Casos de Família

“Tenho muita honra de ser apresentadora popular”, diz Christina Rocha

Apresentadora gravou programa especial com a participação da nossa reportagem na plateia


Christina Rocha no comando do Casos de Família
Divulgação/SBT

O SBT convidou poucos veículos de imprensa para acompanhar nesta quinta-feira (02), a gravação do programa especial de 10 anos do "Casos de Família" sob o comando de Christina Rocha. O NaTelinha foi um deles.

Vale ressaltar que a atração estreou na grade da emissora em 18 de maio de 2004, com a apresentadora Regina Volpato – atualmente no vespertino “Mulheres”, da TV Gazeta.

Com sua saída em fevereiro de 2009, após não aceitar renovar seu contrato, testes foram realizados com veteranos nomes da TV, até chegarem ao de Christina. Três meses depois ela já estreava como sucessora do programa, dessa vez repaginado, conhecido por levantar acalorados debates sobre diversos temas do cotidiano.

Os assuntos normalmente são tratados de forma franca e bem humorada com o intuito de ajudar os envolvidos nos conflitos abordados. Nem sempre o debate é feito de maneira serena. Há momentos densos. Em muitos momentos a plateia intervém, a anfitriã opina e a psicóloga Anahy D’amico traça um perfil caso a caso, sempre orientando de forma profissional os participantes.

Sempre fui uma profissional segura. Nunca quis imitar ninguém. Sempre vão comparar. Cada um tem seu estilo, o sol nasce para todos. Nunca tive esse medo. Fui com tudo como um trator

Christina sobre comparações com Regina Volpato

“Especial 10 anos”

Para celebrar uma data tão especial, acompanhamos da primeira fileira da animada plateia, cinco casos que resultaram em forte emoção, superação e até mesmo momentos de riso e descontração:

A apresentadora iniciou a gravação mostrando um quadro estatístico de mulheres que faleceram por conta do Feminicídio praticado 71% dos casos pelos próprios companheiros.

História 1: Cansada de apanhar do marido, a participante Janaina, 35 anos, se encoraja e pede a separação. Após ficar um longo período em depressão, descuidando até mesmo de seu visual, recebe a primeira transformação do dia do programa e surpreende a todos com sua nova autoestima.

História 2: Situação parecida passa a segunda convidada, Sol, de 42 anos. Depois de tanto sofrimento no casamento, perde o gosto pela vida, até receber a segunda transformação da atração e se tornar uma linda mulher com seu novo look.

História 3: A jovem Alexandra, decide fazer um teste de DNA, a pedido do namorado, para provar que ele é o pai de seu filho de dez meses. Será que ele é? O resultado só assistindo ao programa!

História 4: A mãe do transformista Bruno, de 21 anos, nunca viu seu filho caracterizado. Qual será sua reação ao dar de cara com ele num belo salto alto? Só posso dizer que a emoção rolou solta no palco.

História 5: Poliana jura que está grávida do ex-namorado, porém, ele desconfia e pede que ela faça um teste de gravidez. Será que deu positivo?
Não daremos spoiler. As situações na íntegra e seus respectivos finais serão exibidos no programa que vai ao ar dia 08 de maio, a partir das 16h, sob a direção de Rafael Bello.

“Tenho muita honra de ser apresentadora popular”, diz Christina Rocha

Pioneirismo: Christina Rocha, a mulher que inaugurou o SBT (antiga TVS)

Não é de hoje que Christina Rocha faz história no segmento de variedades. Formada em jornalismo, iniciou sua carreira na antiga TVS, hoje SBT, comandando o programa “O Povo na TV” em 1981. Naquela época ela já tratava de temas polêmicos, contava sobre a vida dos famosos e exibia reportagens sobre defesa do consumidor, alcançando altos índices de audiência. Dali em diante integrou diferentes formatos de entretenimento e jornalísticos, tais como: “O Preço Certo” (1984-86), “Musicamp” (1986-88), “Viva a Noite” (1986-90), “TV Pow” (1987), “Aqui Agora” (1991-96), “Fantasia” (2000), entre outros.

Além disso, já passou por outros canais de televisão: Gazeta, Record e Band.

Por que eu mentiria? Parece que eu não tenho idoneidade. Sou uma jornalista profissional que sempre agiu corretamente, sou uma pessoa super ética. Parece que eu sou mentirosa e isso me irrita. A minha palavra não basta? Você acha que eu daria minha cara para bater de graça? É tudo real.

