Não foi só o Porta dos Fundos: 6 novelas que foram repudiadas por grupos religiosos
Evangélicos, católicos e umbandistas já reclamaram de outras tramas
Publicado em 19/12/2019 às 05:44
O Especial de Natal do Porta dos Fundos se tornou um dos produtos de dramaturgia mais falados nas últimas semanas. Isso porque venceu o Emmy Internacional, lançou uma nova versão na Netflix e ganhou o repúdio de cristãos.
Mas não é a primeira vez que um produto artístico enfrenta a revolta de grupos religiosos. Ao longo dos últimos anos, novelas receberam críticas por tratarem de assuntos que envolviam religião, como a católica, evangélica e a umbandista.
Por conta disso, o NaTelinha resolveu relembrar algumas tramas que receberam repúdio.
Confira:
Mulheres Apaixonadas (2003)
A novela de Manoel Carlos estreou com muitos temas polêmicos e um dos assuntos era uma mulher que se apaixonava por um padre e esse amor acabou sendo correspondido ao longo da trama.
Para interpretar o Padre Pedro Vicenza e Estela foram chamados Nicola Siri e Lavínia Vlasak para os papéis. Apesar da polêmica, Maneco apenas permitiu que os dois vivessem um grande amor depois que o religioso se desligou da igreja.
Mesmo assim, católicos não gostaram de ver um padre se apaixonado e deixando a batina. Apesar das críticas, a trama teve alta repercussão e o núcleo foi um de maior sucesso da produção.
América (2005)
Novela de Glória Perez sempre vem com temas espinhosos e que fazem os brasileiros discutirem. Em América não foi diferente e evangélicos não gostaram nem um pouco da personagem Creusa (Juliana Paes), uma mulher religiosa que traia o marido com outros homens.
Outro momento que causou revolta dos religiosos foi a idolatria por Nossa Senhora de Aparecida e o beijo gay do personagem Júnior (Bruno Gagliasso). Apesar da Globo ter gravado a cena, ela acabou não indo ao ar, frustrando milhões de telespectadores.
Duas Caras (2007)
Edivânia (Susana Ribeiro) era uma personagem evangélica e que passou a perseguir o triângulo amoroso formado por Dália (Leona Cavalli), Heraldo (Alexandre Slaviero) e Bernardinho (Thiago Mendonça), inclusive tendo um momento da trama que ela se diz possuída por espíritos.
Evangélicos massacraram a produção da Globo e houve pastores que opinaram sobre o tema na época. “Nós não atacamos ninguém, atacamos o demônio, que é quem faz as pessoas praticarem o mal”, disse Marcos Pereira da Silva, da Assembléia de Deus dos Últimos Dias. “Nós não atacamos ninguém, atacamos o demônio, que é quem faz as pessoas praticarem o mal”, acrescentou na época em entrevista ao site Gospel Mais.
Salve Jorge (2013)
Salve Jorge não tratou de nenhum tema religioso, mas o nome do padroeiro do Rio de Janeiro incomodou evangélicos, principalmente pela abertura que dizia “Salve Jorge na lua”.
A autora Glória Perez explicou na época que o nome se deu pelo motivo da trama se passar na Turquia e a lenda sobre São Jorge envolve a cidade da Capadócia.
Mas essa justificativa não colou com os religiosos e a trama precisou lidar com as críticas, tendo início no blog Exército Universal. “Quem crê no Senhor Jesus como único salvador não vai assistir essa novela”, dizia um dos textos.
Babilônia (2015)
Era o retorno de Gilberto Braga ao horário nobre após supervisionar Lado a Lado (2013). O autor resolveu colocar Fernanda Montenegro como par romântico de Nathália Timberg e as duas deram um selinho no primeiro capítulo.
Para atacar a novela, o pastor Marcos Feliciano usou como estratégia o boicote contra uma empresa que patrocinava a trama. “Conclamo aos que defendam valores morais a BOICOTAR esta empresa, não comprando e nem vendendo seus produtos até que ela retire seu patrocínio”, declarou quando a produção estava no ar.
Fato que Babilônia fracassou na audiência e o casal lésbico teve outro beijo, mas que pouco repercutiu.
Segundo Sol (2018)
Não foram apenas evangélicos e católicos que se incomodaram com produções da Globo. Umbandistas não gostaram da forma que Segundo Sol retratou um ritual espírita na história.
Laureta (Adriana Esteves) desejou o mal para um dos seus inimigos e o pedido foi atendido pelos santos, o que causou mal-estar entre os religiosos.
“A cena mostrou uma falta de entendimento por parte do autor da novela sobre o que é de fato a umbanda. Esse tipo de construção cenográfica só serve para ofender", criticou o cientista da religião Alexandre Cumino, sacerdote umbandista e autor dos livros Umbanda Não É Macumba e Exu Não É Diabo para o Notícias da TV em setembro do ano passado.
A novela também mostrou momentos de fé da protagonista Luzia (Giovanna Antonelli), mas não causou o mesmo impacto entre os religiosos.