Publicado em 26/09/2019 às 06:54:00
Estreou na quinta-feira (26), nas salas de todo o Brasil “Hebe - A Estrela do Brasil”. Com direção de Maurício Farias, a cinebiografia sobre a grande diva da TV conta com a atriz Andrea Beltrão no papel de protagonista e grande elenco.
O filme se passa nos anos 80, pós-ditadura militar no Brasil, e retrata a Hebe (1929-2012) como uma mulher doce e de personalidade muito forte, profissional engajada e que lutava contra a censura.
Alguém que se recusava a fazer programas gravados e batia de frente com os políticos. E foi em um desses atos pela liberdade que a apresentadora joga seu microfone no chão e abandona seu programa na Rede Bandeirantes por não concordar com a tentativa de controle por parte do Governo Federal.
Com produção da Globo Filmes, curiosamente uma das cenas do longa mostra uma conversa da apresentadora com suas duas melhores amigas, as atrizes Lolita Rodrigues (Karine Teles) e Nair Bello (Cláudia Missura).
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Na sequência, as duas aconselham a amiga a trabalhar na Globo e ela se nega, afirmando ter medo de sofrer com a “mordaça”. “Tenho pavor da Globo. Não vou poder beber nem dizer meu puta que o pariu”, expressa.
Logo em seguida, Hebe Camargo assina contrato com o SBT ganhando a metade do que faturava na Band mais 30% sobre patrocínio, mas com a garantia de fazer seu programa sem intromissões. O ano era 1986 e ela permaneceu na emissora de Silvio Santos (Daniel Boaventura) por 25 anos.
Ao longo de sua carreira, a apresentadora esteve na TV Tupi, Record, Bandeirantes, SBT e RedeTV!. Dois dias antes de morrer, Hebe assinou novamente contrato com o SBT, mas não deu tempo de voltar à telinha.
Diagnosticada com câncer no peritônio em 2010, doença que debilitou bastante sua saúde, a diva nos deixou no dia 29 de setembro de 2012, vítima de uma parada cardiorrespiratória, aos 83 anos.
Uma das características da apresentadora era fazer críticas à repreensão, aos políticos brasileiros e ao poder ditatorial no Brasil da época. Defensora da liberdade de expressão, Hebe nunca deixou de opinar em seus programas.
“Até quando a gente vai aceitar tanta injustiça? A Hebe não é de direita, não é de esquerda, a Hebe é direta!”, disse certa vez. Nos anos 80, inclusive, a apresentadora chegou a ser processada por deputados federais por causa de declarações polêmicas, passagem retratada no filme “Hebe - A Estrela do Brasil”.
Sempre à frente do seu tempo, Hebe Camargo já era defensora das causas LGBT muito antes do crescimento e da popularidade da comunidade gay no Brasil. Durante participação no “Roda Viva” (1987), a apresentadora falou sobre o assunto afirmando não ter lógica em discriminar pessoas por serem quem são.
“O fato de eu falar não vai mudar. Ou as pessoas nascem assim, ou não nascem. […] Quem tem que ser é. Eu tenho muitos amigos homossexuais, pessoas com quem eu aprendo muito. São pessoas educadas, maravilhosas, com uma cultura que eu gostaria de ter e não tenho. Tenho profundo respeito, eles por mim e eu por eles”, disse em um dos trechos da entrevista.
Nesta mesma entrevista cedida ao “Roda Viva” em agosto de 1997, a apresentadora confessou já ter feito um aborto e defendeu o poder de escolha da mulher em querer interromper a gestação ou não.
“Eu acho o aborto uma coisa muito pessoal. Acho uma coisa tão delicada. […] O que as pessoas têm que pôr na cabeça é que não é pelo fato de legalizar uma coisa que você vai ser obrigada a fazer. […] Por mim pode legalizar o quanto quiser”, opinou.
Em 1997, ela retomou o assunto, só que desta vez em entrevista à revista “Veja”. “Eu tinha 18 anos e um corpinho lindo, sobrancelhas grandes, cabelos compridos e escuros. Começava minha carreira de cantora de rádio. Na minha primeira relação sexual fiquei grávida. Não podia contar para ninguém.
Meus pais sempre foram muito severos e naquela época era uma perversão ter relação sexual sem se casar. Contei para uma amiga, uma vizinha. Ela soube de um local onde uma mulher fazia aborto. Ela não era médica.
Numa sala pequena, sem anestesia, sem medicamento nenhum, fez a curetagem (procedimento de raspagem na parede uterina). A dor era tão intensa que ameacei gritar. Jamais vou esquecer-me daquela voz falando em tom alto e áspero para eu calar a boca”, revelou à publicação.
Maquiador e cabeleireiro da apresentadora, Carluxo era portador do vírus HIV. Quando o profissional foi internado em um hospital público, Hebe Camargo visitou o amigo e se ofereceu para ajudá-lo com um tratamento mais adequado e foi pega de surpresa com a revelação de que ele tinha AIDS.
"Doença de bixa, quem se importa?”, esbraveja Carluxo enquanto a apresentadora afirma se importar com ele. Infelizmente, o maquiador morre e Hebe dedica todo um programa ao amigo.
Em certo momento, ela pede que os presentes se levantem e rezem com ela um Pai Nosso para o amigo. Um padre, um dos convidados do seu sofá, permanece sentado.
Nos bastidores, a apresentadora critica a postura do padre e esta passagem também está na cinebiografia. “Que diferença faz com quem ele [Carluxo] se deita? Estamos vivendo num mundinho de merda”, critica.
Em entrevista ao extinto programa comandado pela jornalista Marília Gabriela, no SBT, Hebe Camargo sugeriu que todos os homens condenados por estupro deveriam ter seu órgão reprodutor decepado ao invés de irem presos.
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