Show da Vida

Memórias, desafio e honra: O que Poliana Abritta e Tadeu Schmidt falam dos 45 anos do "Fantástico"

NaTelinha conversa com os apresentadores atuais do "Fantástico", que completa 45 anos neste domingo (5)

Foto: João Cotta/TV Globo
Por Fabrício Falcheti , com Sandro Nascimento

Publicado em 05/08/2018 às 07:30:44

Há exatos 45 anos, no dia 05 de agosto de 1973, estreava na Globo o "Fantástico", que se tornou a revista eletrônica mais importante da TV brasileira.

No início, o programa não tinha apresentadores fixos, apenas locuções nas matérias feitas por Cid Moreira e Berto Filho. Depois, Sérgio Chapelin e o próprio Cid assumiram a ancoragem do Show da Vida, com a participação de artistas do elenco da emissora.

Em toda sua história, já passaram pelo apresentação do dominical nomes como Valéria Monteiro, William Bonner, Celso Freitas, Fátima Bernardes, Sandra Annemberg, Pedro Bial, Glória Maria, Patrícia Poeta, Zeca Camargo, Renata Vasconcellos e Renata Ceribelli.

Atualmente, o "Fantástico" tem comando de Poliana Abritta e Tadeu Schmidt.

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Poliana assumiu o jornalístico em novembro de 2014, substituindo Renata Vasconcellos, de mudança para o "Jornal Nacional". Já Tadeu está desde 2007, se destacando com a criação de uma nova linguagem para apresentar os gols da rodada, com muito bom humor.

Os dois apresentadores conversaram com o NaTelinha e contaram sobre a experiência de apresentar o "Fantástico" e o que a revista eletrônica representa em suas vidas e no jornalismo brasileiro.

Confira:

No final de 2014, você foi convocada pela Globo para assumir a apresentação do "Fantástico" no lugar de Renata Vasconcellos, que estava de mudança para o "Jornal Nacional". Como você recebeu esse chamado?

Poliana Abritta - Com uma alegria enorme! E também com uma baita responsabilidade. Comecei em televisão aos 19 anos, ainda na faculdade. De lá pra cá, percorri um longo caminho. Cobri política em Brasília, tive a oportunidade de entrar na escala de alguns jornais de rede, além de apresentar o jornal local de Brasília, apresentei o ‘Globo Mar’ e, depois disso, muitas outras portas se abriram. Gosto de olhar para esses momentos e ver quantas oportunidades diferentes tive e tenho até hoje, no ‘Fantástico’. E pensar em quantas ainda virão. É uma honra participar e apresentar esse programa que me permite tanta coisa! É sempre um desafio e uma nova inspiração.

Você estava como correspondente em Nova York antes de voltar para o novo desafio. Como foi essa adaptação?

Poliana Abritta - Nova York foi um período de transição, entre Brasília e o "Fantástico". Estava lá sabendo que em breve voltaria para assumir esse posto.

Você se mostra muito à vontade na ancoragem do dominical. Já se imaginou nele antes? Quando você repassa sua carreira, como se sente ao se ver no "Fantástico"?

Poliana Abritta - Eu sempre gostei de fazer coisas diferentes. De um jeito diferente. Não posso dizer que planejei cada passo, tudo foi acontecendo. Fui trabalhando, inventando, as portas se abriram e eu segui, como faço até hoje. Vivo cada trabalho com muita intensidade. Sou apaixonada pela minha profissão. Ao longo dos últimos quatro anos, no "Fantástico", tive a oportunidade de entrevistar figuras que admiro muito. Eu estou muito feliz. Sou apaixonada pelo programa e pelo que faço.

Na rua, que tipo de feedback você recebe sobre o programa? Algo curioso?

Poliana Abritta - Recebo muito carinho. A gente entra na casa das pessoas todo domingo. Está ali junto com a família e isso faz com que as pessoas tenham uma intimidade natural com a gente.

O programa faz parte da vida das pessoas porque mostra a vida delas e tudo o que as envolve: da realidade ao sonho.

Poliana Abritta

Dentre todas as famosas aberturas do "Fantástico", qual foi a mais marcante pra você?

Poliana Abritta - Gosto de várias. A nova abertura está linda! Mas se é pra puxar na memória, vamos falar de uma que todo mundo lembra: aquela da Isadora Ribeiro saindo de dentro da água.

Quando você começou a apresentação do "Fantástico", em algum momento a repercussão da sua exposição no vídeo te assustou? O que mudou em sua rotina com esse desafio profissional?

