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Diretora de programação do Viva defende próximas reprises criticadas pelo público

"Equilíbrio entre o que o assinante gostaria de ver e o que podemos exibir", explica


"Porto dos Milagres", "Terra Nostra" e "O Cravo e a Rosa": novas reprises do Viva
"Porto dos Milagres", "Terra Nostra" e "O Cravo e a Rosa": novas reprises do Canal Viva - Fotos: Divulgação/TV Globo

Nesta última semana, o Canal Viva divulgou a sua próxima trinca de novelas. São elas: “Porto dos Milagres” (2001, exibido originalmente às 21h), de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares; “Terra Nostra” (1999, 21h), de Benedito Ruy Barbosa; e “O Cravo e a Rosa” (2000, 18h), que marca a estreia de Walcyr Carrasco na emissora.

Essa escalação, no entanto, foi alvo de fortes críticas de parte dos assinantes, tanto pelo cancelamento de tramas anunciadas meses atrás, quanto por serem histórias finalizadas há menos de 20 anos - o que contraria um acordo celebrado entre a Globo e a Globosat, que deixava títulos mais recentes para a TV aberta.

Para esclarecer a situação, o NaTelinha procurou a diretora de programação do Viva, Ana Carolina Lima. “Rever um planejamento faz parte da dinâmica de seleção de programação”, explica a gestora. Segundo ela, as trocas são motivadas por razões distintas, de acordo com cada caso e contexto. Foi o que aconteceu agora, com a retirada de “Roda de Fogo” (1986, 21h) e “Força de um Desejo” (1999, 18h).

Diretora de programação do Viva defende próximas reprises criticadas pelo público
"Roda de Fogo" e "Força de um Desejo": anunciadas, mas canceladas

“Por exemplo, podemos trocar títulos porque uma novela pode combinar melhor com a outra na trinca do ano. E quando alongamos o planejamento, analisamos as melhores composições para três anos. Isso não é nada além do trabalho usual de programação, que é oferecer a melhor oferta possível para a audiência a longo prazo”, pondera Carolina.

Além das duas tramas mencionadas acima, o Canal Viva tem à sua disposição outros títulos engavetados. São eles: "Jogo da Vida" (1981, 19h), de Silvio de Abreu; "Brega e Chique" (1987, 19h), de Cassiano Gabus Mendes; "Lua Cheia de Amor" (1990, 18h), de Ricardo Linhares; e "Pecado Capital" (1998, 18h), remake de Gloria Perez rejeitado duas vezes pelos telespectadores.

A diretora de programação não descarta que essas histórias possam ser escaladas no futuro. “A escolha da trinca é feita a partir de uma série de critérios, como direitos autorais, número de capítulos, diversidade dos temas, entre outros. Todas as obras já aprovadas podem ser exibidas eventualmente, seguindo a estratégia de programação do canal”, diz.

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Remake de "Pecado Capital" foi rejeitado pelos assinantes todas as vezes em que foi escalado

Acordo não é sentença

Em 2017, foi divulgado que a Globo e o canal pago realizaram um acordo. Nele, o Viva poderia reprisar novelas transmitidas há 20 anos, enquanto a emissora aberta ficaria com os títulos mais recentes - tal medida, inclusive, foi uma das justificativas para a reapresentação de “Por Amor” (1997) em 2017 -. Entretanto, a nova trinca recebeu críticas de parte dos assinantes por ir de encontro a essa decisão.

“Terra Nostra” foi exibida às 21h entre setembro de 1999 e junho de 2000 (há 18 anos e oito meses); “O Cravo e a Rosa”, das 18h, foi finalizada em março de 2001 (18 anos); e “Porto dos Milagres”, das 21h, encerrou sua veiculação em setembro de 2001 (17 anos e cinco meses).

A janela de exibição, segundo a diretora, é discutida caso a caso. “Somos empresas do mesmo grupo. Não existe um cenário estático, pelo contrário, vivemos em um mundo cada vez mais dinâmico. Precisamos sempre manter o equilíbrio entre o que o assinante gostaria de assistir e o que podemos exibir”, afirma.

