Publicado em 13/04/2019 às 20:00:00
Nessa semana, o "Conversa com Bial" retornou à tela da Globo, em sua nova temporada. Na noite desta sexta-feira (12), o convidado foi Djavan, que relembrou seus 40 anos de carreira.
Durante a conversa, o músico de 70 anos de idade, voltou ao início do seu trabalho e rememorou o sucesso de seu primeiro álbum e de como as canções chegaram aos ouvintes: "É um samba que advém de uma formação bem diversificada. Foi o que eu sempre privilegiei. Quando eu comecei a entender que esse era o meu caminho na música, eu comecei a perceber que eu gosto de tudo”.
Djavan revelou como funciona seu processo de criação e surpreendeu ao dizer que tudo é influência na hora de compor, até mesmo cores e cheiros: “Eu costumo criar a harmonia que a melodia necessita. A letra é a última coisa. Eu já fiz de tudo que é jeito, fiz letra e música junto, fiz letra para depois musicar, essa maneira é a mais rara, e depois passei a fazer a música e depois a letra para eu ter duas viagens distintas, me divertir duas vezes, e ter o domínio total de cada uma delas.”
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Ele também relembrou a parceria com João Araújo, pai de Cazuza. Ao chegar no Rio de Janeiro, o músico recebeu grande ajuda do produtor musical: “O João conseguiu alugar um apartamento para mim e ligou para o Mauro, que era o dono de uma boate, e disse: ‘Mauro, eu tenho um menino de Alagoas, que tem uma vozinha bacana, vê se absorve ele aí. Eu fiquei trabalhando de crooner na boate".
Mas o auge de sua carreira chegou junto com a expansão da indústria fonográfica. Campeão de discos em 1980, o cantor foi questionado por Bial o que mudou no mundo da música: “Tudo mudou muito. A possibilidade de você cantar, gravar, atuar, fazer o que quiser, hoje é muito maior. Você tem muito mais possibilidades de mostrar um trabalho. Mas talento vai existir sempre.”, respondeu.
Em 2018, Djavan gravou "Vesúvio". O novo álbum tem canções que refletem a situação atual do país: "Esse é um disco que tem canções políticas, que falam de problemas sociais, de relacionamentos, de amor, e tudo. É impossível você viver em um país dinâmico como o Brasil e não se envolver com essas questões todas.”, refletiu.
Recentemente, foram espalhados pela rede alguns boatos que atestam que Djavan estaria sofrendo de Mal de Parkinson. Segundo informações, a doença foi confirmada por amigos próximos do cantor, mas negada por ele.
Sobre informações falsas, o compositor revelou que as pessoas vivem de inventar: "Se é verdade ou não, é o menos importante. Há boatos de todo tipo. Há solicitações até de casamento. Ajuda financeira, mãe com câncer, casa que caiu... As pessoas apelam para o que pode. É do ser humano".
No início do ano, Djavan foi criticado após anunciar apoio ao governo de Bolsonaro. Ao Estadão, o músico revelou que o que mais importa para ele, são os brasileiros: "“Quando eu disse que tinha esperança no futuro do Brasil, é porque eu não sou capaz de torcer contra nenhum governo só porque não votei nele, porque o meu foco, a minha preocupação é o povo. Se o governo for mal, o povo vai mal, principalmente o povo mais pobre. Vou torcer sempre a favor de qualquer governo, porque meu interesse é exclusivamente o povo".
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