Milei corta verba, TV argentina entra em crise e faz lockout; entenda

O governo do presidente Javier Milei instaurou uma crise na televisão argentina. A América TV, terceiro maior canal do país, optou por impedir que seus funcionários exerçam suas funções. Trata-se de um lockout, ou seja, uma greve patronal. Esse cenário se desdobra em meio a reduções orçamentárias impostas pelo novo chefe de Estado às corporações privadas de mídia e frente às reivindicações dos sindicatos do setor, que pleiteiam aumentos salariais e denunciam as condições de trabalho precárias.

Conforme portais de notícias da região, desde o último sábado (09), a emissora iniciou a transmissão de filmes e séries, interrompendo toda a programação ao vivo. Na entrada da sede do canal, localizada no bairro de Palermo, em Buenos Aires, havia um comunicado informando que os funcionários estavam impedidos de entrar no local. “A partir de hoje, seu empregador o dispensa da prestação de serviços”, informava o aviso.

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Em outra parte do documento, mencionava-se que “em virtude de graves infrações cometidas por vocês (funcionários) e em razão da forma e metodologia adotadas para exercer o direito de greve no contexto do conflito trabalhista coletivo conduzido pelo Satsaid (Sindicato) no setor de radiodifusão televisiva”.

A emissora é dirigida por Daniel Vila, Luis Manzano e Claudio Belocopitt. Na Argentina, a TV América posiciona-se contra o governo de Milei e apoiou Sergio Massa nas últimas eleições. Os sócios são reconhecidos por suas afinidades com o peronismo.

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A crise na TV argentina

O NaTelinha apurou que, até o momento, não foram efetuadas demissões e a companhia permanece na expectativa de um possível endurecimento das negociações por parte do sindicato. A crise no setor televisivo argentino tem se intensificado desde que o presidente Javier Milei promoveu cortes nos repasses públicos destinados ao setor de comunicações.

Nos bastidores, persiste a incerteza quanto ao desfecho da crise na TV América. Há um plano em consideração que visa dispensar os colaboradores atuais e recrutar novos empregados que não tenham vínculos sindicais.