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Roteiristas de "Friends" foram acusados de assédio, mas caso acabou arquivado


Elenco de Friends
Divulgação

Um dos maiores sucessos da TV, “Friends” estreou em 1994 e permaneceu no ar por 10 temporadas. Produzida pela Warner Bros, abordava as aventuras de seis amigos inseparáveis: Monica, Ross, Rachel, Chandler, Joey e Phoebe.

Somente agora, um caso envolvendo assédio nos bastidores da produção veio à tona pela denúncia de uma ex-assistente. Em 1999, Amaani Lyle foi contratada pelos roteiristas da série Adam Chase e Gregory Malins. Seu trabalho consistia em acompanhar as reuniões da equipe e anotar ideias expostas durante a discussão para serem incluídas no roteiro.

Em juízo, a assistente contou ter sido avisada antes sobre o conteúdo pesado das conversas durante as reuniões. Entretanto, Lyle revelou ter ficado desconfortável com comentários sexuais e raciais.

Segundo informações do Metro News, Chase e Malins falavam abertamente sobre suas preferências sexuais e seus fetiches. Os dois chegaram a sugerir que podiam dormir com o elenco feminino e, em acordo com o produtor Andrew Reich, queriam transformar o personagem de Matt Le Blanc em um estuprador. "Frequentemente fantasiavam sobre escrever uma cena em que Joey aborda Rachel no chuveiro e a estupra”, disse.

Roteiristas de \"Friends\" foram acusados de assédio, mas caso acabou arquivado

Ainda segundo conteúdo dos documentos judiciais, Amaani questionava a falta de diversidade da série. Em outubro de 1999, ela foi demitida sob alegação do RH de que teve um desempenho ruim no trabalho.

Para Lyle, o motivo do seu desligamento foi retaliação. Então, em dezembro ela entrou com uma queixa no Departamento de Emprego e Habitação alegando assédio e discriminação racial e sexual. Na época, um juiz do condado de Los Angeles rejeitou o caso. Posteriormente, um tribunal de apelação restabeleceu as alegações de assédio.

A denúncia ganhou embasamento depois que Chase, Malins e Reich confirmaram que parte das alegações de Lyle eram verdadeiras. Os três admitiram o uso de linguajar sexualmente grosseiro, vulgar e até humilhante no local de trabalho. No entanto, em suas defesas disseram ser necessário para o processo de criação e desenvolvimento do script da série.

Em 2004, ano em que “Friends” saiu do ar, a Suprema Corte da Califórnia concluiu que Lyle não demonstrou que a perseguição de Chase, Malins ou Reich havia sido uma violação legal. Em entrevista ao Bustle, a ex-assistente de roteiro confessou ter abandonado o trabalho na indústria cinematográfica.

Hoje, ela acha curioso que o movimento #MeToo, que expõe casos de abuso em Hollywood, conte com nomes que ajudaram a desqualificar sua ação na época. Para ela, a narrativa mudou, mas eles agem como se fossem parte dessa coisa o tempo todo, sendo que não eram. "Eles realmente não se importavam antes", opinou.

“No cerne da questão, isso não é apenas sobre assédio. É sobre diversidade e inclusão, e todas essas coisas que não aceitamos", finalizou.

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