Polêmica

Telejornal da Globo diz que nazismo não é de extrema-direita; trecho é cortado no Globoplay

Público do Jornal do Almoço se revoltou contra a RBS

Apresentadores do Jornal do Almoço da RBS - Foto: Reprodução/Globoplay
Por Redação NT

Publicado em 20/12/2024 às 19:02:00,
atualizado em 20/12/2024 às 20:05:18

A RBS TV, afiliada da Globo no Rio Grande do Sul, tornou-se alvo de críticas nas redes sociais nesta sexta-feira (20). Isso ocorreu porque o telejornal Jornal do Almoço corrigiu um repórter e afirmou que um conteúdo nazista apreendido pela polícia numa reportagem não era de extrema-direita, cortando o trecho do noticiário na versão disponibilizada no Globoplay após a repercussão negativa. Em 2019, o Museu do Holocausto, por exemplo, definiu o nazismo como um movimento de direita.

A polêmica teve início no Jornal do Almoço, que exibiu uma reportagem sobre um grupo neonazista que planejava vingança contra um homem negro que reagiu a um ataque e matou dois em Porto Alegre, capital gaúcha. O repórter afirmou que o conteúdo apreendido era de extrema-direita.

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No final do jornal, porém, a âncora Cristina Ranzolin corrigiu a fala do colega de trabalho e fez uma errata: "Gente, só uma correção. O conteúdo apreendido não era de extrema direita, era conteúdo nazista. Pedimos desculpas".

A reportagem e a correção foram cortadas na edição disponível no Globoplay. A versão levada para a web, porém, manteve a chamada do caso feita na escalada e durante o noticiário.

Procurada pelo NaTelinha, a RBS enviou a seguinte resposta.

Sobre o erro cometido na edição do Jornal do Almoço desta sexta-feira (20), em que material de cunho neonazista foi equivocadamente chamado de conteúdo de extrema direita, o Grupo RBS pede desculpas e reitera seu respeito às diferentes correntes políticas do campo democrático.

Justamente para não replicar o erro, pelo qual pedimos desculpas publicamente no Jornal do Almoço, logo depois do ocorrido, não disponibilizamos o conteúdo acima mencionado no Globoplay.

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Afiliada da Globo, RBS foi massacrada nas redes sociais

Nas redes sociais, a correção feita pela RBS em relação à reportagem sobre o grupo neonazista foi detonada. Um usuário do X/Twitter identificado como Luiz Muller se posicionou: "Pra RBS, nazista não é de extrema-direita. Depois do @JornaldoAlmoco_ chamar assassinos que mataram um negro na Cidade Baixa de 'extrema-direita', a Cristina Ranzolin se 'retratou' ao fim do programa dizendo que os caras 'não são de extrema-direita e, sim, nazistas'. Tendeu?".

"Cristina Ranzolin: 'Gente, só uma correção. O conteúdo apreendido não era de extrema direita, era conteúdo NAZISTA. Pedimos desculpas'. Que VERGONHA para uma emissora do tamanho da RBS. Fechem as portas. Até onde eu sei, o Nazismo é sim de Extrema Direita. Que insanidade", reclamou Jmol, sobre a afiliada da Globo.

Ainda no microblog, Miguel comentou: "Essa nota de correção da RBS no Jornal do Almoço foi meio ridícula. 'O material foi noticiado como extrema-direita, corrigimos para falar que é de conteúdo nazista, não extrema-direita como foi dito', até onde eu sei, nazismo é extrema-direita".

Luiz Artur Ferraretto, professor da UFRGS e coordenador do Núcleo de Estudos de Rádio da UFRGS, usou sua página no Instagram para definir o episódio como um desrespeito ao repórter e "desinformação pura".

"Desinformação pura e desrespeito com o repórter. Apurou e transmitiu a notícia com precisão. No entanto, a peneira dos novos sócios do Grupo RBS, no entanto, entrou em ação rapidamente, tapando o sol apesar do dia nublado. Repórter foi colocado em situação desrespeitosa. Direção deve desculpas a ele e à população. Afinal, errata é uma clara fake-news", escreveu ele.

Confira a repercussão:

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