Publicado em 05/08/2019 às 21:00:47
Tiago Maranhão não faz mais parte do casting de jornalistas do Grupo Globo. Nesta segunda-feira (05), ele escreveu um texto no site Globoesporte.com se despedindo, mas explicou aos seus seguidores que continuará no “Troca de Passes” nos próximos dias.
“Dessa década global vou levar apenas boas lembranças e profunda gratidão. Não é fácil dizer adeus a um ciclo que me deu tanta história para contar”, escreveu Tiago, que deu ao texto o título “Minha década platinada”.
A saída do apresentador se deu dois dias depois de bater boca no Twitter com o jornalista Mauro Cezar Pereira, da ESPN. Conhecido por comandar atrações e reportagens especiais no SporTV, o profissional seguirá em um novo projeto fora do Brasil.
A demissão pegou o mundo do jornalismo esportivo de surpresa, menos amigos próximos. Ele já se preparava para deixar o Grupo Globo e resolveu se desligar depois que conseguiu trilhar um novo caminho fora da empresa. Maranhão ficou cerca de 10 anos no canal.
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O SporTV ainda escolherá o novo apresentador fixo do “Troca de Passes” e Rodrigo Rodrigues e André Hernan são um dos possíveis nomes que, por sinal, vão se revezar nos próximos programas.
O repórter Tiago Maranhão se envolveu numa confusão com o jornalista da ESPN Brasil, Mauro Cezar Pereira, na última semana.
Maranhão chegou a postar em suas redes sociais uma indireta acusando Mauro Cezar por conta do imbróglio envolvendo o técnico Abel Braga e outros jornalistas.
É que o comentarista da ESPN chamou alguns jornalistas e amigos de Abelão de "clube do vinho", fazendo referência ao fato do treinador se reunir com estes profissionais para tomar vinho.
Para Mauro, por conta dessa amizade, os jornalistas protegiam Abel enquanto ele era técnico do Flamengo e isso incomodou diversos profissionais, inclusive Maranhão, que acabou recebendo resposta de Mauro tambem via redes sociais
“Eu, Tiago Maranhão, faço aqui minha despedida do Grupo Globo, deixando meu agradecimento a todos que participaram de cada sonho realizado, dividiram comigo os jogos debaixo de sol ou chuva, as entrevistas, aventuras e desventuras da reportagem.
Muito antes do programa de debate sobre futebol, bem antes das aberturas de Jogos Olímpicos, no verão e no inverno, dos Mundiais, das corridas, lutas e jogos, antes das viagens com verniz glamouroso para Paris, Londres ou Tóquio e bem antes das aventuras no Timor Leste, Coreia do Norte ou Jordânia, antes das madrugadas de plantão.
Antes de tudo isso ser realizado, havia o sonho de um dia realizar isso tudo.
Só que, como todo sonho, uma hora este também teria que terminar. Esta semana vou apresentar o Troca de Passes, do SporTV, pela última vez e me despedir do Grupo Globo.
Dessa década global vou levar apenas boas lembranças e profunda gratidão. Não é fácil dizer adeus a um ciclo que me deu tanta história para contar.
Minha década platinada começou no dia em que troquei uma redação onde não se trabalhava aos finais de semana por um contrato temporário de três meses para ser o repórter da madrugada da TV Globo em SP.
Durante um ano, testemunhei a violência e a crueldade de crimes que revelam o que o homem tem de pior. Mas também conheci a esperança e a coragem em situação improváveis. E esses sentimentos são altamente contagiosos.
No esporte, fiz todas aquelas coberturas que o garoto que sonhava um dia se tornar repórter esportivo poderia desejar. À beira do gramado em jogos que quase ninguém estava assistindo, e em decisões de Brasileirão. Dos jogos da Série B a partidas de seleção brasileira e de tantos outros países. Da Rua Javari ao Maracanã. Em Sydney, Singapura e Pequim.
Entrevistas com atletas que nunca chegaram lá aos grandes campeões e recordistas mundiais. Todos eles com histórias inspiradoras. Obrigado por dividirem um pouco dessas histórias comigo e todos que assistiram.
Histórias inesquecíveis colecionadas num mercado de rua de Dili no Timor Leste, no subúrbio de Amã na Jordânia, na única boate gay de Sochi - uma história de resistência às proibições impostas na Rússia.
Guardo com especial carinho a lembrança dos dias em Pyongyang, pelo litoral e pelas montanhas da Coreia do Norte, se fechar os olhos ainda posso ouvir o canto poderoso de uma garçonete numa sala de sinuca no subsolo de um hotel da capital do país mais fechado do mundo. Ela cantava Arirang, uma espécie de hino não-oficial das duas Coreias.
A todos que dividiram cada uma dessas histórias comigo, muito obrigado.
À minha mulher, Juliana, minhas filhas Isabel, Cecília e Clara (quase chegando), que suportaram todas as ausências e ainda assim estiveram sempre comigo, obrigado. Seria impossível sem vocês.
E como costumo me despedir todas as noites, muito obrigado a todos pela companhia, bom descanso e até a próxima!”.
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