Christina sobre armações no programa

Essa carioca extrovertida, tranquila, bem humorada e sem papas na língua, não faz do sucesso seu alicerce. Consciente de que o êxito no oficio é resultado de sua trajetória construída ao longo de quase quatro décadas de trabalho, colhe os louros da fama com satisfatória alegria. Só lamenta por seu trabalho atual nunca ter sido indicado ao prêmio “Troféu Imprensa” – um dos programas mais bem vistos pelo próprio Silvio Santos, segundo Rocha.

Elogiada pela boa forma física e beleza estonteante, Christina diz que seu amor pela vida, trabalho e cavalos a completam. Acompanhe a seguir os principais trechos do bate-papo que tivemos com a apresentadora do programa “Casos de Família”:

NaTelinha - Você está há dez anos apresentando o programa “Casos de Família”. Quais recordações traz da época em que chegou para comandar a atração em 2009?

Christina Rocha - Foi um recomeço para mim. Apesar de ter começado no SBT em 1981, estava fora da emissora há cinco anos. Voltei justamente para fazer o teste para apresentar o “Casos de Família”. Meu diretor Rafael Bello e eu começamos juntos. Ele veio de Miami para implantar um novo formato e não para dirigir, isso é muito interessante. Esse formato é exibido em vários países. Me ligaram para fazer esse teste, pois o Silvio queria um programa diferente, que a apresentadora fosse mais participativa, popular e com interatividade. Nem dá para comparar o programa que era apresentado pela Regina [Volpato] por cinco anos, e o nosso que está há dez. Era diferente. Ela só ouvia os casos, era passiva, porque era esse o estilo da atração na época. Concorri com a Claudete Troiano, Olga Bongiovanni e Márcia Dutra. Fiz uns quatro, cinco pilotos e após dois meses saiu a resposta.

NaTelinha - Temeu comparações com a apresentadora anterior, Regina Volpato?

“Tenho muita honra de ser apresentadora popular”, diz Christina Rocha

Christina Rocha - Posso ter muitos defeitos, mas sempre fui uma profissional segura. Nunca quis imitar ninguém. Sempre vão comparar. Cada um tem seu estilo, o sol nasce para todos. Nunca tive esse medo. Fui com tudo como um trator (risos).

NaTelinha - Qual o sentimento em apresentar um programa tão popular?

Christina Rocha - Tenho muita honra de ser apresentadora popular. Já fiz programas fortes: “O Povo na TV”, “Aqui Agora”... Sempre me deram atrações populares para fazer. Se tiver que fazer outro estilo, faço também. Visto a camisa! O “Casos de Família” é um programa completo, não dá para fazer “tipo”, sou autêntica. Fico sabendo pela produção um resumo dos casos momentos antes da gravação. Nosso programa é como se fosse ao vivo, não voltamos, nem repetimos, exceto se for algo que não dê para ajustar na edição ou problema de microfone, para não perdermos o clima das histórias. Cresci bastante como pessoa e profissional, porque não é fácil fazer um programa diário com temas parecidos. É tirar leite de pedra! Muitas vezes eu me envolvo emocionalmente com os casos, já saí arrasada. Tenho horror a homem que bate em mulher, preconceito, pessoas que maltratam idosos e gente mal educada.

NaTelinha - Como são criados os temas?

Christina Rocha - De várias formas. Através de frases que nossos entrevistados soltam que renderia um programa, temos auxilio de nossos contatos, que são mulheres das comunidades que conhecem muita gente e história. Além de nossas seis equipes de produtores que se dividem na apuração de diferentes temas. Nossa equipe checa a história e entrevista três vezes os convidados. Eu não participo desse processo, não tenho contato pessoal com nenhum participante. É importante citar os conselhos e a parte profissional da nossa psicóloga Anahy D’amico.

NaTelinha - Te incomoda quando falam que as histórias são armadas?

