Polêmica envolvendo o conto de “A Bela Adormecida” pode censurar livro em salas de aula
Publicado em 04/12/2017 às 14:30
Depois de tantos escândalos sexuais agitarem os bastidores de Hollywood, uma nova polêmica pode censurar o conto “A Bela Adormecida” nas salas de aula inglesas. A iniciativa partiu de uma mãe que alega haver comportamento sexual inadequado no livro.
Na última semana, Sarah Hall foi surpreendida quando o filho, aluno de uma escola primária, levou para casa uma nova versão literária do conto de fadas, ficando preocupada com a mensagem proposta pela publicação.
Mãe de dois filhos, na opinião de Hall a passagem na qual o príncipe Felipe acorda a princesa Aurora com um beijo, libertando-a de uma maldição, configura abuso sexual.
Em entrevista ao “Newcastel Chronicle”, ela afirma, ainda, que a história não deve ser totalmente banida do currículo escolar. Para Sarah, o ideal é que o conto sirva de alerta e discussão com crianças mais velhas sobre consentimento e a forma com a qual a princesa deveria se sentir.
Na atual versão, um personagem chamado Kipper revela a um jovem príncipe a história da princesa adormecida a espera de um beijo capaz de fazê-la despertar daquele sono profundo.
Na publicação, é o próprio rapaz quem a beija. E, de acordo com Hall, a ilustração deixa claro que enquanto o príncipe ainda é uma criança e a princesa uma adolescente, Kipper já é um homem adulto.
Sarah usou as redes sociais para protestar contra o livro e usou a hastag #MeToo, a mesma utilizada por muitos homens e mulheres para compartilhar suas experiências de assédio sexual após as denúncias contra o produtor Harvey Weinstein, de Hollywood.
“Estes são indicativos de quão enraizado esse tipo de comportamento está na sociedade. Todas essas pequenas coisas se acumulam, e elas fazem a diferença”, declarou Hall ao “Newcastle Chronicle”.
“Acho que é uma questão específica na história de ‘A Bela Adormecida’ sobre comportamento sexual e consentimento. Trata-se de dizer: isso ainda é relevante? É apropriado? Na sociedade de hoje, não é apropriado. Meu filho tem apenas seis anos, ele absorve tudo o que ele vê, e não é como se eu pudesse transformar isso em uma conversa construtiva”, concluiu.