Atriz Úrsula Corona fala da vida na Europa e da saudade que sente do Brasil
Publicado em 07/09/2018 às 09:53
Vivendo há sete anos na Europa, desde então Úrsula Corona tem dividido o seu tempo entre Brasil e Portugal. Lá fora, a atriz já atuou em algumas novelas produzidas pelos canais SIC e TVI.
Com carreira já consolidada no país, Úrsula teve a oportunidade de trabalhar na cobertura do “Rock in Rio Lisboa” pelo canal a cabo L!ke, transmitido pela Net e Claro TV. Em agosto, a atriz retornou ao Brasil para uma participação especial no “Criança Esperanças”, da TV Globo, e conversou com o NaTelinha.
Confira a entrevista:
Como foi voltar ao seu país de origem para fazer parte de uma campanha tão importante quanto o “Criança Esperança”, da TV Globo?
Úrsula Corona - A palavra é gratidão. Participei pela primeira vez do “Criança Esperança” ainda criança, quando estreei na Globo aos 8 anos de idade. Retornar a essa campanha hoje e encontrar uma direção tão competente, com um time de pessoas incríveis, é um presente. Conheço muitos projetos sociais apoiados pelo “Criança” e a ação acontece com o verdadeiro propósito e DNA. O “Criança Esperança” vem sempre trazer bons exemplos. Agora, me preocupo também com os idosos, como é o caso do Retiro dos Artistas que tem um trabalho excepcional, mas como passa por dificuldades, também precisa de apoio.
Você mora em Portugal desde 2011. Qual foi a motivação para deixar o Brasil? Teve alguma dificuldade de adaptação ou pode-se dizer que foi muito bem recebida pelos lusitanos? Do que mais sente falta?
Úrsula Corona - Em nenhum momento eu pensei ou senti ter deixado o meu país. Estou sempre aqui. Venho com muita frequência trabalhar e rever família, amigos e os negócios. O que me leva e traz são as boas escolhas. Estou sempre aberta a trabalhar no Brasil. Infelizmente, a agenda nem sempre é compatível. Comecei esse movimento de explorar outros países quando tive compromissos profissionais na Holanda e Alemanha. Sinto falta da minha família, por mais independente que eu seja, e sinto falta também de água de coco, açaí, cuscuz amarelo, farofa e feijão [risos], mas diante de tanto aprendizado e carinho, a adaptação é imediata.
Na TV portuguesa, você já participou de algumas novelas. Como surgiu os convites para atuar lá fora? Existe algum papel com o qual se identificou mais? Fale um pouco sobre a carreira em Portugal.
Úrsula Corona - Não busco quantidade, mas qualidade e bons desafios. Eu tive boas propostas artísticas em Portugal, assim como na Alemanha e Holanda. Como atriz, amei duas personagens. A Taís de “Sol de Inverno” (2013), uma vilã que fez até apanhar na rua por duas vezes, e a Valeria, de “Ouro Verde” (2017), uma mulher malandra e interesseira, mas muito engraçada. Nestes países eu tive excelentes oportunidades de sair da zona de conforto. Então, é claro que eu quero trabalhar mais na Europa, fazer personagens diferentes e apresentar um programa giro, mas preciso sentir-me desafiada. São essas escolhas que me movem.
Você está envolvida com o documentário “Alceu de Todos os Tempos”, em homenagem ao artista nordestino. O projeto tem como objetivo contar a vida e arte do cantor e compositor através das suas músicas. Dá para adiantar algo mais? O que o público pode esperar deste trabalho?
Úrsula Corona - A série “Alceu de Todos os Tempos” é um projeto da produtora que sou sócia com Omar Marzagão e Joaquin González, a “Sete Artes Produções”, presente no Brasil, Espanha, Inglaterra e Portugal. Começaremos a rodar em breve. Alceu é um artista plural, multi talentoso, alma genuína. E é esse Alceu que vamos revelar com sua arte, suas faces e fases diversas. Alceu é cantor, porta, cineasta, roteirista... um artista rico com identidade ímpar. São 8 episódios e tem direção do inenarrável Walter Carvalho.
Você também está envolvida na produção de “Lincoln Olivetti - O Mago do Pop”, série documental sobre a história, carreira e vida do artista responsável pelos maiores sucessos da música brasileira dos anos 80 e que irá ser exibida nos países de língua portuguesa. Já tem data de estreia aqui no Brasil? Fale a respeito do projeto.
Úrsula Corona - Essa série foi iniciada quando Lincoln Olivetti estava vivo e nasceu da amizade dele com Omar Marzagão. A série relata, em 6 episódios, a vida deste gênio que produziu infinitos sucessos contribuindo para carreira de artistas como: Roberto Carlos, Tim Maia, Elba Ramalho, Xuxa, Lulu Santos, Fagner e Moraes Moreira, entre outros. O compromisso que temos na arte é contribuir para grandes histórias e artistas, para que suas sementes sejam passadas em conhecimento às demais gerações. E a série está emocionante, linda, rica! Eu tenho a honra de apresentar e Co-produzir a série, que irá ser transmitida nos países da língua portuguesa, além de lançada pela Biscoito Fino.
Recentemente, você finalizou sua participação em “Segundo Take”, série que reúne diretores e atores contemporâneos em homenagem ao cinema brasileiro e, atualmente, está terminando as filmagens de “Fado Tropical”, em Lisboa. Trabalhando tanto assim, sobra tempo para o lazer? O que mais gosta de fazer nas horas vagas?
Úrsula Corona - Claro que sobra! Aprendi a administrar e multiplicar o meu tempo. Tenho tempo para tudo, basta querer e organizar prioridades. Não gosto de perder tempo, mas adoro dar uma pause para o meu bem-estar. Gosto da dança e da música, mas também necessito do meu silêncio. Nas horas livres, eu gosto de ter contato com a natureza, deitar em uma rede (como boa pernambucana, não dispenso), encontrar amigos e família, gosto de uma boa cachoeira, viajar, cozinhar para os amigos... E quando tenho dias livres eu corro para Bahia. Amo aquela terra e sinto que ela me ama. É lá que me fortaleço.
Para finalizar, além da profissão de atriz você também se tornou microempresária. Chegou a lançar uma linha de moda praia e acessórios que levam o seu nome em Portugal, na Croácia e Inglaterra. A ideia partiu de você? Pretende expandir os negócios e, de repente, lançar a coleção aqui no Brasil?
Úrsula Corona - Sempre fui empreendedora e gosto de bons propósitos. Aos 8 anos eu já trabalhava. Era tímida e o teatro foi uma atividade extra. A atriz Henriqueta Brieba me viu no palco criança e se tornou minha madrinha. Já Maria Clara Machado me deu uma bolsa para estudar no tablado e tudo foi acontecendo de forma natural. Estreei na TV Globo trabalhando com o Vannucci e tive a certeza de que seria atriz. Amo o que faço! Amo me comunicar e conhecer que cada um revela ou esconde dentro de si. Foi esse meu lado curioso e inquieto que canalizei para minhas criações. Os produtos estão indo muito bem. Pretendo, sim, lançar no Brasil. São biquínis onde participo do processo desde o início. Os colares, com a Luciana Normanha, os biquínis, com a DYP e a linha praia, com a Bloomer, em Portugal, são só o início de muitas novidades que estão para chegar.