Christina Rocha - Me incomoda no seguinte aspecto: eu tenho um nome respeitado, se eu falo numa entrevista que são casos reais, por que eu mentiria? Parece que eu não tenho idoneidade. Sou uma jornalista profissional que sempre agiu corretamente, sou uma pessoa super ética. Parece que eu sou mentirosa e isso me irrita. A minha palavra não basta? Você acha que eu daria minha cara para bater de graça? É tudo real. Programa popular sempre foi criticado. Referente ao estilo do programa algumas pessoas podem até não gostar. Ok. Mas respeitem nossos profissionais que trabalham com seriedade. Não é fácil. Me incomoda quando desqualificam a equipe. Eu não falo mal de ninguém, sou muito na minha, não fico arrumando confusão pela internet. Eu tenho credibilidade.

NaTelinha - Os participantes recebem cachê?

Christina Rocha - Sim, R$ 120.

NaTelinha - Já teve situações de você apresentar o programa vivendo momentos difíceis em sua vida?

Christina Rocha - Ah, já. Mas eu costumo dizer que para apresentar o “Casos de Família” precisamos estar 100% concentrados, senão não tem programa. São 45 minutos que fico ligada. Por maior que seja o problema que eu esteja passando particularmente, uma perda, ou seja o que for, eu preciso me desligar. Recentemente faleceu meu figurinista [do programa] foi muito triste. Numa sexta-feira cantamos parabéns pra ele, que faleceu dois dias depois, na data do seu aniversário. Ele tinha 37 anos, morreu do nada.

NaTelinha: Você inaugurou o SBT, antiga TVS, né? Te envaidece participar de um marco desses, integrando até hoje a equipe de funcionários da emissora?

Christina Rocha -  É verdade, apesar de quase ninguém comentar... Eu fico até meio assim... A única que ainda está na emissora e inaugurou o SBT fui eu. As pessoas parecem que não fazem questão de lembrar! Eu estreei essa casa em 1981 e falo com muito orgulho! Comecei na TVS RJ. Quando o Presidente João Figueiredo apareceu assinando a concessão com o Silvio, em seguida estreamos o “Povo na TV” na Vila Guilherme. Sou a apresentadora mais antiga do SBT, porque a Hebe entrou em 1986 na emissora. Sou feliz de estar no ar até hoje!

NaTelinha - O que você almeja para o programa nos próximos dez anos?

Christina Rocha - Muitos conflitos. Para apresentar esse tipo de programa precisa ser uma pessoa experiente que tenha bagagem de vida.

NaTelinha - Por qual razão o programa nunca foi indicado ao prêmio “Troféu Imprensa”?

Christina Rocha - Não sei. Eu acho estranho estar há dez anos com o “Casos de Família” e sequer ser indicado. Tem gente que ganha sem ao menos estar no ar... Eu não me trabalho tanto nesse sentido de divulgação. Não tenho assessoria de imprensa, eu que mexo nas minhas redes sociais. Não me promovo muito nesse sentido. Talvez seja até um defeito. Estou numa fase que faço a minha parte bem feita, pois amo o que faço, e vou para casa. Todos nós precisamos de um mimo, um estímulo, uma palavra de carinho. Rezo muito para o Silvio Santos não morrer nunca. Ele é quem mais apoia o programa! Hoje em dia não espero muito das pessoas.

NaTelinha - Você vem de família que trabalhava em TV?

Christina Rocha: Não, minha família não é de televisão, sou a única. Somos seis filhas de pais cearenses. Sou uma pessoa privilegiada de educação e caráter, por ter uma família tão maravilhosa. Priorizo muito meus filhos. Me considero uma pessoa até muito quieta para quem trabalha em TV.

NaTelinha - Costuma participar ativamente das redes sociais?

Christina Rocha - Deveria participar mais. Mas estou achando a internet tão violenta. A gente percebe pela própria política, uma relação de amor e ódio. Gosto de paz.

NaTelinha - Além do carisma e desenvoltura, você é reconhecida pela beleza e boa forma física. Christina Rocha sempre foi uma mulher segura? Quais são os segredos da maturidade?

Christina Rocha - Normalmente algumas pessoas têm uma ideia de que sou estourada e brava. Quem me conhece sabe que sou da paz, nunca gostei de briga, fofoca, desde pequena. Mas não vem pra cima, porque sou filha de cearense e tenho gênio forte nesse sentido (risos). Sempre fui esportista, já joguei vôlei profissionalmente. Sempre amei cavalo, é minha terapia. Adoro liberdade, natureza. Todos nós temos fases boas e ruins, mas precisa haver equilíbrio. Geralmente sou uma pessoa alegre, mas nem sempre, ainda mais depois que minha mãe faleceu.

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