Uma década de fama

Geisy Arruda analisa: Não sei como me mantenho na mídia

Em entrevista ao NaTelinha, Geisy Arruda fala sobre a carreira e não hesitaria em voltar para A Fazenda


Geisy Arruda
Geisy Arruda: famosa há 10 anos - Fotos: Reprodução/Instagram

E lá se vão 10 anos desde o dia em que Geisy Arruda foi manchete nos principais noticiários depois de sofrer bullying e humilhação pelos colegas de faculdade, na Uniban. O motivo? Um vestido curto, que culminou na ira de estudantes que se acharam no direito de infernizar a vida da colega.

Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Geisy Arruda diz nunca entrou em contato com os colegas da época. "Não me faria bem ficar atrás de saber informações de pessoas que me hostilizaram, que me humilharam", enfatiza.

Digital influencer, ela prefere não procurar informações acerca daquelas pessoas e quer ficar próxima apenas das que gosta e esquecer todo aquele escândalo que viralizou no Orkut, rede social que foi extinta. "Começaram a compartilhar e isso foi parar na televisão, jornais e teve a repercussão que teve. Mas a internet já me ajudava", recorda.

Mesmo após 10 anos, Geisy conseguiu se manter na mídia e participa dos mais variados programas de TV até hoje. Foi confinada no reality A Fazenda 3 (2010), da Record, e diz que voltaria tranquilamente: " Entraria novamente com certeza". Se fosse convidada para o De Férias com o Ex, da MTV Brasil, por exemplo, a resposta é outra: "Me assustaria de ter ex-namorados expostos".

Confira a entrevista na íntegra:

NaTelinha - Já faz 10 anos que você ficou famosa, e depois colheu os louros dela. Você se recorda das pessoas que zombavam de você e praticavam bullying? Tem alguma ideia de como elas estão hoje?

Geisy Arruda - Na verdade, por opção minha, não fico atrás de saber o que essas pessoas estão fazendo hoje, como é a vida dessas pessoas. Não me faria bem ficar atrás de saber informações de pessoas que me hostilizaram, me humilharam há 10 anos. Independentemente da quantidade de anos que passem, foi uma agressão muito séria. Não acho saudável indo atrás dessas pessoas. Por uma forma de ter uma vida mais tranquila, questão de sanidade mental mesmo, não procuro informação dessas pessoas. É normal não querer elas perto de mim agora. Ninguém nunca me pediu desculpas, ninguém nunca me mandou um e-mail, ninguém nunca veio falar comigo. Acho que não sou eu que tenho que fazer isso. Enfim, já se passaram 10 anos e isso está acertado na minha cabeça. Sigo minha vida adiante. Tenho as pessoas que me cercam, que me amam e que gostam de mim. Meus seguidores, o pessoal da rede social que tá sempre comigo. Não acho que tenho que voltar ao passado e viver remoendo essas coisas.

NaTelinha - Você também já posou nua depois disso. Qual foi o cachê e por qual motivo aceitou? Dinheiro ou vaidade? Ou os dois?

Em relação a cachês, eu não falo de cachês dos trabalhos. Até por questões contratuais, não posso ficar abrindo cachês. Dinheiro ou vaidade? Dinheiro, óbvio. Nenhuma mulher posa nua por vaidade. Posei nua em 2009 e em 2016, num espaço de tempo razoável entre uma revista e outra. E as revistas foram bem diferentes. Em 2009 tinha-se uma estrutura muito maior, não havia tantos nudes na internet, sites de pornografia como há hoje. Então, se pagava melhor em 2009. Em 2016 foi um cachê melhor. Mas agora não teria como posar nua novamente em 2019 ou 2020. Com a internet e sites de pornografia, não se compra mais esse produto porque se tem ele de graça com muita facilidade. Perdeu-se a questão do colecionador de revista. Com a tecnologia da internet não se tem mais.

Geisy Arruda analisa: Não sei como me mantenho na mídia

NaTelinha - Apesar de já terem se passado 10 anos, naquela época, em 2009, as redes sociais não eram tão fortes. Apesar disso, você conseguiu se manter com sucesso nelas, sendo chamada até hoje para programas na TV. Diferentemente de outras personalidades meteóricas que sumiram, por que você acredita que se mantém na mídia depois de tudo?

Geisy Arruda - Há 10 anos, meu vídeo viralizou através do Orkut, que nem existe mais. Era discada, mas existia. E já era forte. Esses vídeos postados na comunidade, os alunos da Uniban, inclusive fazia parte de todos. Começaram a compartilhar e isso foi parar na televisão, jornais e teve a repercussão que teve. Mas a internet já me ajudava.

