Publicado em 16/03/2020 às 06:57:00
Maria Júlia Coutinho, ou melhor, Maju Coutinho, completará no final de março seis meses como âncora do Jornal Hoje. Ela sucedeu Sandra Annenberg cercada de desconfianças, mas conseguiu superar essa fase.
Para comprovar que a jornalista conquistou o público, o NaTelinha apresenta cinco motivos que mostram que Maju foi a pessoa certa para assumir o Jornal Hoje.
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Confira:
Em meio aos debates sobre machismo e empoderamento feminino, a Globo deu protagonismo para uma jornalista. Com Sandra Annenberg indo para o Globo Repórter, a emissora manteve uma mulher na função de âncora e permitiu que a representatividade continuasse no horário, principalmente numa área que os homens costumam dominar.
Maju consegue manter o diálogo com as donas de casa que acompanham o jornal e, mesmo o Jornal Hoje ter seguido para uma linha mais policial, a jornalista tem oferecido uma linguagem mais serena, sem agressividade e popular, mas sem cair no trash e exagero.
Outro ponto que chama atenção é como Maju também representa os profissionais negros na televisão brasileira. De todos os telejornais nacionais das cinco principais emissoras do país, ela é uma das poucas âncoras negra fixa – Salcy Lima, do Fala Brasil, é quem completa a lista.
A escolha da Globo pode permitir que outras jornalistas negras consigam ter maiores oportunidades na televisão. Nos jornais locais, esse movimento já tem acontecido, como é o caso de Aline Aguiar, mas os noticiários nacionais ainda estão engatinhando.
A ascensão meteórica de Maju ocorreu por todos os méritos dela, mas também pelo seu carisma. Garota do tempo dos principais telejornais da Globo, ela chamou atenção por falar se faria Sol ou chuva de uma forma despojada e bem próxima do telespectador, fugindo da postura robótica de outras companheiras.
A jornalista que não entendia praticamente nada do assunto, temeu que poderia soar superficial e tentou imprimir um novo modelo de apresentar o quadro e assumiu um tom jornalístico e até criou neologismos para aproximar-se do público.
Como âncora de jornal – ela foi a primeira apresentadora negra da história do Jornal Nacional – ela manteve sua postura leve, explicando notícias ruins de forma clara e dando informações felizes sempre com sorriso no rosto e risadas divertidas.
Outro ponto que tem agradado o público é a humildade. Ao longo desses seis meses, a apresentadora teve muitos equívocos, mas ela não sentiu nem um pouco de vergonha e todas às vezes se desculpou com o público, mostrando que equívocos acontecem e a relação dela com o telespectador seria de sinceridade e companheirismo.
Maria Júlia Coutinho Portes. Esse é o nome de Maju, apelido carinhoso que ganhou dos colegas e rapidamente se popularizou em todo o país. De 2014 pra cá, quando uma pessoa ousava falar do tempo aos seus amigos, rapidamente alguém brincava: “Lá vem a Maju”.
Sim, Maju virou sinônimo de previsão do tempo, principalmente por ela ter se tornado uma figura onipresente em diversos telejornais da Globo. As suas constantes aparições fez o público se acostumar com a sua presença e lógico que não haveria estranhamento com a apresentadora comandando o Jornal Hoje.
Sandra Annenberg ficou por duas décadas no Jornal Hoje e ganhou a oportunidade de apresentar o Globo Repórter, no lugar de Sérgio Chapelin. A Globo decidiu então rejuvenescer o telejornal vespertino e apostou em Maju.
Por ter criado uma linguagem mais popular na previsão do tempo, acreditou-se que a apresentadora seria capaz de dar um novo dinamismo ao telejornal, oferecendo uma nova cara. De fato, isto ocorreu, já que a produção tem investido mais em produções policiais e interatividade com repórteres e comentaristas.
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