Publicado em 27/11/2020 às 05:35:00
Ricardo Tozzi estará de volta à televisão na nova temporada do Vai Que Cola, interpretando o playboy Tomás. Longe desde o fim de Orgulho e Paixão (2018), o ator embarcará no humor e ele admite em entrevista exclusiva ao NaTelinha que adora o “ridículo”. O artista explica os detalhes da nova fase da produção e relata como a produção trabalhou durante o período da pandemia do novo coronavírus.
“Eu gosto do ridículo. Eu acho graça do ridículo. Eu acho que a gente esconde o nosso ridículo através do que sociedade espera da gente. Quando alguém cai no ridículo e a gente se identifica com esse ridículo que você esconde, a graça é na hora”, afirma Ricardo.
Apesar de ter feito alguns trabalhos como galã, Ricardo conta que não acredita que tenha esse estereótipo. Ele relembra que estreou na TV em Bang-Bang (2005-2006) com um personagem cômico e um dos seus maiores sucesso foi como Inácio e Fabian, em Cheias de Charme (2012).
“Meu primeiro trabalho na TV foi em Bang-Bang, que era um personagem engraçado. Nunca fui o galã que migrou para comédia. Eu sempre vim com essa proposta, é uma coisa minha. Eu lembro que uma pessoa veio assim, quando eu fazia uma novela que eu era caipira: ‘Tozzi, você faz essa cara horrorosa e faz essa vozinha e minha tia continua te achando lindo’. Você não tá sendo galã, mas tenho isso. Eu nunca quis ser o galã, eu sempre quis me divertir. Na minha opinião, eu não tenho esse estereótipo, eu to aí para me divertir. Se eu tiver bonito bom, se eu tiver engraçado, ótimo! Eu quero me divertir e acreditar no que estou fazendo. Em Cheias de Charme, eu fazia dois personagens e o Fabian era uma chacota e era divertido, super caricato. É assim que gosto de fazer”, comenta.
Agora Tozzi fará parte do elenco do Vai Que Cola e esse desejo de trabalhar na produção começou em 2018, quando ele fez uma participação especial no programa de humor. “Foi um namoro que foi acontecendo aos poucos. Engraçado como a vida vai levando a gente para os lugares. Eu adoro comédia, eu gosto de me comunicar desta forma, porque eu acho que tenho um jeito espontâneo. Adoro drama, adoro tragédia, mas a comédia atinge muita gente do público, né? Então eu sempre gostei deste viés. Eu fui convidado para uma participação no Vai Que Cola em 2018, aí logo em seguida emplaquei uma minissérie da Heloísa Perissé e eu fiz um cara que era cheio de toque. Aí o Christian Machado, que é Diretor de Conteúdo do Globosat, viu. Ele já estava atrás de alguém com esse perfil pra ficar no programa e acho que, desses dois produtos, eu acho que ele falou: ‘eu acho que o Tozzi vai ficar no Vai Que Cola’”, diz.
“Quando me convidaram, eu amei! Porque é muito doido, a gente busca trabalho autoral e o Vai Que Cola é muito autoral, porque a gente fica do lado dos roteiristas, bolando as histórias. Fiquei bem estimulado em fazer o Vai Que Cola, porque é um formato bem diferente do que já tinha feito até hoje, porque você quebra a quarta parede, você mostra os bastidores, mostra o ator sendo chamado pelo seu nome e não pelo personagem. Vai Que Cola tem uma linguagem própria que eu adoro”, acrescenta.
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A nova temporada do Vai Que Cola estreia na próxima segunda-feira (30) e os personagens vão viver uma vida de novela. A produção terá 40 novos episódios, que serão exibidos diariamente. “Desta vez, a família do Méier vai para o Leblon para o apartamento do Valdo, que é o Paulo Gustavo. Aí eles precisam cuidar do apartamento do Leblon, porque agora estão ricos”, inicia.
“Na cabeça deles, o Leblon é um super up grade na vida. Eu sou o Leblonense, o que mora no prédio, eu sou rico pra caramba, mas falido. Só que ninguém sabe da parte falida. Então o engraçado do Tomás é que ele está ferrado o tempo todo, não tem nem R$ 10,00 pra pagar conta de nada e ele quer manter os status de rico, de herdeiro. No fundo no fundo, a mãe dele fugiu com a herança quando o pai dele morreu”, explica.
