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Emmy Kids mostra como a TV aberta "se lixou" para o público infantil

Antenado


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Foto/ilustração

Recentemente, este colunista/repórter do NaTelinha publicou uma matéria sobre como os jovens deixaram de assistir TV aberta nos últimos tempos.

O público deste meio está envelhecido, e é até entendível que a TV aberta busque estas pessoas, já que elas trabalham e podem consumir o que é anunciado por lá.

Porém, o telespectador de hoje é o mesmo de amanhã. Se o jovem vê pouco televisão hoje, verá pouco amanhã, porque não teve o costume.

Nesta segunda-feira (17), foram divulgados os indicados para o Emmy Kids, o Oscar da TV infantil do mundo todo. Do Brasil, foram quatro indicados, sendo três deles de canais pagos, nichados, especificamente para o público infantil.

Aliás, é na TV paga que as crianças e jovem encontraram refúgio. Discovery Kids e Cartoon Network são líderes históricos de audiência na plataforma, e certamente não devem deixar tão cedo.

Enquanto isso, apenas "Malhação Sonhos", pelo segundo ano seguido, foi indicada para o prêmio. Apenas um canal de TV aberta, apenas um programa e ainda de forma repetitiva.

Nos últimos tempos, a maior novidade em TV aberta direcionada para este público foi a aquisição de "Dragon Ball Z" e "Os Cavaleiros do Zodíaco" pela Rede Brasil, um canal UHF pequeno.

Com todo o respeito à Rede Brasil, é absurdo que a principal novidade de TV aberta no ano para o público infantil seja isso. Beira à brincadeira na verdade.

As outras não observam o sucesso que o SBT está tendo apostando neste nicho? Ninguém nota que os campeões da TV paga são canais infantis? Por que diabos a TV aberta esqueceu as crianças?

"Ah, não fatura". Lógico, não há atrações interessantes. Passar sessões de desenho e esperar que anunciantes caiam do céu é o cúmulo da preguiça. Pior: desenhos reprisados, sem nada de inédito.

Por qual motivo não investir num formato interessante, que traga o público? Numa atração que faça as crianças terem uma babá. Apenas 19 milhões de assinantes têm TV paga. A TV aberta não pode esquecer esse público assim. É imoral.

Falta formato e boa vontade de investir nos jovens e crianças por um único motivo: desleixo. Esquecem do futuro. Esquecem que fidelização começa hoje. Daqui alguns anos, veremos os impactos disso. E não adianta chorar, TV aberta.
 

Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, é responsável por reportagens variadas e especiais. Ainda assina as colunas "Antenado", sobre TV aberta, e "Eu Paguei pra Ver", sobre TV por assinatura. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

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