Na verdade eu não sei o porque [se mantém na mídia]. Se eu falasse, estaria mentindo. As pessoas me perguntam muito, mas não sei. Não é uma receita de bolo, uma coisa pronta. Eu tenho algumas teorias, mas não sei se são verdadeiras. Talvez pelo meu jeito, minha personalidade, algumas pessoas terem me abraçado, minha causa, minha história de vida, de fazer do limão uma limonada. Mas o porque isso aconteceu, não tenho como te falar. Não sei mesmo.

NaTelinha - Você não tem medo ou vergonha de postar cliques ousados no Instagram. Seus seguidores até pedem mais e também que você faça fotos nuas...

Geisy Arruda - Por que teria medo ou vergonha de postar fotos que eu gosto na minha rede social. Não vejo como isso me daria medo ou vergonha. Existem sentimentos ou ações que merecem ter medo ou vergonha. Eu posto o que eu quero nas minhas redes sociais. Respeito a opinião dos meus seguidores, acompanham minha vida, torcem por mim. Posto o que quero. Não costumo fazer nada para agradar as pessoas. Não posto fotos nuas porque o Instagram derruba. Tem uma regra de censura, são bem chatinhos, diferente do Twitter que é mais liberal. No Twitter a gente posta mais besteira, brinca mais sobre sexo, política, é uma plataforma mais liberal. O Instagram, se eu postar um nudes, é tirado do ar. Então não vou postar uma coisa que sei que vai ser derrubada.

NaTelinha - Teu Instagram é um painel de publicidade egocentrista?

Geisy Arruda - Não, meu Instagram é o Instagram da Geisy. Não dei esse nome a ele não. Só é meu Instagram. Só isso.

Geisy Arruda analisa: Não sei como me mantenho na mídia

NaTelinha - Como você alimenta seu Instagram? De certa forma, tem que ter criatividade para se manter em alta. Como você negocia seus cachês? Já houve marcas que você recusou?

Acredito que as pessoas querem que seja o que você é. O tempo todo. Seu dia a dia, compras, viagens, ida ao mercado. É legal as pessoas terem essa ideia que o artista ou famoso, pessoa pública, a pessoa que ela segue ou gosta, tem a curiosidade de saber como é a vida dessa pessoa. Elas gostam de ver que as pessoas tem problemas. Hoje tô com uma enxaqueca horrível e já reclamei que tô com dor de cabeça lá no Instagram.

Do mesmo jeito que mostramos as lamúrias, mostro a vida como ela é. Eu sempre posto meu cachorro, minha mãe, minha vida. Talvez as pessoas gostem de mim por isso. Espero que as pessoas gostem. Ou não. É a minha vida. Não tenho uma regra, ah eu preciso postar só coisas boas, ou me postar arrumada, estar sempre impecável. Posto minha vida como ela é. Diariamente.

Tenho meu assessor que trabalha comigo justamente não só pra negociar trabalhos ou publicidade, pra também filtrar o que é verdade, o que não é. Tem muita gente que manda e-mail só pra brincar. Tem homem que quer meu telefone só pra me chamar pra jantar.

E nunca recusei marca nenhuma. Fazemos desde propaganda de lojas do Brás, a marcas de camisinha, produtos alimentícios, lojas de móveis, carros, boates, enfim, tudo. A gente não tem esse filtro, sabe? A gente trabalha honestamente e atende todo mundo. Nunca precisei recusar nada, não.

NaTelinha - Ao longo desses 10 anos, você também já esteve confinada em A Fazenda. Aceitaria um convite para retornar? Como classifica sua experiência?

Geisy Arruda - Precoce. Eu entrei na Fazenda depois que aconteceu o caso da faculdade, se não me engano foi em 2010. Eu era muito novinha e inexperiente. Não tinha experiência de vida e a maturidade que tenho hoje. Mas, foi uma oportunidade linda que me trouxe bons frutos. Comprei meu apartamento com isso. Além do cachê trabalhei bastante depois da Fazenda. Só me trouxe coisas boas. E me tornou uma pessoa mais famosa, uma notoriedade muito grande. Até então fiquei conhecida por estar nos noticiários policiais, Cidade Alerta, Fantástico, Jornal Nacional, sofri uma agressão muito grande e só saía nesses lugares de conteúdos mais sérios. E a Fazenda me abriu portas pra fazer programas de entretenimento. Fui contratada por dois anos pela Record no Programa do Gugu, na Escolinha, tinha contrato assinado e tudo. Apesar de não ter nenhuma maturidade e experiência, A Fazenda me firmou no mundo artístico. Consegui ficar mais tempo na mídia. Se eu não tivesse entrado na Fazenda, não conseguiria trabalho na Record, em horário nobre domingo na televisão. A Fazenda, em si, me fincou na mídia e me deu espaço, tempo para que as pessoas gostassem de mim, me aceitassem. A escolha em ir pra Fazenda foi primordial, importante e muito bem acertada.

