Vilã de Marisol, atriz encarnava Cruella em cena no SBT: "Dava medo até em mim"
Glauce Graieb relembra bastidores, críticas na imprensa e sucesso da novela, em reprise nas tardes
Glauce Graieb lembra vilã de Marisol: "Cada vez que ela ia matar ou fazer alguma maldade, eu me vestia toda de branco, colocava uma peruca preta e óculos escuros" - Fotos: Reprodução SBT/Instagram
Publicado em 10/01/2023 às 04:51:00, atualizado em 10/01/2023 às 12:00:16
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Glauce Graieb completa 60 anos de carreira em 2023. Pode-se dizer que as comemorações já começaram na segunda-feira (9), com a volta ao ar de uma de suas personagens mais lembradas: a vilã Amparo de Marisol (2002), que ganhou reprise nas tardes do SBT. A veterana atriz relembra este trabalho em entrevista exclusiva ao NaTelinha.
“Foi a primeira vez que fiz um texto mexicano. Nos bastidores, eu tinha a preocupação de estar sempre brincando com todo mundo para que eu pudesse fazer a personagem com leveza, porque a Amparo era uma vilã que dava medo até em mim. Eu não gostaria nem de chegar perto de uma pessoa como ela (risos)”, conta Glauce Graieb.
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Marisol foi uma adaptação da novela homônima criada pela famosa autora Inés Rodena. A versão brasileira coube a Henrique Zambelli, que manteve o tom do melodrama original. Ao longo da história, Amparo infernizou a vida da protagonista, interpretada por Bárbara Paz, e matou diversos personagens com requintes de crueldade.
“Eu brincava que me travestia de Cruella [a vilã da Disney, que nasceu na franquia 101 Dálmatas]. Cada vez que ela ia matar ou fazer alguma maldade, eu me vestia toda de branco, colocava uma peruca preta e óculos escuros. Todo mundo falava: ‘A Cruella está entrando’, nas externas e nos estúdios. A gente se divertia muito.”
A despeito do sucesso de audiência registrado durante a exibição original, há 21 anos, os absurdos de Marisol não escaparam das críticas na imprensa. Em certa fase da trama, a mocinha também não era reconhecida apenas por usar uma peruca. “Será que a gente não iria reconhecer uma mulher loira e de olhos azuis só por causa de uma peruca preta? Todo mundo criticava isso”, recorda Glauce.
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“As cenas do texto mexicano eram bastante longas, gravávamos até de madrugada. Havia sequências muito violentas, principalmente as da Amparo. Era uma rotina exaustiva, mas que resultou em um trabalho muito bonito.”
Glauce Graieb
Vilãs de Glauce Graieb renderam à atriz um fã-clube ativo até hoje: "Sobressaíram"
A veterana havia acabado de interpretar outras duas malvadas na TV: em Fascinação (1998), no SBT, e em Louca Paixão (1999), na Record. “Eu adoro fazer vilã. Elas não podem ser caricatas, fazer caras e bocas nem nada. O peso do personagem já está nas ações. Consegui mudar as características para que nenhuma delas ficasse igual a outra.”
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As antagonistas são lembradas e deram origem a fã-clubes da atriz, que até hoje compartilham na web cenas e fotos desses trabalhos. “Não sou muito ativa nas redes sociais. Nunca me preocupei em ter perfis no Facebook ou no Instagram. Fui descobrindo aos poucos, praticamente me obrigaram a fazer.”
“Aos poucos, tenho conseguido responder devagarinho os comentários. Peço até desculpas às pessoas que me escrevem, por não estar a toda hora agradecendo. De coração, fico muito feliz de saber que gostam de mim e do meu trabalho. É uma questão minha de não fuçar muito as redes sociais.”
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Glauce Graieb
No ar desde 1963, ela não consegue destacar um só papel em sua trajetória: “Todos eles foram importantes na minha carreira, porque todos acrescentaram algo em mim. Claro que as vilãs sobressaíram. Elas estão em primeiro lugar, todo mundo lembra muito delas, mas cheguei a fazer matriarcas, uma freira... Um pouquinho de cada uma, eu guardo com muito carinho”.
Atriz finalmente contracenou com a irmã Nívea Maria: "Temos o mesmo jeito de ser"
Os planos de Glauce Graieb para 2023 incluem a volta ao teatro. Antes da pandemia, a peça A Valsa ficou seis meses em cartaz pelo interior de São Paulo e com passagem na capital, mas foi interrompida pela morte do autor e ator Sérgio Virgílio. O espetáculo deve ser remontado no segundo semestre.
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Em 2020, a atriz pôde finalmente trabalhar com a irmã Nívea Maria. Elas atuaram no filme Um Caso do Outro Mundo, rodado em Águas de Lindóia (SP). “Nós nunca trabalhamos juntas em novelas, só em teatro. Quando eu estava em um horário, ela estava em outro. Fiz algumas participações em novelas que ela estava, mas não contracenamos.”
“Fazer o filme com ela foi muito gostoso, muito divertido! Temos o mesmo jeito de ser, somos muito brincalhonas quando não estamos gravando, justamente para ter uma leveza no trabalho. Já fizemos campanha para que autores e diretores nos colocassem juntas em cena, porque é gratificante tanto para mim quanto para ela.”
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Glauce Graieb
Outro longa-metragem, Sofia, foi gravado em 2018, mas também não foi lançado. Ambos os projetos tiveram atrasos na fase de finalização por conta da pandemia da Covid-19 e aguardam uma data para chegar aos cinemas. Ela pôde ser vista no infantil Esquadrão na Moral – Uma Aventura em Natal, divulgado em 2021.
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