Publicado em 07/06/2020 às 19:28:49
Antônio Fagundes gravou uma entrevista inédita para o Domingão do Faustão, por meio de videoconferência por causa da quarentena, e comentou os protestos antirracistas que estão tomando conta de diversos países do mundo. O ator chegou a comparar a situação do Brasil em relação aos EUA e considerou que nas terras tupiniquins o racismo pode ser pior ainda.
“Nos Estados Unidos, o problema se manifesta de uma forma diferente daqui, mas o problema é o mesmo. Talvez, aqui seja um pouco pior porque é dissimulado”, afirmou ele. Sem otimismo sobre uma possível melhora, Fagundes foi taxativo. “Não sei se está melhorando, mas, pelo menos, estamos começando a prestar muito mais atenção, uma atenção atrasada com relação a esse problema”.
O ator demonstrou que apoia os protestos. “O racismo tem que ser combatido na sua base. Temos que gritar nas ruas que isso não pode acontecer. Todo ser humano é igual e tem que ser tratado da mesma forma, temos que lutar para que a sociedade seja mais igualitária", explicou.
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Antônio Fagundes comparou ainda o momento atual com o passado, quando não havia tanta informação. "A gente tem um problema cultural empurrando pra isso, só que já somos muita mais bem informados do que éramos há 100, 150 anos, para entender que isso é uma asneira que temos que eliminar rapidamente", comentou.
Durante a entrevista, Antônio Fagundes foi questionado sobre o que achava do momento de pandemia do novo coronavírus e garantiu. “Nem o maior autor de ficção científica teria pensado numa situação assim”.
Mas o ator deixou claro que não acredita em mudanças por causa da quarentena. “Tem uma imagem que eu ouvi um dia desses que eu gostei muito. Que a pandemia fez a gente entrar numa panela de pressão, mas o que tá lá dentro não se modifica. O que entrou lá, vai continuar lá. O que eu acho que vai acontecer é que nós vamos exacerbar alguns sentimentos nossos. Eu acho que aqueles que tinham bons sentimentos vão sair um pouco melhores e quem tinham maus sentimentos vão sair um pouco piores. Eu não acredito muito em mudanças não”.
Durante a entrevista, Faustão questionou se o ator estava preparado para viver um novo momento na dramaturgia, sem contato físico e ele não perdeu a chance de fazer uma piada. "Não vai poder nem dar um soquinho".
O ator, cujo último trabalho foi em Bom Sucesso, se mostrou otimista sobre o tema. "A gente tem que descobrir uma nova dramaturgia, uma nova forma de se relacionar, infelizmente, até aparecer uma vacina ou um remédio. Até lá vamos passar por um período bastante engraçado de comunicação. As novelas vão ter que se reinventar, o teatro vai ter que se reinventar", encerrou.
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