Publicado em 29/03/2020 às 16:15:00
Pioneiro na telinha, Lima Duarte está no ar desde os primeiros anos da TV no Brasil. À frente das câmeras, como ator, ou por trás delas, como diretor, ele se consolidou como um dos principais nomes da arte brasileira. Neste domingo (29), o veterano completa 90 anos.
Desde que atuou em Sua Vida me Pertence (1951), a primeira telenovela diária do Brasil, Lima Duarte coleciona papéis memoráveis na TV. Foram mais de 60 novelas, além das séries, minisséries e participações em especiais. Em 1973, com Os Ossos do Barão, fez sua estreia na Globo, de onde nunca mais saiu.
Relembre, a seguir, nove personagens inesquecíveis para celebrar as nove décadas de vida do ator:
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Matador contratado pelo prefeito de uma cidade que desejava "estrear" o cemitério local, Zeca Diabo foi um marco na carreira de Lima Duarte. O ator criou um tipo marcante, com fala e gestual característicos, consolidando sua presença na frente do vídeo e garantindo um destaque na sátira política criada por Dias Gomes.
Tipo incomum na carreira do ator, Salviano Lisboa era um rico e solitário empresário, que lhe exigiu uma interpretação contida e sem maneirismos na novela de Janete Clair. O contraste com seus trabalhos anteriores rendeu a Lima o aplauso da crítica, e o personagem ganhou a torcida do público por um final feliz ao lado de Lucinha (Betty Faria).
Na pele de um artista que tenta se reinventar na TV, após anos de glória no teatro de revista, o ator voltou a cativar o público. A novela de Lauro César Muniz não chegou a fazer grande sucesso, mas garantiu a Lima o prêmio de melhor ator da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA).
Maior sucesso da carreira do ator, Sinhozinho Malta é lembrado até hoje como um dos grandes personagens da TV brasileira. Na história de Dias Gomes escrita com Aguinaldo Silva, o carisma empregado ao papel impedia que o amante da Viúva Porcina (Regina Duarte) fosse classificado como um vilão, apesar de reunir todas as características para tanto.
Quatro anos depois, Lima voltaria ao horário nobre com outro tipo marcante. O ingênuo Sassá Mutema é manipulado pelos poderosos de sua cidade, que o transformam em líder político. No poder, ele passa por grandes transformações, mas mantém seu amor platônico pela professora Clotilde (Maitê Proença).
Na irregular novela escrita por Cassiano Gabus Mendes, Lima se destacou como um milionário amargo e vingativo. No meio da história, Dom Lázaro sofre um derrame e inicia um processo de recuperação. Antológica a cena em que ele volta a falar durante um café-da-manhã: "Eu quero melhor, enfermeira. Eu prefiro melão!"
Segundo de vários "coronéis" na carreira do ator, Murilo Pontes usava o poder que tinha em Resplendor para silenciar sofrimentos de seu passado e ocultar o amor por Pilar Batista (Renata Sorrah), sua maior inimiga na região. O personagem voltou à cena em participação especial em A Indomada (1997).
A trajetória de Afonso Lambertini comoveu o público na novela de estreia do autor João Emanuel Carneiro. Amargo e preconceituoso, ele tem sua redenção ao conhecer o neto Raí (Sérgio Malheiros), com quem desenvolve profunda amizade. A morte do personagem, já prevista na sinopse, frustrou parte da audiência.
Como um sábio sacerdote na novela de Glória Perez, Lima ajudou a retratar a cultura indiana e a discriminação aos "dalits", intocáveis segundo o sistema de castas da tradição hindu. No último capítulo, protagonizou cena emocionante em que seu amor do passado, Laksmi (Laura Cardoso), revela que Opash (Tony Ramos), com quem vivia às turras, é seu filho.
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