Claro que eu voltaria hoje. Eu sei que A Fazenda traz muitas coisas boas, muita visibilidade. Tem que ter um comportamento bacana, porque ela pode destruir uma imagem, carreira, se você agredir uma pessoa lá dentro. Tivemos recentemente caso de expulsão. Quando você participa de um reality, tem que tomar esse cuidado. Ou abre portas ou destrói uma carreira. Entraria novamente com certeza, com cuidado pra não destruir o que construí nesses 10 anos. Sempre mantendo minhas origens e sempre tentando ser o mais correta possível.

Geisy Arruda analisa: Não sei como me mantenho na mídia

NaTelinha - Você participaria de outro reality? O De Férias com o Ex está em alta... Te assustaria a possibilidade de ter ex-namorados ao lado?

Geisy Arruda - Me assustaria de ter ex-namorados expostos. Porque hoje tenho meus relacionamentos guardados a sete chaves. Até porque, escrevo contos eróticos. Vou lançar um livro chamado O Prazer da Vingança. Tenho um canal no YouTube que fala sobre muitos assuntos, inclusive de sexo que é o Ponto G. Falamos de fetiches, sexo oral, entrevistamos atores pornôs, a galera mais liberal que curte casa de swing, sou escritora de contos eróticos. Sou considerada por muitas pessoas, apesar de não achar, um sexy simbol.

Então, explorar os namorados e mostrar pras pessoas, acho que não seria uma boa. Quando você mostra um namoro e torna público, as pessoas começam a dar palpite, gostam ou não. Volta, tem que explicar porque voltou. Tem que explicar porque brigou. Estou cansada de explicar, imagina viver isso. Não faria o De Férias com o Ex porque já sei a repercussão que isso vai dar. Não só no programa, mas tem um pós. Não iria nesse reality não.

NaTelinha - Você vislumbrou a possibilidade de comandar uma atração na TV, ser apresentadora, auditório... Existe esse sonho?

Geisy Arruda - É claro que existe! Existe sim! Mas hoje em dia ter um horário na televisão custa um preço. E é um preço alto. Existem formas. Você pode ser contratada, mas precisa levar anunciantes. Hoje em dia com o YouTube, internet, as pessoas estão ligadas ao seu celular.

Particularmente não assisto novela nenhuma. Se me perguntar da rede social, da Anitta, por exemplo, do Hugo Gloss, eu sei. Alguma coisa com certeza eu vi.

Ter um programa de televisão é caro. Um projeto ambicioso, envolve muitas coisas e muito dinheiro. Então, o que as pessoas estão fazendo? Migrando para o YouTube. Por uma questão financeira. Para falar diretamente com o público. Hoje a gente tem digital influencers com milhões de seguidores e que tem um poder de comunicação maior que apresentadora em horário nobre da Globo. A gente tem youtubers, a galera que comanda muito hoje o mundo. E ganham milhões de dinheiro por isso. Danço conforme a música. Sou um ser humano adaptável e falo a língua da internet e tento me adaptar nesse mundo.

NaTelinha - Quais são seus planos para 2020? O que pretende fazer artisticamente?

Geisy Arruda - Eu não sou de fazer muitos planos prolongados. Acho uma chatice. Gente que vive com planilha pronta não vive. Tenho minha vida planejada até dezembro e quero estar com minha família e comer. Na última semana de novembro, no mais tardar primeira de dezembro, já lanço meu livro de contos eróticos, O Prazer da Vingança, que tem 11 contos eróticos. Tem um ensaio exclusivo de fotos que serão colocadas em cada conto. Fotos feitas por mim. É um ensaio exclusivo. Quase 200 páginas de conteúdo, então provavelmente 2020 estarei trabalhando a divulgação desse meu livro e se tudo der certo, eu posso lançar em 2020 um segundo livro, por que não? Sonhar alto que dá certo e Deus abençoa. Sonhar não paga nada. Espero continuar com meu canal no YouTube bombando. Estamos com quase 70 mil inscritos em tempo recorde. Em 2020 espero alavancar esse número pra 100, 200, 300 mil inscritos.

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