Publicado em 20/03/2020 às 21:40:22
A NatGeo lançou na última quinta-feira (19) o primeiro episódio da série Em Busca das Cobras, em que dois profissionais da área investigam a presença de diversos tipos de cobras buscando encontrar uma espécie específica a cada novo episódio.
O NaTelinha conversou com Rafael de Fraga, o Rato e Vinicius de Carvalho, o Vini, ambos que apresentam o programa recém estreado e eles aproveitaram para contar detalhes sobre o programa e os riscos que correram ao gravar a produção em busca de serpentes pelo Brasil.
Segundo Rato, a ideia do programa se deu por conta do interesse em geral no réptil. “Cobras têm despertado diferentes tipos de interesse nas pessoas, ao longo de milhares de anos, em povos geograficamente e historicamente isolados” contou ele que explicou “por exemplo, enquanto grande parte das culturas ocidentais contemporâneas percebe as cobras como criaturas maléficas e assassinas traiçoeiras, elas foram muito cultuadas como deusas egípcias ou símbolos gregos para renovação física e espiritual”, garantiu.
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Rato ainda afirmou mais. “De qualquer forma, o interesse humano pelas cobras é uma excelente oportunidade para que possamos divulgar a conservação da biodiversidade, uma vez que procuramos apresentar as cobras como uma parte de ecossistemas naturais auto funcionais e muito dinâmicos ao longo do tempo”, detalhou.
Já vini mostrou que o ponto fundamental do programa está na curiosidade das pessoas. “As cobras causam muitas curiosidades nas pessoas…além disso são consideradas por muitos como “demoníacas” e causadores de acidentes graves. Embora haja espécies peçonhentas, elas são em minoria”, confidenciou ele.
E Vini também deu detalhes. “Então mostrar para a sociedade não científica de que a maioria das espécies são inofensivas é muito importante…uma vez que elas são mortas pela falta de conhecimento das pessoas”.
A reportagem questionou o nível de risco que a dupla correu para gravar a temporada da série e Rato foi enfático na resposta. “A visão preconceituosa de que são animais perversos causa a percepção de que é muito perigoso andar pelo mato em busca de cobras. Mas o fato é que as probabilidades de morte por acidente de trânsito são muito maiores do que por picadas de cobras. Então, trabalhar na cidade grande é quase sempre mais perigoso que trabalhar na floresta em busca de cobras”, reclamou.
O biólogo, no entanto, falou sobre os riscos. “É claro que existe o risco de causarmos acidentes, principalmente por erros de captura e manipulação de cobras peçonhentas, mas esse risco é quase sempre superestimado. De qualquer forma, reduzimos consideravelmente o risco de acidentes usando botas de borracha ou perneiras de couro, e equipamentos de contenção física de cobras peçonhentas, como ganchos, pinções e tubos de plástico”, ensinou.
Vini, a propósito da questão, fez uma confissão sobre o tema. “Nunca fui pro campo achando que estaria correndo risco de vida,mesmo sabendo que existe inúmeras doenças tropicais, outros tipos de animais peçonhentos além das cobras como (vespas, aranhas, escorpiõesetc). A experiência sempre conta muito, principalmente ética,seriedade e acima de tudo segurança ao manusear as espécies peçonhentas”, garantiu.
E ele contou que o programa sempre foi responsável quanto ao assunto. “Portanto, o cuidado e proteção durante os episódios foi realizado com profissionais da segurança do trabalho que sempre estavam alerta com toda equipe pra verificar se todo mundo estava adequadamente utilizando os equipamentos de proteção como perneiras,botas de galocha, calça comprida…roupas adequadas pra estar em campo”.
Vini, aliás, conta sobre ter sido picado. “Muitas vezes é inevitável levar uma picada de uma espécie não peçonhenta…principalmente durante a captura. Como somos bastante experientes e não queremos perder a cobra a gente pega e acaba levando uma mordida. Vale ressaltar que isso ocorre somente com as cobras que sabemos que são inofensivas”.
Rato concorda e conta que já sofreu com picadas de cobras. “Eu já fui mordido muitas vezes por cobras não peçonhentas, mas nunca por uma peçonhenta. Inclusive durante as gravações da série eu fui mordido algumas vezes em que dei bobeira. As consequências dessas mordidas variaram desde quase nada até dor e sangramento por alguns minutos, mas nunca tive outros sintomas como inchaço e febre”, contou.
