Quem é Eli Ferreira, a Laura de Mar do Sertão
Um dos trabalhos da atriz já faturou um Emmy Internacional
Publicado em 15/09/2022 às 06:40,
atualizado em 15/09/2022 às 08:46
Laura (Eli Ferreira) chegou a Canta Pedra como uma economista misteriosa que ajuda José Mendes (Sergio Guizé) a fazer negócios na cidade onde, 10 anos antes, ele foi dado como morto. Elegante e empoderada em Mar do Sertão, a atriz fez muita gente pensar que ela era estrangeira em Órfãos da Terra (2019), trama na qual ela interpretou a refugiada Marie e que ganhou o Emmy Internacional de Melhor Telenovela em 2020.
A artista, de 31 anos, é nascida em Nova Iguaçu e criada em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, e, além dos folhetins de Mário Teixeira e Duca Rachid e Thelma Guedes, fez outros trabalhos na Globo, como Tempo de Amar (2018), Malhação - Pro Dia Nascer Feliz (2016-2017) e Império (2015). Ainda na emissora carioca, Eli participou da série Sexo e As Negas (2014).
Bombando no streaming, a fluminense poderá ser vista em Santo, série da Netflix que estreia na quinta-feira (16) e que traz Bruno Gagliasso como um dos protagonistas. Na produção, ela vive uma policial federal que se destaca pela honestidade e que exigiu dela uma preparação física intensa para lidar com os armamentos pesados manuseados pela personagem. Em abril, ela estreou na Amazon Prime Video com Sentença, na qual vive uma advogada lésbica, que quer ser juíza e não aceita corrupção, mas é assistente de um desembargador corrupto.
Já no teatro, Eli estreou muitos anos antes de surgir nas telinhas e acumula quase 10 trabalhos. Entre eles, estão os espetáculos Seis Personagens à Procura de um Autor (2011), O Jardim das Cerejeiras (2016) e Será que Vai Chover e Agreste, ambos de 2018. No cinema, ela participou de longas como Eduardo e Mônica (2022) e Detetives do Prédio Azul 2 (2018).
Animada em relação à Laura de Mar do Sertão, a atriz admite que está conhecendo a executiva aos poucos porque o autor da novela gosta de revelar os personagens no meio do caminho, mas admite que, se as expectativas de que ela se una ao rival de seu patrão para separá-lo de Candoca (Isadora Cruz) se cumprirem, ela ficará feliz. "Se ela for uma vilã eu vou adorar, porque eu sempre quis interpretr uma. Reconheço que o antagonismo principal cabe ao personagem do Renato Góes, o Tertulinho, e se ela for um braço dessa vilania, eu vou adorar, já que, assim, poderei explorar um lado meu que não foi trabalhado", confessou, em entrevista ao site de Heloisa Tolipan.
"Uma executiva que trabalha numa multinacional e chega ao interior nordestino seduzida inicialmente por seu trabalho, convidada por Zé Paulino, por quem é apaixonada. A rejeição dele em não vê-la como mulher, mas como uma profissional, e diante do fato de ela haver ido para aquela cidade convencida de fazer um projeto enorme, por influência dele, a faz ver seus sonhos desmoronarem ao se deparar, não apenas com aquela realidade, mas com o homem pelo qual ela é apaixonada estar se deixando levar por uma paixão antiga [pode despertar essa ação de vilania]."
Eli Ferreira, a Laura de Mar do Sertão, já venceu concursos de beleza
Apesar de morar em São Paulo atualmente, Eli Ferreira costuma visitar a Baixada Fluminense, local em que sua família e amigos de longa data ainda vivem e de onde ela saía para cumprir os primeiros compromissos de sua carreira artística. Na época, a modelo precisava pegar transporte público às três horas da manhã para conseguir chegar na Barra da Tijuca ou na Zona Sul do Rio no horário combinado. Na época, a jovem venceu diversos concursos de beleza e foi coroada Miss Belford Roxo.
Foi uma dessas competições que abriu portas para que ela ingressasse no teatro e em campanhas publicitárias. A primeira foi para uma marca de refrigerantes que ficou exposta em um shopping de Nova Iguaçu e deu à Eli o sonho de ganhar o mundo. Sua mãe ficava feliz por suas conquistas e torcia para que ela se realizasse, mas tinha os pés no chão. Já o pai, a atriz não conheceu e nem tem o nome dele em sua certidão de nascimento.
"Por mais que eu ainda queira muita coisa parece ainda haver muito a ser conquistado. Quando eu olho para trás identifico que já caminhei muito. A minha existência, inclusive, enquanto mulher preta, retinta e da Baixada interpassa por tudo isso. Gosto de falar de questões afirmativas, mas não quero ficar sempre restritas às chamadas raciais. Há tanto mais para falar, como haver sido aprovada em primeiro lugar na Escola de Teatro Martins Pena, falar de arte, do meu trabalho", disse, à mesma publicação.
Em sua página no Instagram, Eli acumula pouco mais de 85 mil seguidores e além de cliques de viagens e das tradicionais fotos de look, fala de um assunto que a interessa muito: ancestralidade. Na rede social, a atriz também defende as vacinas e melhores oportunidades de educação para jovens negros e da periferia.