Vale a pena, seja do jeito que for

As críticas à escalação de “Terra Nostra” são pelo fato de que o Canal Viva exibirá a versão internacional, de 150 capítulos - a original tem 221 -. A emissora ganhou fama por, justamente, mostrar as obras na íntegra, tal qual foram veiculadas originalmente. “Por que privar o público de rever essa grande novela?”, questiona Ana Carolina, acrescentando: “não há um procedimento padrão a ser seguido, cada caso é avaliado individualmente”.

“Ao selecionar um título, podemos esbarrar com questões de direitos, visto que são obras mais antigas e existiam outros modelos de negócios quando foram produzidas. Mas 'Terra Nostra' é uma novela que está disponível, sem prejuízo algum ao andamento da trama, a ponto de ter sido exibida internacionalmente por vários países. Acreditamos que esta programação não se inviabiliza por conta disso e estamos confiantes no potencial desta reexibição”, pontua.

Não é a primeira vez. “Dancin’ Days” (1978), em 2014, foi reprisada na versão internacional em virtude das más condições do material original. Mas naquela situação o conteúdo foi ajustado para que tivesse a mesma quantidade de capítulos oficiais (174). Por isso que diversos episódios não ficavam mais que 30 minutos no ar.

Cada caso é um caso

A data marcada para a reestreia da novela de Giuliana (Ana Paula Arósio) e Matteo (Thiago Lacerda) causou estranheza: 28 de fevereiro, uma quinta-feira, véspera do feriadão prolongado de Carnaval. A escolha se explica pelo contexto: “não faz sentido colocar outra programação na faixa da novela. As audiências de Pay TV continuam vigorosas durante período de férias e feriados, portanto, a decisão respeita quem é fã e acompanha com fidelidade as novelas do Viva. O público que perder algum capítulo por conta do Carnaval, poderá assistir no Viva Play”.

Outra controvérsia, envolvendo “Porto dos Milagres”, se deu pela semelhança com “A Indomada”, o que bate com uma alegada “diversidade de temas e elencos” nas escalações. Ana Carolina desconversa: “Nesse caso, 'A Indomada' termina dia 22 de março e 'Porto dos Milagres' estreia em 11 de fevereiro, ficando em exibição simultânea por um período curto”, diz.

Outras trocas

Diretora de programação do Viva defende próximas reprises criticadas pelo público
"A Próxima Vítima" e "A Viagem" tiveram estreias adiadas após pedidos do público

Em outros momentos, o canal da Globosat já efetuou troca de títulos. O primeiro deles aconteceu em 2012, com a substituta de “Barriga de Aluguel” (1990, 18h). Originalmente, deveria ter vindo “A Próxima Vítima” (1995, 21h), mas veio “Renascer” (1993, 21h). A história policial ficou como substituta da trama rural.

Em 2013, foi a vez do remake de “Pecado Capital” ser preterido para a vaga de “Felicidade” (1991, 18h). No lugar, entrou “Anjo Mau” (1997, 18h). No ano seguinte, a novela de 1998 foi rejeitada novamente, como substituta de “História de Amor” (1995, 18h). Em virtude das críticas, o Viva promoveu enquete em que o público selecionou “Tropicaliente” (1994, 18h).

Ainda em 2014, “A Viagem” (1994, 19h) deveria ser a substituta de “Água Viva” (1980, 21h). A forte reação dos assinantes fez com que fosse trocada por “Dancin’ Days”, e a história de Ivani Ribeiro foi remanejada para a sucessão de “A Próxima Vítima”.

Por fim, no ano passado, duas mudanças. “Brega e Chique” perdeu espaço para “Baila Comigo” (1981, 21h) como substituta de “Sinhá Moça” (1986, 18h). E “Roda de Fogo”, planejada para suceder “Explode Coração” (1995, 21h), foi trocada por “A Indomada” (1997, 21h).

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