"Quando essas lembranças estão associadas a conforto e acolhimento, o indivíduo pode buscar reviver essa sensação. Assim, a infantilização cria uma falsa ideia de segurança emocional."
Publicado em 10/09/2025 às 09:30:00,
atualizado em 10/09/2025 às 11:07:46
Vem crescendo nas redes sociais um fenômeno: a Cultura Oppa, que infantiliza atores-sul-coreanos. Homens de 30 a 40 anos de idade, com carreiras consolidadas e independência financeira, são tratados como se fossem frágeis "bibelôs de porcelana", indefesos diante de qualquer crítica. Não é raro encontrar comentários em defesa deles nas principais plataformas.
Essa distorção que projeta no ator a imagem do personagem romântico interpretado na ficção é classificado de Cultura Oppa. Para muitos fãs, a ficção ultrapassa a tela e se transforma em fantasia de consumo: o "marido asiático", a busca pelo príncipe encantado, misturando a infantilização com um fetichismo étnico problemático.
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"O uso de termos que infantilizam, como ‘Oppa’, conecta-se à chamada ‘criança interior’. São memórias e sentimentos da infância que ainda reverberam na vida adulta", explica o psicólogo especialista em saúde mental Alexander Bez ao NaTelinha.
"Quando essas lembranças estão associadas a conforto e acolhimento, o indivíduo pode buscar reviver essa sensação. Assim, a infantilização cria uma falsa ideia de segurança emocional."
No entanto, a mesma lógica que oferece conforto ao fã pode ser nociva para o artista. “Quando um ator é constantemente tratado como um ‘garotinho’, isso gera o que chamamos de ‘criança interior anacrônica’, ou seja, fora de época."
"Ele permanece preso a uma fase da vida que deveria ter sido superada. A longo prazo, pode haver dificuldades para lidar com responsabilidades, baixa tolerância à frustração, imaturidade nos relacionamentos e até comprometimento da maturidade sexual."
Alexander Bez sobre a Cultura Oppa
Bez ainda avisa para as consequências da pressão estética e da manutenção de uma imagem "pura" e "juvenil". "Esse ideal reforça um comportamento infantilizado, em que a vida é vista quase como uma brincadeira. A autoestima é minada, porque o artista não consegue se impor socialmente como adulto. A identidade fica fragilizada, sem espaço para amadurecer."
Além disso, a idealização de figuras masculinas como “príncipes encantados” ou “irmãos mais velhos” extrapola o universo do entretenimento e influencia a vida real, conta ele. "Essas idealizações fazem sentido na infância, mas, quando carregadas para a fase adulta, geram frustrações e expectativas irreais nos relacionamentos."
"O indivíduo acaba buscando parceiros perfeitos, como nos contos de fadas, e isso só pode ser desconstruído com terapia. É a partir dela que se compreende que o mundo adulto envolve imperfeições, responsabilidades e desafios", encerra.
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