Roberto Cabrini fala sobre Bolsonaro: "Indiscutível que tem queda pelo fascismo"
"Ele nunca admitiu isso, mas ele tem essa queda", contou Roberto Cabrini
Publicado em 19/12/2018 às 10:08
O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) foi um dos temas da entrevista que Marcelo Bonfá realizou com Roberto Cabrini, no camarim do SBT.
Tendo entrevistado Bolsonaro por pelo menos cinco vezes nos últimos anos, Cabrini disse ao canal "Pingue-Pongue com Bonfá", no YouTube, que o presidente eleito interrompeu um grande ciclo de muitos privilégios e conglomerados que se privilegiavam de um sistema político. "Sem dúvida, o Bolsonaro incomoda muita gente", pontuou.
Bonfá perguntou se Bolsonaro ou os militares vão governar o Brasil. "O Bolsonaro vai governar o Brasil, os militares vão governar o Brasil, o Paulo Guedes vai governar e o Sergio Moro. São esses quatro elementos importantes", disse.
Questionado se a democracia está ameaçada, Cabrini frisou: "É indiscutível que ele tem certa queda pelo fascismo. Ele nunca admitiu isso, mas ele tem essa queda. Mas ao mesmo tempo, ele é um produto da democracia. A ideia de que o Bolsonaro não é um político tradicional é completamente errônea. Ele está no jogo do poder há mais de 20 anos. Ele e os filhos dele. Mas, com tantos militares no poder, a tensão é pertinente".
Para Cabrini, ter tantos militares no poder não é ruim, nem bom, mas assusta um pouco. "É legítimo que a gente tenha receio, mas eu acho que as instituições democráticas estão suficientemente solidificadas para amenizar qualquer ideia em contrário", salientou.
Segundo o jornalista, Jair Bolsonaro é a indignação da ideia da corrupção. "Quem elegeu ele presidente do Brasil foi a Operação Lava-Jato, de empresas sendo beneficiadas, cartéis dominando. Foi menos vitória do Bolsonaro e mais derrota da ideia atual do governo. A corrupção que elegeu uma contrapartida, num momento que o PSDB estava desgastado, onde os outros candidatos eram fracos. Digamos que o Brasil perdoou as ideias radicais do Bolsonaro em nome da luta contra a corrupção", opinou.
Confira a entrevista completa: