Com SBT fora, Record cresce na briga pelos direitos do Brasileirão com a Globo

O anúncio de que a proposta do SBT pelo pacote do Brasileirão da Liga Forte União, que reúne times como Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Vasco e Botafogo, foi rejeitada colocou luz sobre a disputa travada nos bastidores entre Globo e Record.

Na última segunda-feira (29), a rede de Silvio Santos foi informada, extraoficialmente, que a oferta não seria aprovada. O NaTelinha apurou que um leilão se iniciou nos bastidores da negociação, o que também teria contribuído para a emissora "se retirar" da jogada.

A sensação é que usaram a emissora para inflacionar os valores. Comunicado enviado à imprensa na tarde de hoje (30), porém, surpreendeu a direção da LFU, que ainda não se manifestou de maneira oficial.

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Com a entrada do Corinthians, a Liga Forte União almeja embolsar R$ 1,7 bilhão por ano por todas as plataformas de transmissão. A tom de comparação, com a saída do Timão, a Libra (Liga Brasileira), que fechou com a Globo e conta com Flamengo, Palmeiras, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Grêmio, Bahia, Vitória e Red Bull Bragantino, receberá R$ 1,17 bilhão pelo mesmo modelo.

Nos corredores, cresce a expectativa de uma vantagem da Record sobre a Globo, haja vista um impeditivo que obriga o canal carioca a pagar à LFU 70% do acordado com a Libra. Ou seja, caso tope a contraproposta da Liga Forte, a líder de audiência teria que reajustar o acordo com a Liga Brasileira.

Ao mesmo tempo, conta contra a Globo o histórico de atritos com o comando da LiveMode, que negocia pela LFU. As arestas não aparadas datam da época do extinto Esporte Interativo, quando os executivos tocavam o TopSports, o antecessor da LiveMode. Já a relação com a Record é muito boa.

Além da facilidade, chama a atenção da rede de Edir Macedo o fato de que os patrocinadores vão bancar parte do valor do contrato, o que reduziria os custos. Sem falar que a LiveMode promete atuar na produção e operação das transmissões, com pré e pós jogos.

SBT fora e Band sem recursos 

Hoje, a disputa pelo pacote do Brasileirão da LFU se apresenta muito mais favorável à Record, mas não se pode descartar o poder da Globo. Alguns times, como o Corinthians, mesmo fora da Libra, têm preferência de que o negócio seja fechado com o plim plim.

Pela proposta montada pela LFU, os jogos desse grupo vão abrir a rodada, com partidas transmitidas às quartas-feiras (19h30) ou aos sábados (16h). Além de Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Vasco e Botafogo, a Liga Forte União represente outros times das Séries A, B e C. São eles: Athletico-PR, Fortaleza, Atlético-GO, América-MG, Cuiabá, Criciúma, Juventude, Goiás, Sport, Ceará, Avaí, Chapecoense, Coritiba, CRB, Vila Nova, Londrina, Tombense, Figueirense, CSA e Operário-PR.

No caso da Band, a crise financeira que obrigou a emissora a vender novamente parte do seu horário nobre ao missionário R. R. Soares inviabilizou qualquer oferta pelos pacotes da Libra e da LFU. Nos bastidores, a direção entende que não há recursos ou brechas para qualquer movimento nesse sentido. Brasileirão só nos arquivos.

A última vez que a Band transmitiu o Campeonato Brasileiro foi em 2015. A parceria com a Globo, que licenciava os direitos, chegou ao fim justamente pela incapacidade de honrar os compromissos. Só em 2020 o canal dos Saad conseguiu quitar uma dívida de R$ 135 milhões.

No mercado, a expectativa é que uma definição quanto ao vencedor dessa disputa venha a público nos próximos dias, possivelmente até o final desta semana.