Estreia neste sábado

Chris Flores fala sobre nova temporada do "BBQ Brasil" e confessa: "como pra caramba"

Em entrevista ao NaTelinha, apresentadora conta detalhes do reality que volta neste sábado no SBT

Fotos: Gabriel Cardoso/SBT
Por Fabrício Falcheti , com Thiago Forato

Publicado em 15/09/2018 às 08:10:49

Neste sábado (15), às 18h15, o SBT estreia a terceira temporada do reality show "BBQ Brasil - Churrasco na Brasa", com apresentação de Chris Flores.

Versão brasileira do formato inglês "BBQ - Champ", a nova edição da competição de churrasqueiros foi gravada em uma estrutura montada sobre uma piscina no CDT da Anhanguera, e totalmente produzida pela emissora, que garantiu os direitos da marca.

Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, Chris Flores fala sobre seus desafios neste segundo ano à frente do programa, comenta as novidades, como a nova dupla de jurados formada por Carlos Bertolazzi e Danielle Dahoui e provas mais dinâmicas, conta detalhes de bastidores e faz um balanço desses dois anos no SBT, onde também apresenta o "Fábrica de Casamentos".

Se ela gosta de churrasco? "Amo churrasco! E não dou uma beliscadinha não, dou uma beliscadona! Como pra caramba", brinca.

Confira a entrevista na íntegra:

Esta será a segunda edição do "BBQ Brasil" sob seu comando. Está mais segura? Mudou algo para esta nova temporada em relação à primeira na apresentação?

Chris Flores - É a segunda edição que apresento, certamente estou mais segura, porque nunca tinha feito um reality de eliminação, de competição. E é muito difícil lidar com a frustração das pessoas, com a quebra de um sonho, a cada semana a gente acaba tirando alguém da competição e fazendo com que essa pessoa fique triste, desacredite nela mesma. Tenho um papel que considero muito importante, que é o de mostrar para eles que todos são importantes. Todas fazem a diferença e tem sua maneira de ser. Isso é complementado e não necessariamente perder naquele dia significa o fim de uma carreira. É o empurrão para que tenha vontade de seguir em frente. É só o começo de uma história que vai ser bonita lá na frente.

Eu percebo isso porque os ex-participantes ficam em contato com a gente e todos eles de alguma maneira ficaram nesse mercado do churrasco e se deram muito bem, até carreiras internacionais. Até a Helô, que foi participante da segunda edição, ela tava trabalhando na Argentina e com um mestre do churrasco, o Francis Malmon, que é o grande ídolo para todo mestre churrasqueiro. Ela conseguiu trabalhar no restaurante dele como assadora. E uma menina que chegou na competição ano passado sem saber muito bem o que ela queria da vida. Ela era blogueira, um Instagram muito forte, tinha muitos seguidores na região dela. E se tornou grande churrasqueira, a partir da eliminação dela, foi atrás do sonho. Não ganhou a competição, mas ganhou uma vida nova.

O Fernando, que ganhou ano passado, trabalha numa fábrica de chocolates, e continuou trabalhando por uma necessidade do dono que ficou um pouquinho doente, e tá tendo que gerenciar ajudando o dono, mas agora abriu um leque de possibilidades, e está agora com um negócio de importação de carne no Rio Grande do Sul, faz a entrega dessas carnes do Uruguai, na Argentina. Tá com outro negócio com um produtor de vacas do Sul, montando parque de churrasco, alimentação, produção de vacas... São pessoas que perceberam tanto ganhando ou não que tinham potencial para mais. Meu papel é fazer essa costura para que essas pessoas não desanimem da profissão e da vida, mas que se coloquem pra cima. E sintam que tem uma mãe ali para cuidar deles no momento que se sentirem mais fracos. E temos jurados para criticar para que eles cresçam e também de ensinar.

Sobre a mudança na apresentação, dessa vez acho que estava mais segura conhecendo bem o formato, as possibilidades até onde posso ir, o que podia explorar mais. Como mudamos um pouco, colocando atividades mais competitivas, com cara de gincanas, o programa ficou mais leve. Ficou menos técnica de churrasco e mais leve para toda a família, independente se gosta de churrasco ou não. Quem gosta, aprende, mas não se aprofunda tanto da técnica, porque deixamos o programa mais abrangente. Foi legal porque pude colocar uma dose de animadora no reality, consegui brincar com essa questão de ser animadora.

Você gosta de churrasco? Costuma dar aquela "beliscadinha" durante as gravações?

