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Sete curiosidades sobre o humorístico "TV Pirata", que completa 30 anos em 2018

Fotos: Divulgação
Por Taty Bruzzi

Publicado em 10/10/2018 às 11:21:26

Lançado em 1988 pela Globo, o humorístico “TV Pirata” até hoje é considerado um marco da televisão brasileira. Ícone do humor, foi criado pelo diretor Guel Arraes em parceria com o roteirista Miguel Paiva, servindo de inspiração para demais programas.

Atualmente, a atração faz parte do catálogo do Globoplay, plataforma de streaming da emissora, que disponibiliza aos assinantes alguns dos melhores episódios exibidos, além das paródias das novelas “Fogo no Rabo” e “O Segredo de Darcy”.

Lançado logo após o fim da ditadura militar no Brasil, o “TV Pirata” contou com uma equipe de roteiristas que incluía o ator Pedro Cardoso, o jornalista Luiz Fernando Veríssimo e os integrantes do “Planeta Diário” e da “Casseta Popular”, que posteriormente se juntariam na formação do “Casseta & Planeta”, entre outros.

Com boas sacadas, críticas políticas e até da própria televisão, a atração tinha como inspiração programas já conceituados lá fora como o “Saturday Night Live”, dos Estados Unidos, e o “Monty Python Flying”, da Inglaterra.

Outra grande surpresa era o elenco formado pelos atores já renomados Ney Latorraca, Guilherme Karan, Débora Bloch, Maria Zilda Bethlem, Diogo Vilela, Pedro Paulo Rangel, Marco Nanini, Claudia Raia, Louise Cardoso e Cristina Pereira que se juntavam aos iniciantes Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães, vindos do grupo de teatro “Asdrubal Trouxe o Trombone”.

No ano em que a atração completa 30 anos, o programa “Conversa com Bial”, dedicou uma edição ao humorístico, que foi ao ar no último dia 3. Na ocasião, Pedro Bial recebeu os atores Diogo Vilela, Claudia Raia e Ney Latorraca, relembrando o humor da época e comparando-o ao atual.

Para Vilela, se o ator não puder ser espontâneo o humor se torna limitado. “No ‘TV Pirata’, mesmo com toda crítica, o humor não era agressivo. Era afiado, mas não era grosseiro. Tinha um afeto”, disse o humorista.

Em homenagem ao programa, destacamos 7 curiosidades sobre a atração que tanto sucesso fez e até hoje se mantém viva na memória dos brasileiros que curtiram o humor inteligente do final dos anos 80 e início dos 90. Confira:

Críticas

Um dos assuntos que pautavam o programa era a realidade brasileira do final da década de 80. Por conta disso, os criadores do “TV Pirata” protagonizaram muitas brigas com personalidades. Um dos exemplos foi o caso de escândalo da Legião Brasileira de Assistência (LBA), presidida pela então primeira-dama Roseane Collor. A atração chegou a retratá-la com roupa de presidiária em um dos seus episódios.

TV Machão

De acordo com o saudoso Bussunda, um dos redatores do humorístico, a ideia inicial para o quadro “As Presidiárias” era chamá-lo de “TV Machão” e contar com a participação de todo o elenco feminino.

Tonhão

Acostumada a interpretar personagens com grande apelo sexual, Claudia Raia surpreendeu ao surgir no “TV Pirata” como Tonhão, uma das detentas do quadro “As Presidiárias”. Para o papel, a atriz abriu mão de toda vaidade, surgindo com uma touca feita de meia na cabeça, sem maquiagem e com trejeitos masculinos. Certa vez, ela chegou a confessar ter brigado muito com o diretor Guel Arraes para conquistar a personagem que acabou marcando para sempre sua carreira no humor.

Barbosa

Indicado pelo amigo Marco Nanini para ingressar no elenco do programa, Ney Latorraca se destacou muito interpretando o Barbosa, um idoso de cabeça branca que fazia bico enquanto falava o que quase ninguém compreendia. O ator conta que conforme o tempo passava ele aumentava cada vez mais o bico em cena e quando se deu conta, todos o imitavam nas ruas. O sucesso foi tamanho que o Barbosa acabou participando da mensagem de final de ano da emissora ao lado de Tonhão (Claudia Raia), outro carismático personagem.

Caracterização

Regina Casé passou por uma situação engraçada depois da gravação de um quadro para o humorístico. Na ocasião, a atriz precisou pintar o corpo de tinta preta para interpretar uma integrante de uma família de negros. As gravações terminaram tarde da noite e como a tinta era muito difícil de tirar, ela foi para casa assim mesmo e quase matou seu marido de susto quando, ao acordar, a viu daquele jeito.

Índio Cléverson

Outro que também sofreu um pouco na caracterização foi Luiz Fernando Guimarães. O ator precisou ficar horas com o corpo besuntado de chocolate para se caracterizar de índio Cléverson.

Fazendo escola

Com o término do “TV Pirata” em 1992, os integrantes do Casseta & Planeta, em parceira com demais colaboradores, se reuniram na criação de mais um projeto inovador, o “Dóris Para Maiores”, atração que, posteriormente, se transformaria no “Casseta & Planeta, Urgente”, ficando no ar por 18 anos.

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