Há 30 anos, SBT exibia seu primeiro crossmedia com galã da Globo
Personagem da novela participou do programa de Mara Maravilha
Publicado em 09/02/2020 às 09:55
Escrita e dirigida por Walter Avancini, em 1990 ia ao ar Brasileiras e Brasileiros, novela do SBT, que começava a investir pesado em sua dramaturgia. A produção contou com nomes de peso, como o galã global Edson Celulari em papel de destaque e direito ao primeiro crossmedia do canal.
Em determinado momento do folhetim, a personagem Alma, vivida por Alexandra Marzo, conseguia realizar seu grande sonho, o de participar do programa Show Maravilha, um dos grandes sucessos da época e que era voltado para o público infantil. Ao realizar o sonho de Alma, o SBT inovou com seu primeiro crossmedia, que é quando um personagem fictício participa de um programa real.
Além de Edson Celulari, que era um dos galãs a despontar na TV, tanto que um ano antes havia sido o mocinho da badalada Que Rei Sou Eu?, novela da Globo, Brasileiras e Brasileiros contava com diversos nomes de peso em seu elenco, como o de Ney Latorraca, que deu vida ao principal vilão da história e de Carla Camurati, um dos grandes nomes femininos da TV brasileira nos anos 80.
A trama girava em torno de um ex-lutador, papel vivido por Fúlvio Stefanini, que decide criar um torneio de luta livre somente para mulheres num bairro da periferia de São Paulo. Para isso, ele convence um líder comunitário (Edson Celulari) e uma jornalista (Carla Camurati) e a se juntarem para fazer o torneio. Uma liga rival, comandada pelo vilão de Ney Latorraca, quer competir a todo custo ao mesmo tempo que uma tradicional família paulistana (papéis de Rubens de Falco e Lucélia Santos), que está falida, continua apostando na luta.
Brasileiras e Brasileiros na audiência
No Ibope, Brasileiras e Brasileiros marcou números baixos. A produção estreou em alta ao marcar 14 pontos de média, pouco menos da metade do que a Globo registrava no horário, 34. Mas logo no segundo capítulo se percebeu que ela seria incapaz de competir, já que caiu para 10 e a queda não foi parando, mesmo que o enredo tenha sido modificado e tenha tido seu horário trocado por diversas vezes.
Com 168 capítulos a trama que substituiu Cortina de Vidro, escrita por um desconhecido Walcyr Carrasco, fechou com média geral de apenas 5,11 pontos, chegando a marcar apenas dois pontos em um capítulos. Depois dela, o SBT cancelou seu núcleo de dramaturgia para exibir produções latinas, o horário somente foi ativado com Éramos Seis, três anos depois.
Brasileiras e Brasileiros e crossmedia
Brasileiras e Brasileiros realizou seu crossmedia ao investir na oportunidade de Alma conhecer Mara Maravilha e participar das gravações do Show Maravilha. Embora não tão frequente, o recurso apareceu em diversas outras novelas brasileiras, principal na última década.
Um dos exemplos mais clássicos é o de Cheias de Charme (2012), que levou as Empreguetes, trio musical fictício, para participar de diversos programas da Globo. O crossmedia mais recente aconteceu em Amor de Mãe, com a participação de Ryan (Thiago Martins) no Caldeirão do Huck.
Brasileiras e Brasileiros americana
Coincidência ou não, o tema da novela Brasileiras e Brasileiros foi repetido quase 30 anos depois por uma série americana, da gigante do streaming Netflix. Trata-se de Glow, produção que já contou com três temporadas e que encerrará sua trajetória.
Na história, um diretor de cinema que nunca conseguiu emplacar nenhum sucesso na carreira, acaba contratado para comandar um show de TV ao vivo com mulheres em luta livre, mas obviamente tudo encenação. A série, no entanto, é baseado em um programa de TV americano que explorava este filão, como o Telecath, sucesso dos anos 80 e que pode ter inspirado a novela do SBT.