Chris Flores - Sim, eu amo churrasco e não dou uma beliscadinha não, dou uma beliscadona! (risos) Como pra caramba! Sempre engordo depois no final da temporada. É muito engraçado porque a gente come muito. Não consigo comer muito de cada prato, a gente experimenta um pedacinho de cada. Não tem nem tempo hábil pra isso. A gente precisa de uma rapidez que é um pouco diferente dos outros realities de comida. No "BBQ", o ponto da carne, a temperatura da carne é muito importante, isso mostra pros jurados se o churrasqueiro tem técnica. Se você deixar aquela carne esperando muito tempo, muda o ponto da carne. Se você deixar uma carne que tava mal passada descansando muito tempo, pode mudar para um ao ponto. Ela já ganha outra consistência, outra cor, outro ponto. Viu como tô aprendendo tudo? (risos)

Então temos que ter uma rapidez grande sem perder o dinamismo de avaliar cada candidato. é desafiador. Não sou obrigado a comer, eu como se quiser. O apresentador não tem essa obrigação, mas acho importante comer não só para experimentar, que é uma delícia, mas para entender o que tá sendo avaliado ali. Porque um passou, o outro não, porque uma carne é melhor que a outra e aí eu entendo os jurados, as críticas, as sugestões, elogios e aí fica mais fácil pro meu texto, avaliação, o perfil de cada candidato e a evolução deles na competição. Pro meu trabalho é fundamental experimentar para acontecer o que tá acontecendo.

 Qual a principal novidade da nova temporada que você apontaria?

Chris Flores - Acho que a principal novidade é a volta do Bertolazzi. Tô vendo que as pessoas estão muito felizes, porque a gente tem uma super parceria no "Fábrica de Casamentos", ele é meu irmão e é muito gostoso trabalhar com quem você se dá bem, que tem uma relação fora, extra trabalho. Ele é muito amigo do meu marido e a gente consegue passar pras pessoas essa sintonia. É a volta dele que entende muito de churrasco e entende muito de televisão já.

Nunca fui tão abordada em todos esses anos de televisão por crianças como tem sido hoje

Chris Flores

Além do Carlos Bertolazzi, tem a questão das provas, que estão muito mais dinâmicas, muito mais com cara de gincana, de brincadeira, de entretenimento. Porque o churrasco nunca é algo individual, você nunca faz churrasco sozinho. Ninguém vai lá e acende uma churrasqueira, faz uma carne só pra você, come sozinho. Churrasco é coletivo... Uma que traz um prato, outro que prepara outra coisa, um que salga, outro faz o vinagrete, outra prefere fazer a maionese, outra prepara o arroz, a outra lava a panela, arruma a mesa, faz a caipirinha, aí todo mundo come junto. É algo que propicia essa coletividade.

Então as gincanas têm esse caráter também. De ver o quanto eles são capazes de trabalhar em grupo e se entreter. Porque o churrasco é entretenimento, sempre tem ali o pagode, o samba, o sertanejo, a música seja ela qual for o ritmo. Tem ali brincadeira, pessoal conta piada, se diverte. Então a gente quis levar esse espírito do churrasco, da brincadeira, da diversão, pra dentro da prova. Pra não ficar aquela coisa sisuda de "ah, se não tiver técnica você tá fora", não é isso. Algumas pessoas que tinham bastante técnica não conseguiram trabalhar em equipe, não conseguiram se divertir tanto e se deram mal. Outras pessoas que se divertiram muito e que não tinham tanta técnica, foram se dando bem e foram aperfeiçoando a técnica e chegaram longe. Então ali a gente testa várias habilidades, e isso é legal passar para quem tá em casa.

A gente teve prova de churrasco dentro da piscina, por exemplo, onde a gente colocou a churrasqueira dentro da água e eles tinham que atravessar a piscina com a carne, com o carvão, acender a churrasqueira na boia, não podia furar a boia, foi muito divertido. A gente fez uma outra prova de churrasco no carro. Eles tinham que pegar uma carcaça de carro e fazer o churrasco ali de alguma maneira, transformar aquilo numa churrasqueira. São bem desafiadoras as provas, bem divertidas e bem diferentes.

Como está sendo a nova dupla de jurados, Carlos Bertolazzi e Danielle Dahoui?

Chris Flores - Sobre essa nova dupla, eles são amigos, se conhecem há muitos anos, fizeram eventos juntos, já trabalharam juntos, são muito premiados, reconhecidos no meio, são respeitados. É muito importante ter um homem e uma mulher. São visões de gênero diferente. É importante saber o que a Dahoui tá sentindo, passando, até porque a formação dos dois é diferente. O Bertolazzi tem a formação de uma culinária mais mediterrânea, mais italiana, e a Dahoui tem mais francesa. Mas eles dois sabem fazer outras coisas e se especializaram em carnes. Eles têm muito mais experiência do que as pessoas possam imaginar.

Como se dão muito bem, até na hora que eles brigam é engraçado... Tem tanta intimidade que isso acaba passando pra tela. Eles discordam mesmo, são parecidos nisso, são muito verdadeiros. Eles não conseguem mentir, seja o que for, com muita educação e gentileza, mas não tem filtro nesse sentido. Jamais. Eles falam, são honestos. E eles têm uma preocupação em explicar o porque do errado e o do certo. O que eu acho mais bacana de participar desse reality com duas pessoas que tem a preocupação de fazer com que as pessoas melhorem, é isso, não é colocar as pessoas pra baixo. Eles têm essa preocupação extra televisão, extra câmera. Desliga a câmera, continuam ajudando, continuam conversando, porque sabem quando as pessoas estão bem desafiadas, felizes, é melhor pra todo mundo, até pra programa de televisão.