Poliana Abritta - Aumentou a exposição, sem dúvida. Mas aumentou também o leque de opções dentro do meu trabalho. O "Fantástico" me ofereceu mil oportunidades de me experimentar e fazer coisas diferentes e isso é pra mim arrebatador.

Como telespectadora, nos 45 anos do "Fantástico" qual situação, notícia ou quadro é mais marcante em sua lembrança?

Poliana Abritta - Tenho lembranças do "Fantástico" em diferentes fases. Tenho 42 anos. Então o "Fantástico", que agora faz 45, sempre existiu na minha vida. Dos tempos da Zebrinha, dos clipes, das matérias de Ciência... Mais tarde de quadros como "Retrato Falado" com a Denise Fraga... Até o momento em que eu mesma comecei a fazer parte do programa.

Para você, o que o “Fantástico” representa na história da TV e do jornalismo?

Poliana Abritta - O "Fantástico" tem um compromisso enorme com sua própria identidade e isso é reafirmado a cada domingo. O programa faz parte da vida das pessoas porque mostra a vida delas e tudo o que as envolve: da realidade ao sonho.

Qual a memória mais antiga que você tem do "Fantástico"?

Tadeu Schmidt - A memória mais antiga que eu tenho do "Fantástico" é do menino da bolha, que marcou toda a minha geração. Todo mundo se lembra dessa reportagem. Teve outra que também me marcou muito, que era sobre um possível fantasma que tinha aparecido no filme "Três Solteirões e um Bebê". O problema é que eu tinha medo de fantasma e estava sozinho em casa quando essa matéria foi ao ar.

Mas lembro claramente do hábito de assistir ao "Fantástico", um hábito que eu sempre tive e carreguei até trabalhar no programa. Sempre fui muito fã. Quando eu ainda fazia o "Bom Dia Brasil", logo antes de entrar no "Fantástico", a gente se encontrava na segunda-feira na redação e o comentário era sempre: “você viu o que o ‘Fantástico’ fez ontem? Como eles pensaram naquilo? Como eles fizeram aquilo? Que ideia maravilhosa!”.

E é essa mesma surpresa que eu continuo tendo até hoje. Continuo fascinado a cada fim de domingo, a cada segunda-feira, quando olho pra trás e digo: “meu Deus, como o ‘Fantástico’ consegue ser incrível a cada domingo”. O programa mata um leão a cada semana, consegue surpreender sempre. Quando criança, eu não imaginava que eu poderia ser jornalista, por isso não sonhava ainda em ocupar esse cargo.

Você implantou uma nova linguagem para apresentar os gols da rodada no "Fantástico", com as músicas para quem faz três gols, os cavalinhos e o quadro "Bola Cheia e Bola Murcha". Como foram essas criações?

Tadeu Schmidt - Essa é uma das ideias das quais eu mais me orgulho. Porque isso mexeu com o Brasil e com os hábitos das pessoas. Elas passaram a levar câmera para os estádios, porque ainda não existia celular com boas câmeras para filmar os jogos

A cada semana, quando o programa termina, eu fico vendo as coisas que mostramos e me dá um orgulho tão grande.

Tadeu Schmidt

Os três gols dão direito a música são outra ideia bacana que eu tive para o "Fantástico". Surgiu durante os pilotos, antes mesmo da estreia. Anotei num papelzinho e deixei lá, esperando alguém fazer três gols para começar. No início, precisamos explicar aos jogadores como a brincadeira funcionava, mas, se eu não me engano, logo na terceira vez os jogadores já sabiam que era pra pedir música e virou essa festa toda. Eu fico muito feliz quando vejo que, qualquer coisa que aconteça três vezes, as pessoas sempre lembram: agora vai pedir música no "Fantástico". Adoro isso.

Para você, o que o “Fantástico” representa na história da TV e do jornalismo?

Tadeu Schmidt - O "Fantástico" está sempre procurando ser inovador, sempre quer estar na vanguarda. Sempre foi assim e continuará sendo. E a relevância é enorme. A cada semana, quando o programa termina, eu fico vendo as coisas que mostramos e me dá um orgulho tão grande.

Nós sempre conseguimos fazer reportagens que mexem com as pessoas por inúmeros motivos. São reportagens que emocionam, denunciam ou que podem mudar rumos. O "Fantástico" tem essa característica de ser muito relevante e procurar sempre o novo, aquilo que é vanguarda. Hoje todo mundo tem acesso ao mundo inteiro com a internet, mas a gente continua descobrindo e levando para os telespectadores um material surpreendente.

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