Axé

Claudia Leitte acena para religiões de matriz africana após acusação de intolerância

Cantora apresentou seu novo trabalho


Claudia Leitte cantando em microfone, de perfil, de roupa branca e cabelo solto
Claudia Leitte durante show - Reprodução/Instagram

Quase um ano após ser acusada de intolerância religiosa, Claudia Leitte fez uma espécie de aceno para as religiões de matrizes africanas. Em duas faixas de seu novo trabalho, a cantora, que é evangélica, fez referência "a quem é de axé", sugerindo uma resposta aos que a taxam de preconceituosa.

O projeto que a artista acaba de apresentar à imprensa e aos fãs se chama Especiarias. Ela lançou um audiovisual do álbum, gravado em plano-sequência, e afirmou que está mais conectada com seu propósito de fazer músicas que façam bem às pessoas e provoquem uma transformação.

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Na canção A Chave, Claudia Leitte declara: "De joelho ou de pé, amém pra quem é de amém, axé pra quem é de axé. Amor acima de tudo e fé, pra tudo, fé". Já em Nosso Clichê, a loira defende todas as formas de amor: "E se a gente saísse sem culpa e sem medo? E se o nosso segredo acabasse aqui? E se a gente assumisse pra Deus e o mundo que a gente já tá junto e vai até o fim?".

Confira as datas de lançamento do novo álbum de Claudia Leitte:

A grave acusação contra Claudia Leitte

Em dezembro de 2024, Claudia Leitte se envolveu em uma grande polêmica após viralizar um vídeo no qual a cantora troca a letra da música Caranguejo, substituindo o verso "Saudando a rainha Iemanjá" por "Eu canto meu Rei Yeshua", termo que significa Jesus em hebraico.

Secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho recorreu ao Instagram para repudiar a atitude da famosa e defender o Axé e a cultura afro. "Axé é uma palavra de origem yorubá, que tem um significado e um valor insubstituível na cultura e nos cultos de matriz africana. Deste mesmo lugar, e com essa mesma importância, vêm também os toques de percussão que sustentam, dão identidade e ritmo à chamada Axé Music", afirmou.

"Sempre há tempo para refletir, entender, mudar e reparar, mesmo após os 40 anos. O papel da cultura negra no Axé Music, o protagonismo dos cantores brancos, com os negros na composição e na 'cozinha', são fatos que não podem ser contornados. Não é para se fazer caça às bruxas, mas sim fazer justiça e colocar tudo no seu devido lugar", destacou Pedro.

"Homenagens ao Axé Music em 2025 têm de ser também afirmativas, trazendo os tambores para frente, os compositores para o alto. Têm de remunerar também de forma equivalente todas as cores. Têm de trazer a informação da origem daquela batida, falar de Dodô tanto quanto de Osmar. Celebrar aquele momento, trazendo luz a tudo e todos", disse o secretário.

No desabafo, Pedro Tourinho alfinetou Claudia Leitte e lembrou do fato de ela ter se tornado evangélica. "Quando um artista se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e sua cultura, reverencia sua percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha muito dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo, e é o surreal e explícito reforço do que houve de errado naquele tempo", detonou.

"Se é para celebrar os 40 anos do Axé Music, que seja para celebrar com respeito, fortalecendo seu fundamento, ajustando desequilíbrios, valorizando sua verdade, avançar caminhando pela frente. Não podemos admitir desrespeito, apropriação e retrocesso, novamente", pediu Tourinho.

Na época, Claudia Leitte também foi detonada nas redes sociais.

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