Publicado em 21/07/2019 às 07:31:00
O SBT lançou nova grade em julho de 1997 cercada de expectativas. Insatisfeito com as mudanças que ocorreram na emissora, Silvio Santos assumiu o controle completo e promoveu várias alterações. Sua principal concorrente na época, a Globo, havia lançado programação em abril.
Em 1996, o canal do Senor Abravanel teve índices bem abaixo de outros anos no horário nobre. Se em 1992 o SBT consolidou com média de 14 pontos na faixa noturna, em 1996 o resultado foi de 9. Neste período, os diretores da emissora acenavam para classe A e B e traziam programas considerados mais sérios e de prestígio.
O retorno do homem do baú ao controle total da empresa trouxe medo e desconfiança entre os funcionários. Além de lançar novos programas no segundo semestre, algo incomum, já que os canais apresentavam suas grades até o final de abril, ele realizava um processo de reestruturação interna enxergado como uma atitude radical.
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Sete núcleos independentes, com autonomia de gerência, administração de pessoas e recursos, funcionariam no SBT. Executivos de confiança do patrão perderiam força na emissora, como foi o caso de Guilherme Stoliar, sobrinho de Silvio Santos, e Luciano Callegari.
Em 1996, Guilherme era vice-presidente, enquanto no ano seguinte se tornou gerente de um dos núcleos. Luciano comandava a programação da emissora, mas em 1997 virou consultor.
Ricky Medeiros, nascido nos Estados Unidos, ajudou no processo de mudanças do SBT e auxiliou Silvio Santos na montagem da programação daquele ano. A aposta foi no popular.
O retorno do empresário na gestão financeira e programação foi para que diminuísse os desperdícios internos. A criação das chamadas "lojinhas" era para que cada gerente tivesse independência, mas também metas. Todos precisavam se reportar a Luis Sebastião Sandoval, na época presidente de holding que cuidava dos diversos negócios de Silvio.
O SBT estava se modernizando, tanto que criou sua sede na Anhanguera. Porém, o homem do baú continuou gravando seu programa nos estúdios da Avenida Ataliba Leonel, assim como Hebe Camargo e Gugu Liberato, contudo, no final daquele ano, os três já estavam acomodados no CDT.
O empresário não estava nem um pouco satisfeito com a queda de audiência da emissora. O “Aqui Agora”, rifado da programação em anos anteriores, voltou para a grade com o comando de Ney Gonçalves Dias.
O “TJ Brasil”, dirigido e apresentado por Boris Casoy e que representava cerca de 10% do faturamento do canal, foi jogado para as 18h30. O jornalista também deixou o SBT após desavenças com Silvio Santos, que queria Leila Cordeiro e Eliakim Araújo, o “casal 20” do jornalismo na época, na apresentação do telejornal aos sábados, mas Casoy foi contra.
Na visão do jornalista, ocorreria uma quebra de compromissos. Silvio Santos teria dito que o “TJ Brasil” era sério demais e Boris considerou a opinião uma crítica. Foi o suficiente para formalizar sua demissão.
O “Disney Club”, antes no início das noites do SBT, foi promovido para o horário das 19h. “Chiquititas”, veio logo em seguida e se tornou uma das novelas de maior sucesso do canal.
O remake da trama argentina fazia parte do pacote mais popular, assim como o programa “Marcia”, apresentado por Marcia Goldschmidt. Moacyr Franco trouxe o “Concurso de Paródias”.
O crescimento de audiência no horário nobre foi de 11%, enquanto a Globo, líder no Ibope, perdeu 11% em todo país. Segundo a empresa de medição, apenas o “TJ Brasil” caiu, de 7 pontos em 1996 para 6 em 1997. Os dados são referentes à média nacional.
Das 18h às 23h59, a Globo perdeu 1,6 milhão de telespectadores. O SBT, no mesmo horário, ganhou 410 mil telespectadores. Analistas da época apontaram que o crescimento poderia ter sido maior, caso a emissora tivesse lançado sua programação no início do ano e não apenas no segundo semestre.
A novela “Maria do Bairro” teve excelente desempenho, assim como outras duas produções protagonizadas por Thalia. As três tramas tiveram uma média de 15 pontos e incomodou o “Jornal Nacional”, que caiu de 42 para 37 em 1997.
“Chiquititas”, “Marcia” e “Concurso de Paródias” fecharam com médias de 12, 11 e 9 pontos respectivamente. A “Tela de Sucessos”, sempre exibida às 21h30, as sextas, teve 5 milhões de telespectadores. No ano anterior, no mesmo horário, o público não passava dos 3 milhões.
Por causa desses programas, o “Jô Soares Onze e Meia” e “Hebe” cresceram 50% na audiência.
Por fim, o SBT ainda liderou em dois momentos em São Paulo, principal praça do mercado publicitário: “Marcia” e “Domingo Legal”. Se em abril de 1997 o programa dominical tinha 5,7 milhões de telespectadores, no final daquele ano chegou em quase 9 milhões.
O retorno de Silvio Santos consolidou o canal como a emissora das classes baixas. Nos anos seguintes, a emissora investiu pesado em atrações e artistas populares, como Ratinho.
Confira abaixo chamada da programação do SBT:
Vilã não morreu
Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel
Estreou na TV aos 7
Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web
De volta
The Masked Singer Brasil
Que dupla!
Vem aí
Temporada quente
Bola rolando
No JH
Polêmica
No passado
CAT BBB
Baixa
Adeus
Primeiro filho
Big Show
Acidente
Tá perdoado
No Mais Você
Começou!
Perda do pai
Vem aí