Publicado em 16/12/2019 às 06:17:21
Os anos de 2010 estão chegando ao fim e se existe alguém dentro da teledramaturgia brasileira que pode comemorar, é Walcyr Carrasco. O novelista ganhou muita projeção nos últimos dez anos e se tornou o principal novelista da Globo, maior produtora do formato no mundo.
Se na década anterior Walcyr chegou à emissora carioca e se tornou o rei das 18h, na atual ele se firmou como o rei do Ibope em qualquer horário. Escrevendo todos os anos e batendo o recorde de Janete Clair, o autor acumulou sucessos quando o assunto é audiência e deu de ombros para as críticas.
Por conta disso, o NaTelinha preparou uma lista com as novelas de Walcyr nos anos de 2010 e relembra agora os fenômenos de audiência do autor.
Um ano depois do fim de Caras e Bocas (que começou em 2009, por isso não aparece na lista), Walcyr Carrasco retornou ao horário das sete para fazer sua terceira trama para o horário. Com uma história que misturava robôs e dinossauros, o novelista manteve seu estilo pastelão e investiu pesado no melodrama com a história da sofredora Dulce (Cássia Kis).
Se as primeiras semanas do folhetim o resultado de audiência ficou aquém do desejado, o autor não se constrangeu em mudar tudo para atrair o público e conseguiu. A produção terminou com média de 29,99 pontos e ostenta a segunda melhor marca dos anos 2010 no horário, perdendo apenas para o fenômeno Cheias de charme (30,05).
O papa tudo Walcyr Carrasco não iria deixar de produzir para o horário das 23h. A recém inaugurada faixa tinha ido ao ar anteriormente apenas uma vez com O Astro (2011). No remake de Walter George Durst, o autor entrou no universo adulto e quase fugiu do seu tom de humor, embora tenha mantido muitos elementos que o consagraram.
Em termos de audiência, Gabriela não foi um fenômeno, embora tenha mantido índices satisfatórios para a Globo. Os números apontaram média geral de 18,91, ficando abaixo de O Astro (19,00).
A estreia de Walcyr Carrasco no horário mais nobre das novelas globais ocorria no ano seguinte. E ele chegava com a missão de recuperar a faixa que havia perdido muitos pontos com a rejeitada Salve Jorge, de Glória Perez. O autor apresentou uma trama considerada confusa pela crítica, mas que caiu no gosto popular com um vilão adorado pelos telespectadores, Félix (Mateus Solano).
A primeira novela de Walcyr na faixa das 21h não foi um fenômeno, mas cumpriu sua missão de estancar a queda de audiência do horário. Amor à Vida chegou ao fim com 35,51, elevando em quase dois pontos a média de Salve Jorge (33,97).
Em 2015 chegou a consagração do novelista. Sua segunda produção no horário das 23h, Verdades Secretas, tinha tudo para chocar por conta do tema, o book rosa do sub mundo das modelos. Considerada por muitos a melhor novela da carreira de Walcyr, a trama é a última novela brasileira a vencer o Emmy Internacional.
E se Verdades Secretas deu prestígio a seu autor, ela também não decepcionou em termos de audiência. Com média de 19,81 pontos e uma repercussão poucas vezes vistas no horário da Globo, a novela foi o maior Ibope das 23h até então.
Já como um dos principais nomes da Globo, Walcyr Carrasco surpreendeu quando decidiu retornar onde tudo começou, para o horário das 18h. Estreando no mês de janeiro e num horário considerado ingrato, o autor apostou em histórias que lembravam suas produções da década passada e que fizeram muito sucesso.
E não deu outra, Eta Mundo Bom foi um arrasa quarteirão e terminou com a melhor média geral do Ibope de uma novela das 18h em onze anos. Com 27,08 pontos, a novela superou 18 tramas da faixa e alcançou o melhor desempenho desde O Profeta (2007).
Quando o novelista parecia já ter conquistado todos os recordes possíveis, ele provou que era possível se reinventar quando o assunto é Ibope e estreou O Outro Lado do Paraíso, sua segunda imersão no horário das 21h e que mostrou uma história de vingança com muita maldade.
A produção surpreendeu em termos de audiência, pois iniciou em baixa, mas com a antecipação da volta da protagonista Clara (Bianca Bin), os números entraram no eixo e o folhetim terminou com incríveis 38,23 de média, a terceira melhor audiência da década, atrás apenas de Avenida Brasil e Fina Estampa.
O mais recente trabalho de Walcyr Carrasco é mais uma prova do quanto a mente inventiva do autor o colocou como o rei do Ibope na Globo. Com uma produção solar e bastante diferente de outras novelas que ele escreveu para a faixa das 21h, a história de Maria da Paz (Juliana Paes) foi outro sucesso no currículo do roteirista.
Com média de 35,97 pontos, a novela é a quarta melhor média dos anos 2010 e detém o recorde de maior elevação deste período, já que A Dona do Pedaço recebeu a faixa em baixa, após o fracasso de O Sétimo Guardião
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