Na construção do personagem, Ricardo confessa que teve dificuldade por causa da falta da plateia. Apesar de estar há 15 anos na televisão, ele adora fazer peças de teatro e ressalta que o Vai Que Cola tem uma linguagem própria.
“Pra mim, que tava chegando agora, foi um desafio grande. Quando eu fechei em fazer o Vai Que Cola com eles, a gente teria plateia, mas veio a pandemia. Eu nunca pensei que não teria plateia, porque eu sou um cara do teatro e adoro uma plateia. Grande parte do meu entusiasmo era a plateia. Na medida que veio a pandemia e a gente não teve a plateia, pra mim foi difícil porque você não tem a resposta do público ali na construção do personagem. Todo o elenco tem uma referência do que dá certo, já tem aquele ouvido do que deu certo com o personagem por causa da plateia. Então é só repetir. Eu perdi isso no começo, porque eu não tive essa resposta. Mas eu acho que o programa inteiro, os roteiristas, o elenco, todo mundo amarrou as histórias de um jeito mais interessante pra contar melhor essa história pra que você tenha algo mais diferente do que a reação da plateia. Apesar de não ter plateia, eu não farei julgamento de valor sobre o que é mais legal ou menos legal, mas a gente ficou mais concentrado na história, na piada, entre nós. Então rapidamente eu consegui entrar. Mas eu to há 15 anos na TV, não tive plateia, sempre foi olhando para a câmera. Pra mim é tranquilo. Mas eu queria a plateia, porque quando participei em 2018, eu amei! Como se eu tivesse no teatro”, declara.
“Eu acho que o Vai Que Cola realmente conquistou uma linguagem única. O Vai Que Cola foi feito pelas mãos dos atores, diretores, do canal, dos roteiristas, tudo feito de forma artesanal. Não existe modelo igual em nenhum outro canal do Brasil. Eu acho que a graça tá nisso, porque ali dentro é como se fosse uma colaboração de uma equipe. Numa novela, os autores acabam vendo o trabalho do ator no ar e vai adequando. No Vai Que Cola, tudo é feito a quatro mãos entre os atores e autores, junto com a direção do canal. Eu acho que, quando o ator se diverte, eu acho que é o grande segredo de um programa de humor. É um programa autoral para o ator. Você sabe que tem muito autor que acha que tá escrevendo Shakespeare. Aí fica melhor na boca do ator ‘olá’ ao invés de ‘oi’, tem que ligar para o autor. Pô, deixa o olá que cabe melhor no texto do ator”, completa.
As gravações do programa tiveram início entre julho e agosto e Tozzi elogia o protocolo criado pelo Grupo Globo para que a equipe do humorístico não fosse contaminado pelo novo coronavírus. “A Globo e o Multishow eles foram muito certeiros e cuidadosos, porque buscavam a gente de carro com um plástico no meio. Então o vírus não chegava na gente, mesmo que tivesse”, afirma.
“Vidros abertos, que era horrível, porque você tomava banho para gravar e chegava lá pingando de suor. Só que era outra precaução. Nada entrava lá se não fosse higienizado. Eu só via a cara do diretor Regis Faria na leitura de roteiro on-line. No estúdio, ele usava máscara e uma roupa como se fosse uma burca. Mas a gente se acostumou. Foi uma experiência e fica como exemplo para todo mundo de bom trabalho”, acrescenta.
Na visão do ator, ele acredita que o trabalho desenvolvido pela produção pode servir como exemplo para outros setores da sociedade. “Mas eu fico muito orgulho de ter feito 40 episódios no meio de uma pandemia e ninguém pegou Covid. Nós entramos em uma quarentena de alma, ninguém fez nada errado. É um pequeno exemplo de como lidar com essa pandemia. A gente realmente se comprometeu, a gente usava máscara. A gente gravou em agosto, auge da pandemia, então era um clima meio estranho, porque muita gente tava em casa há cinco meses. Era um medo, mas a gente foi achando o jeito pra fazer humor”, conclui.
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