Cláudia Mauro celebra vilã em Travessia e revela ligação especial com Glória Perez
Atriz, que entrou na trama como a bandida Pilar, conta que conheceu a autora da novela quando tinha 15 anos
Publicado em 08/02/2023 às 04:50
Cláudia Mauro entrou em Travessia como a vilã Pilar, uma mulher perigosa e duas caras, ligada à máfia espanhola, que investiga Helô (Giovanna Antonelli) e Stenio (Alexandre Nero). É a primeira vez que a atriz trabalha com a autora Glória Perez, com quem tem uma ligação especial. Ela era uma das amigas mais próximas de Daniella Perez (1970-1992), filha da escritora.
“Conheci a Glória quando eu tinha 15 anos, quando a Dani e eu dançávamos na Carlota Portella [famosa coreógrafa e dona de uma escola de dança no Rio de Janeiro]”, conta Cláudia Mauro, em entrevista exclusiva ao NaTelinha. A amizade começou no fim dos anos 1980 e se estendeu até a morte da jovem atriz em 1992, com apenas 22 anos.
Quando Daniella Perez estreou na TV, tentou levar Cláudia Mauro consigo. O trabalho era Barriga de Aluguel (1990), primeiro grande sucesso de Glória Perez na TV. “Eu já fazia teatro e a Dani vivia falando de mim para a Glória. Queria porque queria que eu fizesse a novela. Toda hora, falava de um personagem ou de outro, que tinha que me colocar no elenco.”
“A Dani encheu tanto o saco da Glória para me colocar na novela, mas não tinha personagem para mim, que ela acabou colocando o nome da personagem da Dani, em minha homenagem: Clô, que é como os amigos íntimos me chamam.”
Cláudia Mauro
Em 1992, Cláudia despontaria como Capitu na Escolinha do Professor Raimundo. Permaneceu no humorístico até 1994 e, depois, seguiu carreira em novelas, mas nunca havia trabalhado com a mãe de sua amiga. “Nunca deixamos de nos falar, mas, no lugar da Glória, acho que eu não conseguiria escrever para pessoas tão próximas por um bom tempo”, avalia a atriz.
Em 2022, a morte de Daniella completou três décadas. Também no ano passado, foi lançada a série documental Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez, pela HBO Max, e morreu de infarto um dos responsáveis pelo crime, o ex-ator Guilherme de Pádua (1969-2022), aos 53 anos.
“Fechou-se um ciclo com os 30 anos da partida da Dani. Com o documentário que deu voz à Glória, ela finalmente pôde falar. E também com a partida do assassino desse mundo. Não temos mais a vulnerabilidade de encontrá-lo por aí.”
Cláudia Mauro
Travessia também marca encontro de Cláudia Mauro com a prima Giovanna Antonelli
Além da ligação pessoal, há ainda uma admiração profissional pela novelista, já que Cláudia escreve roteiros para o teatro – e está há seis anos em cartaz com o premiado espetáculo A Vida Passou por Aqui. “A Glória é uma referência como escritora e uma autora com quem toda atriz quer trabalhar. É uma grande dramaturga, escreve personagens maravilhosos.”
O papel da bandida de Travessia é um tipo diferente na carreira de Cláudia Mauro. “Estou adorando. A Pilar é realmente diferente de tudo o que eu já fiz. Está me dando a oportunidade de mostrar duas faces, duas personagens em uma só. De um lado, aquela mulher que se faz passar por amiga, mais popular, animada, que vai para o samba, para o núcleo delicioso de Vila Isabel. E, do outro lado, a verdadeira personalidade dela, de mafiosa.”
Ela celebra a parceria com os atores José Rubens Chachá (Montez) e Luci Pereira (Creusa), seus principais colegas de cena, e também com a prima Giovanna Antonelli, outra com quem nunca havia contracenado. Sobre os próximos capítulos da trama, a atriz não pode adiantar muita coisa. “Nem eu sei muito bem ainda o que vai acontecer (risos)”, garante.
“O que posso dizer é que ela vai até o final, e começa a correr cada vez mais riscos de ser descoberta, porque, além da história do cofre, ela agora está planejando com o Montez uma chantagem em cima do inquérito que achou na casa do Stênio.”
Cláudia Mauro
Atriz e roteirista, Cláudia Mauro vai lançar filme em homenagem a Eduardo Galvão
Além da novela, a artista está envolvida em mil e um projetos. Um deles é um longa-metragem dedicado ao amigo Eduardo Galvão (1962-2020), que morreu de Covid-19 aos 58 anos. A ideia inicial era fazer uma série sobre a relação do ator com várias amigas. A expectativa, agora, é produzir um filme com o mesmo plot. “Estamos nos reestruturando agora que o mercado está reaquecendo”, comenta.
Por conta das gravações da novela de segunda a sábado, Cláudia Mauro está em cartaz com sua peça A Vida Passou por Aqui apenas aos domingos, no Rio de Janeiro. Em breve, o texto também deverá virar um longa-metragem e uma série, mesmo plano que faz para a homenagem a Eduardo Galvão. Além disso, ela quer levar o espetáculo para São Paulo e fazer temporadas na Europa, passando por Portugal, Itália e Inglaterra.
“A peça ainda tem um longo percurso pela frente e está na minha prioridade”, afirma a atriz. E não para por aí: o espetáculo Um Pai de Outro Mundo, escrito em parceria com Marcelo Serrado, que encena o texto, acaba de estrear no Rio. Ela também quer colocar nos palcos Na Próxima Estação, que escreveu para o amigo Giuseppe Oristânio e o marido Paulo César Grande, com quem é casada desde 1994.
Há ainda um monólogo autoral, com o título provisório de À Flor da Pele, previsto para estrear em abril; o filme Silenciados, com Marcello Novaes, com roteiro escrito a partir de argumento do ator, com direção de Rogério Gomes; e a série Os Sexalecentes, ainda em fase de concepção, sobre pessoas na faixa dos 60 anos. “São muitos projetos e ideias, mas temos que ir aos poucos”, resume a artista.
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