Delator da Lava Jato afirma ter lavado dinheiro para o Grupo Silvio Santos, diz jornal
Ações teriam ocorrido nos anos 90 e 2000 envolvendo patrocínios
Publicado em 29/08/2019 às 15:19
O operador financeiro Adir Assad tornou-se delator da Lava Jato e afirmou em depoimento que teria lavado dinheiro para o Grupo Silvio Santos. As ações teriam acontecido nas décadas de 1990 e 2000, quando contratos de patrocínios esportivos teriam sido fraudados para que a operação fosse feita.
De acordo com informações do jornal Folha de S. Paulo, em parceria com o site The Intercept Brasil, os dados teriam surgido em trocas de mensagens entre procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato. Depoimentos de Adir foram discutidos entre os membros do Ministério Público Federal pelo Telegram.
Segundo Assad, Daniel Abravanel, sobrinho do apresentador Silvio Santos, fazia a intermediação entre as partes. No fim dos anos 90, a Fórmula Indy era transmitida pelo SBT e a emissora, segundo o delator, precisava de um caixa paralelo. Ele não soube informar para qual finalidade.
Os possíveis contratos superfaturados de patrocínio teriam movimentado cerca de R$ 10 milhões na época. Além das empresas do operador financeiro, pilotos da Fórmula Indy e da categoria Indy Lights também estariam envolvidas no plano.
Em outra etapa da suposta lavagem de dinheiro, nos anos 2000, Adir Assad diz ter feito contratos de imagem e patrocínio da Fórmula Truck. Um pequeno valor era distribuído entre os pilotos e o resto voltava ao SBT.
O Grupo Silvio Santos volta ao olho de furacão num escândalo financeiro. Em 2011, o Banco Pan-Americano anunciou um rombo de R$ 4,1 bilhões e o homem do baú vendeu sua parte ao Grupo BTG Pactual.
Com a delação de Assad, homologada pela Justiça, a empresa terá que se defender. Segundo a Folha de S.Paulo, a investigação tem sido feita de forma sigilosa.
O NaTelinha procurou o SBT e o Grupo Silvio Santos, que no momento não vão se manifestar sobre a delação.