O profissional explica como é o procedimento quando acontece. “Nós sempre procuramos dobrar os cuidados quando precisamos capturar e manusear cobras peçonhentas, e isso diminui bastante as chances de sermos picados. Mas esse cuidado foi construído por meio de um processo de aprendizado que quase custou caro no início da minha carreira como herpetólogo. Em meados de 2007 eu quase fui picado por uma jararaca-da-Amazônia, graças à minha negligência e falta de equipamentos apropriados para captura e contenção. Esse episódio foi muito útil para que eu fizesse um exame de consciência, e passasse a dar o devido respeito a esses animais incríveis”, detalhou.
O apresentador também fala um pouco sobre as expectativas do programa, que tem dezesseis episódios na temporada. “O público pode esperar um programa sobre ciência e conservação da biodiversidade, mas sem a parte chata de gráficos complicados e linguagem carregada de jargões acadêmicos. Procuramos popularizar a ciência de forma leve e divertida, o que não foi muito difícil, já que somos amigos e colegas de trabalho há muitos anos. Esperamos que as pessoas se sintam parte das nossas expedições, como se tivessem no meio da floresta com a gente, sentindo as nossas alegrias e frustrações”, relatou.
Vini foi além e falou sobre a importância do tema para o telespectador. “O público pode esperar um programa como muitas informações relevantes sobre diferentes aspectos das cobras, tais como: biologia,ecologia, genética, evolução…além de uma boa pitada de aventura e humor”.
No dezesseis episódios foram escolhidas serpentes diferentes, conforme explicou Rato. “Nós definimos uma lista com 16 espécies de cobras que ocorrem no Brasil, as quais viriam a ser as estrelas principais em 16 episódios. Nós inicialmente selecionamos espécies que não são muito raras, porque do contrário precisaríamos de muito tempo e esforço de campo para gravar a série. Mas essas espécies necessariamente deveriam ser adequadas em relação aos temas gerais e aos experimentos que conduzimos em cada episódio. Por exemplo, para um episódio sobre camuflagem, elegemos a cobra bicuda-verde como principal, já que ela é praticamente invisível no meio das folhagens”, detalhou.
Rato contou ainda que tiveram muito trabalho até sair em busca das serpentes. “Então comparamos as cores dessa cobra linda com as cores das folhas da árvore em que ela foi encontrada. Curiosamente, não fomos capazes de encontrar algumas das espécies comuns do nosso planejamento inicial, mas por outro lado encontramos algumas espécies raras. Nesse caso tivemos que adaptar o roteiro para os acontecimentos imprevisíveis dos trabalhos de campo. Durante a busca pelas cobras principais, encontramos muitas outras espécies, as quais capturamos para coletar alguns dados sobre tamanho e peso, ou para fazer algum experimento rápido”, contou.
Vini concordou e mostrou que foi tudo feito com muito detalhe técnico na área. “Baseado na experiência de décadas de campo em diversos biomas brasileiros…escolhemos as localidades e através das listas de espécies desses locais os quais muitos deles nos mesmos que produzimos…escolhemos as espécies por conhecer se eram abundantes nesses locais e onde poderíamos encontrá-las. Dessa forma ocorria o deslocamento da equipe e ai ficávamos entre 15-30 dias em campo procurando as cobras”, aprofundou-se.
O NaTelinha questionou sobre o programa ir a Ilha da Queimada Grande, que fica a 35 km do litoral de SP e Rato contou. “É o único lugar do mundo onde existe a incrível jararaca-ilhoa, uma espécie que surgiu do isolamento geográfico causado pelo aumento nos níveis oceânicos, há mais de 11 mil anos. Existem histórias antigas de pessoas contratadas para cuidar de um farol de navegação que existe na ilha, e que supostamente teriam sido mortas pela jararaca-ilhoa. Mas mesmo que essas histórias sejam verdadeiras, certamente é um exagero dramático chamar a ilha de “uma das mais letais”, especialmente a partir do ponto em que o farol foi automatizado. Mesmo que Ilha da Queimada Grande tenha densidades populacionais extremamente altas de jararacas-ilhoas, acidentes são raríssimos, simplesmente porque quase ninguém passa por lá. Nós não visitamos a ilha, principalmente devido às dificuldades logísticas, mas quem sabe em uma possível segunda temporada?!”, revelou
Vini aproveitou a entrevista para confidenciar que queria ir à Ilha. “Essa ilha estava em nossos planos pra essa primeira temporada…mas infelizmente não foi possível de realizar um episódio lá…quem sabe uma nova oportunidade aparece e a gente grava lá”, finalizou.
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