Miranda fará alerta sobre padrões de beleza em Volta por Cima, antecipa atriz
“Nossa sociedade diz que um corpo magro é um corpo saudável, e a gente sabe que isso não é real”, diz Gabriela Dias
Publicado em 15/10/2024 às 05:51
Gabriela Dias interpreta Miranda, personagem que fará um alerta e evocará um debate sobre padrões de beleza em Volta por Cima. Filha de brasileiros, mas nascida na Venezuela, a atriz de 25 anos faz sua estreia em novelas como a personal trainer de caráter duvidoso, que trará uma abordagem envolvendo estética e saúde.
“A nossa sociedade diz que um corpo magro é um corpo saudável, e a gente sabe que isso não é real. Existem vários distúrbios desenvolvidos por conta dessa pressão social, estética e de padrão de beleza”, comenta Gabriela Dias, em entrevista ao NaTelinha.
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Ela ressalta a importância de levar o debate a mulheres e adolescentes, que mais sofrem com distúrbios alimentares e outras consequências, como depressão, ansiedade e baixa autoestima.
“Temos que analisar o que é mais importante: o padrão estético ou a saúde do corpo e mental? Como tá o sistema imunológico, o sangue, o coração, a cabeça… A Miranda vai trazer essa conversa para os jovens. Vai fazer um alerta para a sociedade de como tudo isso é perigoso e faz mal.”
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A atriz, que também tem uma carreira na dança, sempre teve uma ligação com esportes. Faz musculação desde os 16 anos e é adepta das corridas, além de já ter feito natação, nado sincronizado, muay thai e capoeira.
“O esporte e o bem-estar físico e mental sempre estiveram na minha vida por uma questão simples: como eu quero estar daqui 50 ou 60 anos? Quero ser uma pessoa idosa bem tanto física quanto mentalmente, e o esporte e a alimentação ajudam muito para isso. Quero poder pegar meus netos no colo, continuar correndo e fazendo a minha musculação.”
Ela buscou na proximidade com esse universo o material para a construção de sua personagem. “No meu processo, tento sempre trazer a criação de um lugar real, que eu me identifique. Sempre fiz parte desse universo fitness e acompanhei os personal trainers, então tenho uma noção de como essas pessoas agem e como elas são, ainda que de uma forma bem superficial. É com um pouco dessa vivência pessoal que eu construo a Miranda, a personalidade dela, a forma como ela age nas academias, como ela se comunica com as pessoas.”
“No teatro, aprendemos muito sobre isso. Imitamos a vida das pessoas, então precisamos observar muito as pessoas. Desde criança, quando entrei no teatro, passei a fazer isso, porque é a partir daí que rola a identificação.”
Atriz quer que Miranda de Volta por Cima seja um convite a reflexões
Miranda terá atitudes controversas em Volta por Cima. A princípio, servirá a Rosana (Viviane Araujo) para fazer com que o filho dela, Nando (João Gabriel D'Aleluia), se interesse pelas atividades físicas. Mais adiante, saberemos que a personal trainer se envergonha de suas origens humildes e tenta se passar por uma garota da Zona Sul do Rio de Janeiro.
“Não sei dizer o que o público pode esperar da personagem, mas sim o que eu gostaria que as pessoas fizessem a partir das atitudes da Miranda. Que elas olhem para si e observem as próprias atitudes”, afirma Gabriela Dias.
“Eu espero que a Miranda passe uma mensagem às pessoas e faça com que elas observem e pensem nas próprias atitudes. Julgar os outros é fácil, mas os próprios atos, princípios e ações é muito difícil. ‘O que eu estou fazendo é legal? Pode prejudicar o outro?’ Acho que o dever da arte é tocar o outro, da forma mais pura e real possível.”
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O papel marca a estreia da atriz em novelas depois de destaques em filmes, séries e peças de teatro. “Sempre quis mostrar minha arte para as pessoas, e poder fazer isso numa novela em horário nobre na televisão, falar com a massa, com as pessoas que movem este país, é muito bom. Nosso trabalho é sobre identificação. O que fazemos faz com que as pessoas se identificam, riem, se divirtam. É muito gratificante. A televisão é o nosso maior palco.”
Ela comemora a presença em uma novela marcada pelo protagonismo negro e pela maioria do elenco formada por atores pretos e pardos. Para ela, há um “valor imensurável” de representatividade.
“Se não fosse o teatro experimental do negro, nascido aqui no Brasil por Abdias do Nascimento (1914-2011), talvez a gente nem estivesse tendo esta conversa. Foram artistas do teatro, pretos, que fizeram de tudo para que a minha geração pudesse estar aqui, sendo exaltada e aclamada por ter protagonismo preto na televisão. Eles abriram essas portas para que a gente pudesse contar a história da massa, de 55% da população que é de pretos e pardos. Fico muito feliz de estar fazendo parte dessa história.”
Assista ao resumo semanal de Volta por Cima:
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