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"O Mecanismo" teria "profetizado" supostas ilegalidades da Lava Jato

Site Intercept Brasil publicou série de vazamentos de conversas de membros da operação


Montagem divide a tela com Carol Abras, Delton Dallagnol, Selton Mello, Sérgio Morto e Lula
"O Mecanismo" profetizou as supostas ilegalidades da Lava Jato? Foto: Montagem

O vazamento de conversas entre procuradores da Lava Jato e até do ex-juiz e atual Ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro, divulgadas nesse domingo (09) pelo site Intercept Brasil, caiu como uma bomba no meio político, mas já havia sido profetizada, de forma fictícia, pela série "O Mecanismo", da Netflix.

A produção de José Padilha ("Tropa de Elite" e "Narcos"), desde sua primeira temporada, mostrou como membros da Lava Jato, principalmente delegados da Polícia Federal, tinham atitudes que alargavam as interpretações das leis e faziam de tudo, até cometiam crimes, para destruir o que eles chamam de "o mecanismo" da corrupção na política brasileira.

Na primeira temporada, o delegado federal Marco Ruffo (Selton Mello) chegou a ser demitido, após uma série de irregularidades praticadas por ele e que acabaram por soltar um dos maiores doleiros do país, Roberto Ibrahim (Enrique Diaz).

Inicialmente, a atitude de Ruffo foi vista como uma abordagem fictícia da produção que fazia uma espécie de menção a casos em que policiais federais ultrapassavam o limite da legalidade em suas operações, como aconteceu na Operação Satiagraha, com o delegado Próteges Queiroz que acabou anulada na justiça, após se provar diversos atos fora da lei.

Se as conversas de Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol podem ser caracterizadas como desvio de conduta por parte do juiz e até anular julgamentos importantes da Lava Jato, como a do ex-presidente Lula, ainda não se sabe, afinal, o próprio Ministro soltou nota negando todas as acusações feitas pela imprensa. Mas a PF voltou a agir fora dos limites legais na segunda temporada de "O Mecanismo", como forma de alcançar os políticos corruptos.

Logo nos primeiros episódios, a delegada Verena Cardoni (Carol Abras) utiliza de seu poder de sedução para conseguir que o colega, o policial Vander (Jonathan Haagensen), grampeie um telefone privado que não constava na lista autorizada pelo juiz Paulo Rigo (Otto Jr), uma espécie de inspiração de Moro.

A decisão da delegada acaba por anular todo o conteúdo das conversas grampeadas e, por consequência, as investigações sofrem um baque na série, como aconteceu em diversas operações brasileiras.

É cedo para dizer o desfecho do vazamento das conversas entre Moro e os procuradores da Lava-Jato, até porque o Intercept promete uma nova onda de notícias com mais conversas. De todo modo, muito antes do Brasil lidar com possíveis ilegalidades na operação, a série "O Mecanismo" já tratou do tema numa espécie de profecia do que viria a acontecer.

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