Publicado em 31/07/2024 às 11:23:30,
atualizado em 31/07/2024 às 11:34:46
O programa Fantástico, da Globo, veiculou uma reportagem em junho sobre práticas enganosas de propaganda ligadas ao 'jogo do tigrinho', um título de caça-níqueis online conhecido por sua divulgação em redes sociais. A investigação revelou a contratação de influenciadores digitais para seduzir jogadores usando demonstrações manipuladas do jogo, sugerindo a falsa facilidade de ganhos rápidos e substanciais.
A matéria descreveu que os influenciadores são filmados jogando versões demonstrativas do jogo, nas quais ganhar é significativamente mais fácil. Essas demonstrações criam a ilusão de que prêmios generosos são comuns e acessíveis, encorajando jogadores a acreditar na mesma facilidade de ganhos ao jogar com dinheiro real.
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Um exemplo mencionado na reportagem envolve uma blogueira que frequentemente postava vídeos onde ganhava grandes somas em poucos segundos. No entanto, esses ganhos eram realizados usando uma conta de demonstração, fato não revelado ao público. Essa omissão levou muitos a investirem seu próprio dinheiro, resultando em perdas significativas. Um delegado da Polícia Civil de Alagoas comentou sobre o caso, afirmando: "eles influenciaram muitas pessoas com essa informação falsa, sem informar que se tratava de uma conta só de demonstração".
A reportagem do Fantástico destacou o impacto negativo das apostas em indivíduos e famílias, citando, como exemplo, o caso de uma mulher que perdeu 200 mil reais e teve que vender seu negócio para pagar as dívidas. A polícia conseguiu acessar conversas e planilhas que demonstravam a tratativa por trás dessas campanhas de marketing, levando ao bloqueio de seus perfis nas redes sociais.
O Fantástico também destacou a diferença entre sites legais e ilegais de apostas. Em sites ilegais, o 'jogo do tigrinho' frequentemente opera clandestinamente, sem obedecer às normas. Em contraste, em sites legalizados de apostas, conhecidos como 'bets', são regulamentadas por duas leis que estabelecem requisitos como a necessidade de um endereço fiscal no Brasil e questões de tributação.
Segundo uma agência de mídia especializada em apostas esportivas e jogos de cassino online como o Fortune Tiger, nome oficial do 'jogo do tigrinho', sua jogabilidade envolvente e tema cultural, além do acesso fácil por dispositivos móveis e gratificação instantânea, contribuem para seu sucesso no Brasil. A empresa também menciona que o caça-níquel online teve picos de interesse no YouTube impulsionados por divulgações nas redes sociais e até mesmo por uma reportagem do Fantástico em dezembro de 2023.
O jogo lidera entre os títulos de cassino online mais populares no site da KTO, atraindo 58,52% dos jogadores ativos, segundo dados de maio de 2024. Outros jogos da série, como Fortune Rabbit, Fortune Ox e Fortune Dragon, também figuram entre os mais populares no site.
As leis de apostas, que incluem a permissão para jogos de cassino online, devem seguir regras claras de publicidade responsável, conforme nota da Associação Nacional de Jogos e Loterias. Segundo reportagem do Fantástico, a associação afirmou que as operadoras sérias no Brasil estão se preparando para a regulamentação em curso, adotando medidas contra o vício e enfatizando o caráter de entretenimento dos jogos. O Ministério da Fazenda indicou que, após certificação por entidades especializadas, somente jogos auditáveis e certificados serão legalizados a partir de 2025, sem manipulações que prejudiquem o apostador.
A recente legislação brasileira sobre apostas esportivas e jogos online estabelece critérios para empresas que desejam operar legalmente, incluindo habilitação jurídica, regularidade fiscal, e pagamento de uma taxa de R$ 30 milhões. Empresas devem se registrar no Sistema de Gerenciamento de Apostas (Sigap) e podem operar até três marcas comerciais por cinco anos.
A regularização deve ser concluída até o final do ano para evitar ilegalidade a partir de 1º de janeiro. O Ministério da Fazenda analisará os pedidos dentro de 180 dias, com um prazo adicional até 20 de agosto para as empresas solicitarem autorização e obterem resposta ainda este ano.
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