Sonho Meu

Novela sucessora de Mulheres de Areia nunca foi reprisada na Globo

Enquanto isso, história das gêmeas Ruth e Raquel está no ar pela 5ª vez

Sonho Meu fez sucesso com a relação de amizade entre Laleksa (Carolina Pavanelli) e Tio Zé (Elias Gleizer) - Foto: Reprodução/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 12/07/2023 às 05:46:00

Mulheres de Areia está no ar nas tardes da Globo em sua quinta exibição na TV – além da apresentação original, em 1993, a novela já foi reprisada em 1996 e 2012, no Vale a Pena Ver de Novo, e em 2016, no canal Viva. Sua sucessora original, há 30 anos, teve um tratamento bem diferente por parte da emissora.

Ao contrário da história das gêmeas Ruth e Raquel (Gloria Pires), Sonho Meu, que sucedeu Mulheres de Areia originalmente às 18h, nunca foi reprisada na Globo. Sua única reapresentação ocorreu em 2021, no Viva. A trama ficou no ar entre setembro de 1993 e maio de 1994, com 197 capítulos.

Engana-se quem pensa que a opção da Globo decorre de uma possível baixa audiência da história. Ao contrário, Sonho Meu foi o segundo melhor Ibope da faixa das seis nos anos 1990 – perdendo apenas para a própria Mulheres de Areia. Fatores externos ao sucesso de público podem ter influenciado.

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A história, disponível na íntegra no Globoplay desde o ano passado, gira em torno da órfã Laleska (Carolina Pavanelli). Sua mãe, Claudia (Patrícia França), para escapar da violência do marido, perde a guarda da filha, que vai parar em um orfanato. A menina foge e acaba sob os cuidados do simpático Tio Zé (Elias Gleizer).

Enquanto luta para reaver a custódia da filha, Claudia se envolve com dois irmãos, herdeiros da fábrica de brinquedos em que trabalha: Lucas (Leonardo Vieira), o mocinho, e Jorge (Fábio Assunção), o vilão da história. Eles são netos da poderosa empresária Paula Candeias de Sá (Beatriz Segall).

Sonho Meu foi adaptação de novelas antigas, assim como Mulheres de Areia

A premissa nasceu de um pedido da Globo feito ao autor Marcílio Moraes para adaptar duas novelas de Teixeira Filho: A Pequena Órfã (1969) e Ídolo de Pano (1974), exibidas com sucesso na Tupi. Em entrevista ao NaTelinha, há dois anos, o escritor relembrou a missão:

“Dessa mistura, surgiu uma novela inteiramente diferente. Sonho Meu foi fundo naquilo que se propunha, tratou aquela ‘pequena órfã’ com seriedade. As crianças da história não são envoltas em probleminhas bobocas. Os problemas são reais: violência doméstica, abandono.”

Marcílio Moraes

Curiosamente, Mulheres de Areia também nasceu da junção de duas antigas novelas da autora Ivani Ribeiro, adaptadas por ela mesma. A primeira versão da história, que teve Eva Wilma vivendo as gêmeas, ganhou entrechos já vistos em O Espantalho (1977), transmitida na Record.

+ 5 atrizes foram cotadas para viver Ruth e Raquel em Mulheres de Areia

Moraes ainda revelou que a direção da Globo implicou com o fato de que, no decorrer da história, a protagonista se torna bígama. Por isso, alguns acontecimentos foram antecipados, segundo o novelista. Ele também avaliou o sucesso de audiência da novela: “Tinha todos os elementos dramáticos para isso”.

O site Teledramaturgia traz uma teoria sobre o fato de a Globo nunca ter reprisado Sonho Meu. A justificativa seria a saída da emissora dos atores principais, Leonardo Vieira e Patrícia França, e também dos autores e diretores – que migraram para a Record e o SBT em meados dos anos 2000.

Relembre a abertura de Sonho Meu



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