Carlos Alberto de Nóbrega

Carlos Alberto de Nóbrega voltou a trabalhar sem interromper a quarentena. Isolado desde março, o comediante de 84 anos já não aguentava mais ficar em casa. Ele reapareceu na TV na última quinta-feira (9), apresentando da própria casa trechos de A Praça É Nossa.

O retorno às atividades ainda é tímido e cheio de cuidados. Por estar no grupo de risco para o novo coronavírus, Carlos Alberto ainda não pode pisar no SBT. Ele propôs à emissora apresentar, na frente de sua residência, as reprises de quadros históricos da Praça.

"Na semana passada, falei com o Fernando Pelegio [diretor de planejamento artístico e criação] e o Leon Abravanel [diretor de produção]. 'Tenho uma ideia, vocês me dão duas externas por mês?’. 'Tá, fechado, pode ficar tranquilo’”, conta Carlos Alberto em entrevista ao NaTelinha.

Externas são equipes com cinegrafista e auxiliares que saem para reportagens ou gravações fora do estúdio. Carlos Alberto usou o jardim de sua casa em dois programas da Praça, e ainda gravará mais dois, completando o mês. Ele espera retornar ao SBT em agosto.

"A ideia era um pouco maior, queria botar um personagem comigo em um banco aqui de casa, mas tem a distância, tem o áudio, se passa um carro ou um helicóptero tem que parar. Vou fazer o arroz com feijão bem feito”, afirma.

Antidepressivos

Carlos Alberto havia se animado com a autorização para voltar as gravações da Praça, na semana passada. Ao lado do filho, o diretor Marcelo de Nóbrega, pensou em construir um banco maior para respeitar o distanciamento social e telas de acrílico para separá-lo dos humoristas que sentam ao seu lado no programa. O teste positivo de Eliana para Covid-19, entretanto, interrompeu os planos.

O comediante admite ter ficado muito preocupado com o elenco de apoio da Praça, que trabalha por cachê, e precisou recorrer a medicamentos para não entrar em depressão. 

"É uma coisa muito triste. Fiquei mal, tive que tomar uns remédios, uns antidepressivos para não entrar em uma depressão, porque me deu muita tristeza. A maioria da Praça é sem contrato. Essa turma está sem trabalhar, e isso me dói, porque estou recebendo meu salário. Tiraram 25%, o que é normal, ninguém reclamou, e tudo bem. Mas tenho salário. O resto não, está tudo parado. O Tubinho, por exemplo, tem dois circos grandes e 42 funcionários registrados em carteira. Ele estourou. Gastou toda a reserva e agora está ganhando trocados em estacionamentos”, revela.

Em casa ao lado da mulher, a médica Renata Domingues, e de um filho dela, Carlos Alberto encontrou ânimo para aparecer novamente na TV. E com uma novidade inédita: pela primeira vez de barba: "Minha mulher pediu para deixar”.

A origem da Praça no SBT resiste no jardim de Carlos Alberto. O primeiro “velho e querido banco”, de sua estreia na rede de Silvio Santos, em maio de 1987, decora o jardim de sua residência. Como ele foi parar ali? O comediante recorda.

"Esse banco é fruto de uma briga. Saiu a notícia que eu estava conversando com a Globo e a direção do SBT acreditou. Eu aborreci, aluguei uma Kombi e pus o banco dentro dela. Está comigo há uns 30 anos! É o primeiro banco do SBT, mas só restou o ferro, os pés. A madeira eu já troquei duas vezes, porque apodrece, fica no sol, na chuva”, conta.

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