Muito antes do metaverso em Travessia, Glória Perez escreveu a cena mais absurda das novelas
Autora reconheceu que foi a cena mais absurda de sua carreira
Publicado em 06/05/2023 às 20:05,
atualizado em 06/05/2023 às 20:12
Glória Perez foi alvo de uma saraivada de críticas no último capítulo de Travessia. Vista como uma de suas novelas que menos caiu no gosto popular do público, a trama das nove da Globo terminou na última sexta-feira (05) com uma sequência do metaverso que foi massacrada pelo público. Mas muito antes disso, a mesma autora escreveu uma cena que até hoje é considerada a mais sem noção da história das novelas brasileiras.
Em Carmem, na Manchete, no ano de 1987, Glória Perez ainda estava longe de ser a autora consagrada que se tornaria anos depois, ao voltar para a Globo. A produção contou com 191 capítulos e foi dirigida por Luiz Fernando de Carvalho e José Wilker (1944-2014), tendo Lucélia Santos como protagonista.
A novela foi uma das primeiras tentativas da Manchete em emplacar na dramaturgia e não conseguiu bom desempenho de audiência, terminando com apenas 3,4 pontos de média, muito aquém do fenômeno que viria anos depois com Pantanal (1990) e que garantiu 22 de média para o canal, sendo o maior fenômeno fora da Globo.
Na trama, em determinado momento, um casal briga e a mulher perde a paciência sacando uma arma e dando seis tiros à queima-roupa no crush e chega ao fim o capítulo chocante. Acontece que, no dia seguinte, o telespectador vê o desfecho bizarro: ela erra todos os tiros e nenhum atinge a vítima.
Em 2006, em entrevista ao programa Por Trás da Fama, do Multishow, Glória Perez relembrou a sequência e concordou que se tratou da cena mais absurda que ela já havia escrito. Agora, anos depois, a autora defendeu a cena em que Chiara (Jade Picon) fica frente a frente, em pleno metaverso, com Débora (Grazi Massafera), sua mãe morta.