Histórico

Uma das causas de Catarina em O Cravo e a Rosa, há 90 anos o voto feminino se tornava realidade

Em 24 de fevereiro de 1932, as mulheres conquistaram o direito de votar no Brasil

Catarina (Adriana Esteves) questiona o papel imposto às mulheres - Divulgação/TV Globo
Por Jéssica Alexandrino

Publicado em 24/02/2022 às 07:17:00

Em O Cravo e a Rosa, Catarina (Adriana Esteves) é considerada uma mulher moderna para os anos 20 e as mudanças no comportamento feminino nesse período serviram como pano de fundo para o romance da ricaça com Petruchio (Eduardo Moscovis). Apesar de não ser uma feminista de carteirinha, a filha de Nicanor Batista (Luís Melo) quer dirigir o próprio carro, participa de um movimento pró-mulher e escreve artigos sobre os direitos das mulheres. A trama de Walcyr Carrasco retrata o comportamento da época, com referências históricas, como a luta pelo voto feminino e o novo papel da mulher na sociedade.

Na novela, que está sendo reprisada nas tardes da Globo desde dezembro de 2021, o movimento feminista foi representado pela protagonista e suas amigas, Lourdes (Carla Daniel) e Bárbara (Virgínia Cavendish), professoras que moram sozinhas na capital paulista e, logo no primeiro capítulo, já aparecem participando de uma passeata pelos direitos femininos.

O voto feminino no Brasil foi instituído há 90 anos, em 24 de fevereiro de 1932, e foi um marco importante na luta das mulheres por igualdade de direitos com os homens. Porém, apesar da conquista, naquela época ainda haviam restrições. Somente mulheres casadas e viúvas podiam votar. As casadas, no entanto, precisavam de autorização do marido, enquanto as viúvas, apenas tinham esse direito garantido se tivessem renda própria.

VEJA TAMBÉM

Em 1831, ainda no Império, a proposta de permitir o voto de mulheres em eleições locais foi recusada pela Assembleia Geral Legislativa, formada só por homens. A monarquia caiu, se instituiu a República, e o voto feminino ainda demorou mais de 40 anos para ser implantado. No Rio Grande do Norte, a conquista chegou um pouco antes. Em 1928, as mulheres do estado já puderam votar porque o governador Juvenal Lamartine introduziu o direito na Constituição local.

Na vida real, a insistência de uma educadora também foi importante na luta pela igualdade política das mulheres. Nos anos 20, a professora Maria Lacerda de Moura e a bióloga Bertha Lutz fundaram a Liga para a Emancipação Internacional da Mulher, justamente com esse objetivo.

Adriana Esteves fala sobre como foi viver uma feminista em O Cravo e a Rosa

Logo que soube que O Cravo e a Rosa seria reprisada novamente e inauguraria o novo horário de novelas da Globo, Adriana Esteves admitiu que ficou surpresa com a escolha e disse que essa foi uma das novelas mais lindas das quais ela já participou.

"Esse trabalho foi especialmente importante para mim. Eu tinha acabado de ter meu primeiro e tão desejado filho, Felipe. Estava completamente encantada com a maternidade, transformada por ela e absolutamente entusiasmada para trabalhar", lembrou, em entrevista enviada à imprensa pela emissora carioca.

Sobre como foi viver uma feminista daquela época, a atriz contou que se preparou bastante. "Tivemos um trabalho de pesquisa muito rico sobre a época. Foi encantador entender e falar de uma mulher a frente de seu tempo, representante do feminismo nos anos 1920", revelou.



Participe do nosso grupo e receba as notícias mais quentes do momento.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

Participe do grupo
TAGS:
NOTÍCIAS RELACIONADAS
MAIS NOTÍCIAS