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Os coadjuvantes que "roubaram" a cena dos protagonistas das novelas

De Foguinho a Félix, eles fizeram mais sucesso que as estrelas das novelas

Personagens que fizeram sucesso e viraram protagonistas - Foto: Montagem
Por Naian Lucas

Publicado em 27/06/2019 às 05:00:16

"Verão 90" entrou na sua reta final e já é possível fazer um balanço do resultado final da produção. Em meio às críticas, é possível cravar que, num elenco numeroso e cercado de estrelas, Cláudia Raia voltou a brilhar.

Nas últimas semanas, a personagem Lidiane ganhou status de protagonista e ofuscou Manuzita (Isabelle Drummond) e João (Rafael Vitti). Ao virar principal rival de Mercedes (Totia Meireles), o público comprou a história e passou a torcer para a mãe da ex-Patotinha.

Por conta disso, o NaTelinha resolveu relembrar outros personagens que roubaram o protagonismos nas novelas.

Confira a lista:

Salgadinho – “Explode Coração” – (1995)

Quando uma pessoa quer falar que determinado ator não está interpretando bem, ele costuma utilizar o termo cigano Igor (Ricardo Macchi). Mas, quando se fala em “Explode Coração”, rapidamente os fãs da novela lembram do personagem Salgadinho (Rogério Cardoso). Dono de um bar na periferia do Rio de Janeiro, ele vivia entrando em confusão com a sua esposa Lucineide (Regina Dourado).

Com a rejeição do público com a trama central e os críticos especializados não compreenderem a história, Glória Perez resolveu investir no núcleo cômico e o resultado foi positivo.

Exibida na faixa das 20h00, a produção começou estável, mas ultrapassou a barreira dos 50 pontos na semana 15 e virou um grande sucesso. A média final fechou em 47 pontos na Grande São Paulo.

Foguinho – “Cobras & Lagartos” (2006)

Segunda novela de João Emanuel Carneiro e segundo maior sucesso de audiência do horário das sete no século, tendo fechado com média de 38 pontos, ficando apenas atrás de “Da Cor do Pecado”, do mesmo autor, que alcançou uma marca de 43 pontos.

Foguinho (Lázaro Ramos) foi criado como um anti-herói e estava previsto seu envolvimento com o núcleo central. Entretanto, o personagem fez tanto sucesso que ofuscou o casal Bel (Mariana Ximenes) e Duda (Daniel Oliveira), além dos vilões Estevão (Henri Castelli) e Leona (Carolina Dieckmann).

O sucesso foi tão alto que rendeu a Lázaro Ramos uma indicação ao Emmy Internacional, a primeira de um ator brasileiro no formato de telenovela. Foi também a primeira vez que o artista esteve no elenco de uma trama de longa duração.

Jackson – “Vidas Opostas” (2006)

Joana (Maytê Piragibe) e Léo (Miguel Campobello) faziam um casal bonito e Jeferson (Ângelo Paes Leme), chefe de um morro do Rio de Janeiro, tentava atrapalhar o casal. O traficante era irmão de Jackson (Heitor Martinez), que resolveu tomar tudo do ex-namorado de Joana.

A partir daí o vilão passa a dar medo em tudo e todos, principalmente em Joana. A guerra pelo morro é o que mais chama atenção do público e Marcílio de Moraes, autor da trama, decide aprofundar ainda mais no tema.

A produção fechou com média geral de 13 pontos e o último capítulo consolidou com incríveis 25 pontos, entrando na lista de maiores sucessos da Record. Jackson é considerado por muitos o maior vilão da história da dramaturgia do canal do bispo Edir Macedo.

Rakelli – “Beleza Pura” (2008)

Regiane Alves vinha de consecutivos trabalhos ao lado de Manoel Carlos, alcançando muito sucesso de público e dos especialistas. A história giraria em torno da sua personagem e Edson Celulari, mas Rakelli resolveu virar a dona da trama, conquistando o coração dos fãs da produção.

Interpretada por Isis Valverde, Rakelli era uma personagem infantil e bastante burra, confundindo palavras e tomando ações pra lá de engraçadas. As maluquices dela viraram temas de diversas reportagens do “Vídeo Show” e, quando é falado de “Beleza Pura”, rapidamente se lembra da jovem.

“A Rakelli deu certo porque juntamos uma atriz talentosa e carismática com um bom papel. Sempre gostei da personagem, mas não podia imaginar tamanho sucesso. A escalação da Ísis Valverde foi também uma idéia do Papinha e adorei vê-la interpretando. Não me inspirei em uma pessoa específica para compor a personagem, mas em várias que conheci ao longo da vida. Aquele choro de sirene, tão característico dela, teve como inspiração, por exemplo, o choro de crianças, e mostra um pouco o lado infantil da personagem”, declarou Andréa Maltarolli em entrevista a Folha de São Paulo em 2008.

Raj – “Caminho das Índias” (2009)

Era a volta de Márcio Garcia a Globo. Ele protagonizaria a novela das nove, interpretando Bahuan, e depois ganharia um programa no canal. Os primeiros capítulos mostraram o seu personagem apaixonado por Maya, mas o público não comprou o casal e Glória Perez necessitou realizar ajustes.

Raj (Rodrigo Lombardi) e Maya tiveram uma química fora do comum e os fãs da novela pediram na hora para que ambos ficassem juntos. No fim, o casal terminou casado e Bahuan acabou ficando apagado.

O relacionamento de Maya e Raj fez a audiência da novela crescer a média geral acabou sendo de 39 pontos. “Caminho das Índias” se tornou a primeira telenovela brasileira a vencer o Emmy Internacional.

Luciana – “Viver a Vida” (2009)

Manoel Carlos carregava em sua bagagem quatro sucessos consecutivos na faixa das nove e a expectativa era alta com a novela, principalmente porque a Helena seria interpretada por Taís Araújo, primeira atriz negra protagonista do horário das oito da Globo.

Mas, no ar, a trama não funcionou e o público rejeitou com força a personagem. Porém, mesmo com audiência considerada abaixo da média, consolidando-se com 36 de média, o público se apaixonou pela história da cadeirante Luciana.

A menina era arrogante, mimada e prepotente, porém, sofreu um enorme baque após ficar tetraplégica. É a partir da sua deficiência que ela ganhou o coração dos espectadores, tornando-se uma pessoa melhor.

Félix – “Amor à Vida” (2013)

Apresentado como vilão, Félix (Mateus Solano) tomou uma atitude drástica e jogou a própria sobrinha numa caçamba. Sua inveja era alta, mas ficou satisfeito ao ver sua irmã Paloma (Paolla Oliveira) sofrendo. Entretanto, com seu trejeito afeminado, continuava sendo rejeitado pelo pai César (Antônio Fagundes).

Paloma não entrou nas graças do público e a história de Félix cresceu. É descoberta que o pai o odeia, pois o culpa por acreditar que o filho foi responsável pela morte do seu outro menino. Ao saber da orientação sexual de Félix, expulsa-o de casa, obrigando-o a viver com uma família pobre.

Félix vendeu hot-dog, sofreu e viveu na pobreza. Tornou-se uma pessoa melhor, apesar de manter seu senso de humor alto, conheceu Niko (Thiago Fragoso) e se transformou no protagonista de “Amor à Vida”. No fim, é premiado com o primeiro beijo gay da televisão brasileira.

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