Posição

Público compara sequestro no Rio a caso Eloá e Reinaldo Gottino defende imprensa

"Não sabe o que está falando", disparou o apresentador


Reinaldo Gottino
Jornalista Reinaldo Gottino defendeu a mídia - Foto: Reprodução/Record

Na manhã desta terça-feira (20), as emissoras de televisão fizeram uma cobertura ao vivo do sequestro na ponte Rio-Niterói. Muitos internautas apontaram para um possível exagero da mídia no caso e houve até acusação de que a exibição do trabalho da polícia estaria favorecendo o sequestrador. Diante disso, acabaram criando um paralelo com o caso Eloá Cristina, assassinada pelo ex-namorado em 2008. Reinaldo Gottino não gostou da comparação e se posicionou no Twitter.

“Quem culpa a mídia pelo desfecho trágico do caso Eloá não sabe o que está falando. A polícia invadiu o apartamento pela porta da frente. Depois que o criminoso armado ficou várias vezes na janela como alvo fácil. Pensa um pouco”, disparou o apresentador do “Balanço Geral SP”.

Eloá foi sequestrada no dia 13 de outubro e morta no dia 18, ficando cinco dias nas mãos de Lindemberg Fernandes Alves, seu ex-namorado. Imprensa nacional e internacional fizeram cobertura extensiva sobre o caso, principalmente canais como RedeTV!, Band e Record.

A apresentadora Sonia Abrão chegou a entrar em contato telefônico com o sequestrador e conversar ao vivo com o criminoso durante mais de 30 minutos. Durante os dias em que o sequestro continuava, a titular do "A Tarde É Sua" recebeu um advogado que afirmou que o sequestro terminaria em "pizza" e que Eloá e Lindemberg se casariam, o que gerou revolta, inclusive do também jornalista José Luiz Datena, que criticou a ação de Sonia.

"Espero que a imprensa não atrapalhe mais. Alguns repórteres e apresentadores que se meteram a negociadores da polícia e não são coisa alguma. Não tem o direito de se meter", disse. Segundo Datena, um dos policiais envolvidos no resgate da jovem afirmou que após uma entrevista dada, o sequestrador voltou atrás e não quis mais se entregar: "É uma insanidade!".

Um documentário foi feito em 2015 e nele, imagens da cobertura televisiva são mostradas à diversas especialistas, que analisam o material e criticam a ação da imprensa no caso. "Normalmente a imprensa conduz você a achar que a mulher é quem fez algo de errado", interpretou uma das convidadas do documentário.

Porém, na visão de Gottino, a maior responsabilidade pelo fim trágico de Eloá não foi da imprensa. Já sobre a cobertura do sequestro na ponte Rio-Niterói, o jornalista não se pronunciou.

Relembre

Público compara sequestro no Rio a caso Eloá e Reinaldo Gottino defende imprensa

Em 13 de outubro de 2008, Lindemberg Fernandes Alves, então com 22 anos, invadiu o apartamento de sua ex- namorada, Eloá Cristina Pimentel, na época com 15, localizado em Santo André (SP).

Após mais de 100 horas de cárcere privado e negociações telefônicas, o GATE e a Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo explodiram a porta no dia 18 de outubro - alegando ter ouvido um disparo de arma de fogo, negado por Nayara.

Mesmo com luta corporal contra os policiais, o sequestrador ainda conseguiu atirar em direção às reféns. Nayara saiu do apartamento andando, enquanto Eloá foi levada inconsciente para o Hospital, onde morreu ao final do dia por morte cerebral.

Lindemberg foi preso no mesmo ano, na Penitenciária de Tremembé, no interior de SP. Em 2017, sua pena foi reduzida de 98 e 10 meses para 39 anos e três meses de prisão, uma redução de 60%.

Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado