Publicado em 13/08/2024 às 20:20:00
Na última semana, o trágico acidente com o avião ATR 72 em Vinhedo resultou na morte de 62 pessoas, marcando o maior desastre aéreo no Brasil desde 2007. As caixas-pretas da aeronave, encontradas e recuperadas, são agora o foco central das investigações conduzidas pela Força Aérea Brasileira (FAB).
A FAB confirmou na tarde desta terça-feira (13) que os gravadores de voz e dados da aeronave ATR 72 foram recuperados e estão sendo analisados no Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata) do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) em Brasília. Essas caixas-pretas são essenciais para entender as circunstâncias do acidente aéreo em Vinhedo.
O Cockpit Voice Recorder (CVR) registra as conversas e sons da cabine de pilotagem, enquanto o Flight Data Recorder (FDR) coleta dados técnicos cruciais, como altitude e velocidade. Estes registros são fundamentais para decifrar o que levou o voo ATR 72 a cair.
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Como parte da Convenção de Chicago, o Brasil convidou especialistas internacionais para colaborar na investigação. O Escritório de Investigações e Análises para a Segurança da Aviação Civil da França (BEA) e o Conselho de Segurança nos Transportes do Canadá (TSB) estão envolvidos devido ao fato de que a aeronave foi fabricada na França e seus motores no Canadá.
No último sábado, representantes do BEA visitaram o local do acidente, e os peritos do TSB estão participando ativamente das análises. Essa cooperação internacional visa garantir uma investigação minuciosa e abrangente sobre o acidente aéreo em Vinhedo.
De acordo com o brigadeiro Marcelo Moreno, chefe do Cenipa, os peritos estão analisando detalhadamente os diálogos e sons capturados pelo CVR para identificar quaisquer alarmes ou sinais de falha. Os dados do FDR estão sendo convertidos para uma análise aprofundada, com o objetivo de validar os parâmetros e equipamentos da aeronave.
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As investigações preliminares sugerem que o ATR 72 sofreu um estol, fenômeno em que a aeronave perde sustentação, antes de cair em um gramado amplo, o que facilitou a remoção dos destroços. A análise inicial dos dados pode levar até 30 dias, com um relatório detalhado a ser divulgado posteriormente.
Além das investigações técnicas, a Polícia Civil e a Polícia Federal estão conduzindo inquéritos criminais para determinar possíveis responsabilidades no acidente. "Estamos trabalhando incansavelmente para concluir a investigação e proporcionar conforto às famílias das vítimas", afirmou Rodrigo Sanfurgo, superintendente regional da PF em São Paulo.
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