Publicado em 14/09/2020 às 05:00:00
O SBT anunciou a compra da Libertadores e animou quem gostava das transmissões de futebol da emissora nos anos 90. Durante os jogos, Silvio Santos cantava a música do time que marcava um gol. Quem lembra? Para falar bem a verdade, a voz não era do apresentador, mas de um de seus imitadores mais famosos.
Sem avisar ninguém, o SBT chamou um humorista para fingir ser Silvio Santos nas marchinhas de Carnaval que embalavam as partidas da Copa do Brasil de 1995, transmitida com exclusividade pela emissora. O torcedor pensava que era o apresentador quem falava com animação o nome dos clubes, porém o "dono do Baú" não pôde gravar a trilha sonora por um problema de saúde.
Para suprir a ausência do patrão, o SBT decidiu escalar secretamente o humorista Oscar Pardini, que na época já era famoso como imitador. Integrante do grupo Café com Bobagem, ele topou simular a voz de Silvio nas marchinhas dos gols, que começavam assim: "Ê, lê lê ô...". Relembre a trilha no primeiro jogo da final da Copa do Brasil de 1995, entre Corinthians e Grêmio:
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A decisão da Copa do Brasil daquele ano, vencida pelo time paulista, rendeu ao SBT a maior audiência de sua história na ocasião: 42 pontos, contra 24 da Globo. O recorde foi desbancado apenas pela final da primeira Casa dos Artistas, em 16 de dezembro de 2001 (47 pontos).
Procurado pelo NaTelinha, Oscar Pardini conta os bastidores da convocação para "ser" Silvio Santos.
"O SBT ia transmitir a Copa do Brasil, e o Silvio fazia chamadas dentro do programa, mas estava com um problema de calo nas cordas vocais, a voz dele falhava. O Luciano Callegari, que era o vice-presidente [da emissora] naquela época, me chamou: 'Silvio não pode cantar. Você cantaria? Mas sem contar piada, tem que cantar como o Silvio, porque quando ele estiver com o auditório ele solta o seu áudio e canta por baixo ao vivo'. Falei: 'Claro que eu cantaria, vamos fazer'", recorda.
Pardini representou Silvio Santos sem poder exagerar nos gestos e nos bordões como faz todo imitador. Afinal, tinha que parecer a voz do dono do SBT, e mais: com afinação. Durante muitos anos, o humorista precisou esconder que dublou o apresentador: "Eu não podia falar nada para ninguém".
O humorista se sente lisonjeado por "ser" Silvio Santos durante os jogos de futebol. A relação com o apresentador se estendeu para além da imitação. O patrão, que não gostava de ser ridicularizado, aprovou e incentivou o trabalho de Pardini.
"Quando participei do programa dele, a primeira coisa que pediram foi: 'Pelo amor de Deus, não faça o Silvio, ele não gosta de ser imitado'. Durante a gravação, ele pediu e eu fiz, e ele imitou a minha imitação. Depois, ganhei o microfone dele, aquele que caiu no tanque de água", relembra.
Durante muitos anos, Oscar Pardini foi o único imitador de Silvio Santos no SBT. Nos finais de semana, trabalhava no Domingo Legal e costumava ver o patrão nos corredores do canal. A representação perfeita, porém, quase custou o emprego do braço-direito de Silvio e Gugu Liberato: o diretor Roberto Manzoni, o Magrão.
"Silvio tinha o habito de ligar para o Magrão na parte da manhã para falar sobre o programa do Gugu. Naquele dia, o Magrão estava no banho e a mulher dele atendeu o telefone. 'Roberto, o Silvio está na linha e quer falar com você'. 'Não, a essa hora o Silvio não liga, é coisa do Pardini'. Silvio ligou de novo, e a mulher do cara avisou. Ele saiu enrolado na toalha e pegou o telefone: 'Porra, você não tem o que fazer? Vai tomar no seu cu! Eu estou no banho!', e desligou. Tocou o telefone, ele atendeu e era o Silvio rindo. Ele morreu de constrangimento. Eu não sabia de nada, e ele falou que era culpa minha: 'Você vive dando trote!'", conta o humorista.
Pardini rejeita o título de melhor imitador de Silvio Santos, embora seja reconhecido pelo próprio apresentador. Para o humorista, que já enganou até a filha do patrão, Patrícia Abravanel, o dono do SBT tem um carisma único na televisão.
"O Silvio é o cara mais imitado do Brasil pela empatia dele, a energia positiva, tudo de bom que ele passa. Quando faço nos shows, o público responde como se fosse o Silvio. Quero dizer com toda a humildade do mundo: eu não me considero o melhor, o oficial, o primeiro. É que essa história surgiu porque eu realmente fui o primeiro em uma época em que ele não queria que ninguém imitasse, foi o primeiro que ele mesmo pediu, e foi ficando aquele negócio: 'Ninguém faz o Silvio como o Pardini'. Eu, humildemente, acho que deve ter caras muito bons que fazem o Silvio, mas eu fiquei com isso", avalia.
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