Que tipo de feedback você recebe dos telespectadores sobre o "BBQ"?

Chris Flores - Eu tenho um feedback muito bom! É um programa que abrange a família toda, como é o caso do "Fábrica de Casamentos". É legal porque tem um público masculino muito grande também, assim como o "BBQ", muitos homens que gostam de churrasco, de fazer churrasco, apreciadores de carnes... É um mercado que cresce muito. Acho que o churrasco sempre foi muito consolidado como o maior evento gastronômico. Todas as famílias fazem churrasco, da mais pobre a mais rica, de qualquer classe social e idade. Todo mundo gosta de churrasco. Churrasco é feito de maneiras diferentes em cada região, em cada família, dependendo da condição financeira. Mas o churrasco sempre é uma coisa que acontece em todas as famílias, é universal. O nosso churrasco é bem diferente do churrasco dos Estados Unidos, por exemplo. Por isso, o formato do nosso programa foi bem adaptado ao paladar brasileira. A gente não faz as provas que são feitas lá fora, porque é um churrasco totalmente diferente do nosso.

O feedback que eu tenho é muito positivo, porque como a gente coloca muitas provas, muita dinâmica, isso faz com que as crianças e adolescentes também se divirtam. É um programa onde as pessoas me perguntam muito depois: "po, aquela carne que vocês fizeram, fica boa mesmo? Você provou?", "o que mais posso fazer? Tem alguma dica?". Eu gosto muito de perguntar para os jurados o que eu posso fazer com aquela carne, mais dicas a respeito daquele prato, porque eu sei que as pessoas vão me abordar nas redes sociais e nas ruas perguntando mais sobre aquilo. É muito legal você ver que tá fazendo parte de algo que as pessoas vão dar continuidade depois. É um reality que acaba ensinando as técnicas de churrasco e ao mesmo tempo divertindo todo mundo. É um programa muito querido em vários lugares do Brasil. Por onde eu tenho viajado, as pessoas tem falado sobre ele, cada um no seu estilo e no seu olhar.

Como tem sido esses anos no SBT? Está feliz no comando de realities shows?

Chris Flores - O que eu posso dizer é que eu já estou há dois anos no SBT e estou muito feliz, muito feliz mesmo, me sinto realizada. Estou apresentando dois programas muito incríveis. São programas que a família brasileira assiste, gosta, repercute, elogia... No caso do "Fábrica de Casamentos", agradece por trazer valores da família, do amor, do companheirismo, da amizade, do sonho... Tem muitas crianças que me param... Nunca fui tão abordada em todos esses anos de televisão por crianças como tem sido hoje. Elas amam esse programa! E eu descobri que o fato é: elas voltaram a sonhar com algo. Hoje as crianças tem tudo muito fácil nas mãos. Qualquer resposta que elas precisam elas vão no Google, no YouTube, elas dão uma teclada e conseguem. Então elas não têm mais paciência, não propicia mais o sonho. "O que é isso?", tem um vídeo que ensina, um texto que me diz. Tudo tem resposta!

E ali no "Fábrica", eles veem como é legal sonhar, como é legal imaginar o vestido, o bolo, uma família, que seja como ela for, qual configuração for, é importante ter família, é importante ter pessoas que você ama perto de você, valorizar isso. Então é um programa que consegue reunir todo mundo na televisão num sábado à noite, que às vezes as pessoas não tem condição de sair de casa, ou não querem, estão com preguiça, ou querem reunir a família perto da TV mesmo e ficar em casa. É um programa que não tem constrangimento, não tem apelação, e que tá fazendo essas vezes de "vamos sonhar todos juntos", "vamos falar mais de amor", "vamos falar mais de família", "vamos se emocionar juntos"... É um programa pra você realmente relaxar e pensar em coisas boas.

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E o "BBQ" é a mesma coisa, é um programa onde as pessoas vão relaxar, dar risada, se divertir, torcer por alguém. Fazer reality pra mim é um prazer, porque a gente retrata, a gente reporta a vida das pessoas, os sentimentos reais das pessoas - é minha veia jornalística mesmo. Das pessoas que a gente vê na rua, a gente não sabe quem são, mas a gente olha alguns rostinhos e fala: "queria tanto saber mais sobre essa pessoa". E os realities fazem isso. Eles protagonizam as pessoas reais. É muito gostoso mostrar quanta gente interessante, quanta gente bacana por aí e que merece esse protagonismo, merece ter sua história contada. É o mais legal de reality, quem tá em casa se identifica. Você tem essa empatia, essa afinidade também com o público. É muito gostoso. As respostas que eu tenho tido nas ruas são lindas.

De coração, eu estou muito feliz, estou sendo muito bem tratada, com muito respeito profissional. Sou tratada como um membro da família. É isso que eu sinto. O SBT é uma grande família, de pessoas muito profissionais, muito queridas e que tratam a gente de uma maneira muito especial. Também tenho aprendido muito e tenho feito esses desafios profissionais que têm me feito crescer, como profissional e pessoa.

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