Ambição

Afinal, como a Netflix faz dinheiro?

Estratégia da empresa tem sido contrair dívidas consideradas impagáveis para colher lá na frente


Netflix
Sede da Netflix em Los Gatos, na Califórnia

A Netflix é a líder indiscutível no streaming de vídeo. A empresa que começou como locadora de DVDs por correio criou uma plataforma moderna como conhecemos e construiu uma audiência sólida. Mais de 50% dos lares nos Estados Unidos têm o serviço.

Sem depender de anúncios para aumentar sua renda, ao contrário de concorrentes, como ela consegue ganhar dinheiro?

Somente em 2018, a Netflix fez US$ 16 bilhões em receita, um aumento de 35% em relação ao ano anterior. A plataforma também teve um lucro de US$ 1,2 bilhão em 2018, o dobro de 2017.

Ao todo, cerca de 140 milhões de usuários pagam entre US$ 8 e US$ 16 à Netflix. Dentre as razões, a principal delas é o conteúdo original e o catálogo vasto.

A empresa estima que cerca de 80 milhões de família assistiram a "Bird Box" (foto/abaixo), por exemplo, nas quatro primeiras semanas após seu lançamento.

Afinal, como a Netflix faz dinheiro?

O investimento é pesado: em 2018, foram US$ 12 bilhões injetados, acima dos US$ 9 bilhões em 2017. Neste ano, serão aproximadamente US$ 15 bilhões.

Embora a Netflix seja lucrativa com base no fluxo de caixa, esse gasto de conteúdo realmente torna a conta bancária dela negativa, já que em 2018 ela teve um fluxo negativo de US$ 3 bilhões.

A gigante vem assumindo dívidas para construir sua biblioteca de conteúdo original. O objetivo é escalonar o gasto ao longo do tempo, a medida que o catálogo se torne tão grande a ponto que até mesmo os ávidos observadores não consigam mais passar por tudo.

É uma estratégia ousada, mas que até agora está funcionando.

De tal modo, em termos mais simplistas, a Netflix não está ganhando dinheiro, e sim perdendo, contraindo dívidas estratosféricas, bilionárias, pensando em um futuro a longo prazo.

O streaming, em relatórios, denomina seus altos gastos para "fins corporativos em geral", como pagamento de licenças, investimentos e transações estratégicas.

Na próxima década, a meta é ter 50% de conteúdo próprio. E a Netflix não se importará em contrair dívidas ainda mais robustas.

O que para muitos pode parecer impagável, para a Netflix ter uma dívida desse tamanho é justamente a receita para pagá-la: tendo produtos consumidos no catálogo.

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