Publicado em 05/09/2023 às 21:50:00,
atualizado em 05/09/2023 às 22:39:44
Os olhos castanhos de um bebê de 6 meses da Tailândia mudaram de cor após a criança receber o medicamento antiviral favipiravir para tratar Covid-19, passando a apresentar a tonalidade azul-índigo. O caso raro foi relatado em um estudo publicado na revista Frontiers in Pediatrics.
A mudança foi notada pela mãe ao verificar o menino sob a luz do Sol, o que a levou a levá-lo imediatamente a um oftalmologista. Trata-se do primeiro caso do tipo em uma criança, já que até então o efeito só havia sido registrado em adultos e pouquíssimas vezes.
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O bebê havia sido levado ao hospital com quadro de febre e tosse, quando recebeu o diagnóstico e iniciou o tratamento com um antiviral utilizado em pessoas que testam positivo para a doença causada pelo novo coronavírus. A alteração nos olhos ocorreu cerca de 18 horas após o início do tratamento.
Os autores do estudo acreditam que a descoloração dos olhos foi causada pela ação de substâncias químicas fluorescentes liberadas pelo favipiravir durante seu metabolismo no organismo. Essas substâncias se acumularam na córnea, a camada transparente que protege o olho.
Em testes de laboratório, a fluorescência causada pelos comprimidos foi detectada sob a luz ultravioleta. Dessa forma, é possível que os componentes da fórmula, responsáveis por este efeito, se acumulem em diferentes tecidos.
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No artigo, também é citada a possibilidade de que metabólitos e componentes adicionais do remédio, incluindo dióxido de titânio e óxido férrico amarelo, também tenham levado à descoloração azulada nos olhos do bebê. Esta mudança é considerada um efeito colateral raro do antiviral.
Apesar da raridade, outros casos semelhantes já foram registrados entre 2021 e 2022. No ano passado, alguns pacientes chegaram a apresentar a fluorescência até nos cabelos, unhas e dentes.
O exame feito por médicos duas semanas após o bebê se recuperar da doença mostrou que a criança não apresentava sinais de problemas na visão. Além disso, a cor azulada sumiu, com os olhos dele voltando a apresentar o tradicional castanho-escuro.
Apesar da aparente ausência de danos, os autores do estudo afirmam ser necessário monitorar a administração do favipiravir em crianças para determinar a causa exata da descoloração dos olhos. Os especialistas também querem saber se há efeitos a longo prazo relacionados à mudança temporária.
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