Publicado em 07/04/2020 às 05:22:44
La Esclava Blanca (2016) é a novela mais cara da história da Colômbia e tem muitas semelhanças com A Escrava Isaura, feita pela Globo em 1976 e que ganhou remake na Record em 2004. Com tamanho prestígio, o enredo ganhou prêmios, chamou atenção pelo seu apuro estético e está no catálogo da Netflix.
Produzida pelo canal Caracol Television, a história teve um investimento de 9,4 milhões de dólares. A diretora da trama, Liliana Bocanegra, contou aos jornalistas colombianos que ficou muito feliz em poder integrar o projeto, pois faria o público conhecer um momento histórico do país pouco explorado pela dramaturgia local.
Juliana Barrera, produtora executiva da produção, procurou novos atores para montar o elenco. “O básico do elenco era ter novos rostos para o nosso país, porque o que é realmente essencial é que as pessoas se viciem nos personagens e não no ator por trás, mais em um assunto tão delicado quanto a escravidão”, afirmou ela em entrevista ao site La Opinión de Almeria.
As gravações aconteceram na costa do Caribe colombiano e no centro do país para refletir a Colômbia do século XIX, período em que se desenrola o enredo. Santa Marta, Cartagena, Vale do Cauca, Bogotá, La Guajira e Medelín também foram palcos das filmagens, inclusive tendo cenas na fazenda que viveu Simón Bolívar em seus últimos dias de vida.
A direção optou por seguir um estilo mais próximo do cinema, fugindo de closes, usando drones, guindastes, planos abertos e muita movimentação dos atores em cena. Isso só aconteceu porque a novela contou com 62 capítulos, dando oportunidade para a produção ter maior cuidado com a questão técnica de cada cena.
VEJA TAMBÉM
Victoria Quintero era filha de Don Domingo e Elena Quintero, mas seus pais foram assassinados. Ela foi salva por Lorenza, sua babá negra e escrava, levando-a para viver ao lado do seu marido Tomás e sua filha Milagros.
Victoria cresceu e viveu com negros, mesmo sendo branca. Com costumes de escravos, apaixonou-se por Miguel, filho de Sara, uma escrava fugitiva. Mas a jovem sabia que não era daquele lugar e queria conhecer suas origens, indo para Santa Marta, local dominado por brancos.
Só que polícias acreditam que a menina foi sequestrada e matam vários negros, além de escravizar os sobreviventes. Victoria consegue escapar dos ataques e foge para Espanha, retornando para Colômbia rica, estudada e preparada para salvar o amor da sua vida e, principalmente, destruir o assassino dos seus pais.
“Apesar de jovem, Victoria é madura e determinada, tudo graças às injustiças pelas quais passou. Para realizar seus planos, ela terá que se passar por uma marquesa, e essa vida dupla custará sangue e lágrimas. O caminho não será fácil, mas ela possui as armas necessárias para superar obstáculos”, explicou Nerea Camacho, atriz que protagonizou a trama.
A novela tem semelhanças com A Escrava Isaura. A primeira é o fato da protagonista ser uma escrava branca, já que a maioria dos escravo era negro. Outro ponto é a discussão histórica do sofrimento que os africanos sofreram nas mãos de fazendeiros na América do Sul.
Mais uma semelhança é o fato dos vilões das duas histórias serem homens cruéis e capazes de fazer de tudo para conquistar o que quer além, é claro, de tudo ocorrer no século XIX.
A novela estreou cercada de expectativa e não decepcionou os especialistas da Colômbia, principalmente porque apresentou algo diferente do que o público do país estava acostumado a acompanhar.
“É uma excelente oportunidade de encontrar novamente nosso ser afro que nos torna colombianos”, escreveu Omar Rincón, famoso crítico de televisão do jornal El Tiempodestaca. Ele também aponta que a história mostra como reflexos do passado ainda mantêm o preconceito vivo na sociedade atual.
O site Elpulzo parabenizou a emissora por apostar em atores negros, mesmo tendo protagonista branca. As fotos aéreas e os planos abertos são considerados os pontos altos da direção. “Muito louvável o trabalho da produção que conseguiu encontrar locais adequados que, graças a uma obra de arte milimétrica, nos transportam silenciosamente para cada época em que a série acontece”, disse o portal.
Uma das poucas críticas que o folhetim recebeu foi o excesso de luxo que os escravos receberam. Na visão do jornalista Rincon, era inverossímil um povo que tanto sofreu estar tão bem vestido na novela.
A produção venceu quase todos os prêmios da Colômbia e fez sucesso em uma premiação da Coreia do Sul, apesar de não ter levado nenhuma das estatuetas. A frustração ficou em torno do Emmy Internacional, pois acreditava-se que o enredo poderia ganhar uma indicação, o que não ocorreu.
Mesmo sem o principal troféu de televisão do mundo, o folhetim disputou o Soap Awards France, Premios India Catalina, Seoul International Drama Awards, além de ter sido uma das principais atrações do MIPTV de Cannes - principal feira de televisão do planeta - em 2016.
O enredo se manteve na liderança por várias semanas, tendo média de 10 pontos, além de ser a maior audiência do país, perdendo esse posto com a estreia do reality show A Otro Nível, também da Caracol Television.
Ambas as produções revezaram no topo de programa com mais público da televisão colombiana, mas na reta final La Esclava Blanca cresceu e ficou muito próxima dos 13,8 pontos, que representa uma média de mais de 11 milhões de telespectadores.
A repercussão nas ruas e redes sociais foram grandes e o público ficou chocado com o sofrimento dos escravos. Inclusive, ocorreram reclamações com a emissora por conta dos castigos que os escravos eram submetidos, que eram cheios de violência e muito sangue.
Um historiador foi convidado para participar de um programa da emissora, o Dougle Way, para explicar que a novela estava seguindo a risca o que ocorre uno século XIX da Colômbia.
“Realmente (esses castigos) ocorreram, os cílios, a marca que é o carimba, as mutilações Foi a imagem degradada que a sociedade escravista colonial construiu de africanos escravizados e seus descendentes”, relatou.
A produção cinematográfica de La Esclava Blanca foi vendida para mais de 50 países em todo o planeta, passando por Costa Rica, Chile, Uruguai, Argentina, Porto Rico, México, Turquia, França, Venezuela e até mesmo o Brasil, onde passou no Fox Life antes de entrar no catálogo da Netflix.
Com muito prestígio entre o público latino e alguns países da Europa, a trama chegou aos Estados Unidos pelo canal Telemundo, sendo exibida por volta das 21h e tendo média por capítulo de 600 mil telespectadores, sofrendo algumas derrotas para as telenovelas da Universion.
Vilã não morreu
Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel
Estreou na TV aos 7
Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web
Manipulação
Canalhice
Esperto
Sumiço
Confusão generalizada
Toma!
Primeiro dia
Há 20 anos
Ficará sem nada
Beijão
Exposição
Guerra
No fim
E agora?
Veneno, tiro e mais
Mandante de surra?
Bem feito
Rica
Vem aí
Tristeza